Sorocaba
Nova fase do desassoreamento do rio Sorocaba é iniciada
Novo equipamento, segundo a administração municipal, tem função importante na retirada de resíduos sólidos
Uma nova fase das obras de desassoreamento do rio Sorocaba teve início nesta segunda-feira (4). Serão usadas duas dragas, sendo uma delas do tipo anfíbia. O equipamento, nunca utilizado na cidade, segundo a administração municipal, tem função importante na retirada de resíduos sólidos. Diferente da draga tradicional, que necessita de um ambiente mais ou menos líquido, com este equipamento é possível realizar todo o procedimento, mesmo que exista pouca água no local.
Os equipamentos foram adquiridos por meio de parceria da Prefeitura de Sorocaba com a iniciativa privada, como forma de prevenir os problemas registrados na época de chuvas intensas -- de dezembro a janeiro --, quando o volume de água do rio aumenta e causa transtornos à população, principalmente na altura da Usina Cultural e da praça Lions.
O prefeito Rodrigo Manga destacou o fato do equipamento flutuante nunca ter sido usado na cidade. “Ele tem um trabalho diferenciado das demais dragas terrestres, que não conseguem alcançar toda a extensão do rio. Essa draga flutuante consegue remover bancos de areia que ficam embaixo de viadutos e pontes, por exemplo, ou em uma extensão que outra draga não consegue alcançar, dando fluidez maior para o rio e evitando que enchentes aconteçam”, disse.
Manga ressaltou outras ações que realizadas pela Prefeitura, como no Parque das Águas e da avenida Quinze de Agosto, regiões que também são castigadas pelas chuvas. “Os recursos são limitados, mas conseguimos muitas parcerias, como esta da draga flutuante. A expectativa é que a gente resolva, de uma vez por todas, esse problema antigo e histórico da cidade de Sorocaba, dando qualidade de vida ao sorocabano”, comentou o prefeito.
De acordo com o diretor do Saae, Thiago Suckow, o equipamento flutuante possui diversas vantagens em relação ao que vem sendo usado atualmente no rio. “Ele consegue navegar ou transitar dentro do rio, independente da distância. Ele flutua e não traz nenhum prejuízo na operação. Na medida em que você consegue entrar com o equipamento dentro da água, ele vai fazendo a remoção dos pontos que teríamos dificuldade de acessar, acomodando isso em um ponto específico e outro equipamento remove”, explicou.
O equipamento adquirido será usado no trecho entre a Usina Cultural e a ponte da rua Padre Madureira. Além do trabalho que deve ser realizado nos próximos dois meses, a Prefeitura dará continuidade ao programa Rios Vivos, através do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), do Governo do Estado, no qual está prevista a mobilização de mais equipamentos ainda neste mês.
Serão nove pontos, ao longo de todo o trecho urbano do rio Sorocaba, totalizando 9,2 quilômetros. A previsão é de avanço nesse serviço, tão logo o Estado defina a empresa vencedora da licitação, o que permitirá realizar o desassoreamento em outros pontos do rio.
O objetivo das obras de desassoreamento do rio Sorocaba é aumentar a capacidade da calha e evitar transbordamentos. Conforme o Saae, todas as intervenções realizadas no rio possuem autorização ambiental e terão continuidade ao longo dos próximos cinco anos. “Será sem interrupção, sendo coordenado e acompanhado pela Prefeitura e pelo Saae”, finalizou o diretor.
8.300 caminhões
No final de junho, a Prefeitura e o Saae concluíram os trabalhos para remoção de um banco de areia localizado entre as pontes Pinheiros e Dante Sola, no entroncamento da avenida Dom Aguirre com a Ponte Pinheiros. Foram retirados do local cerca de 3.600 metros cúbicos de resíduos, equivalentes a 300 viagens de caminhões cheios.
Até então, desde 2022, os trabalhos de desassoreamento estiveram concentrados em dois pontos do manancial: nas proximidades do Clube do Idoso, no bairro de Pinheiros, e da Ponte da Radial Norte, na região do Jardim Brasilândia. Dois equipamentos do tipo dragline -- grandes dragas -- e uma escavadeira hidráulica foram usados no serviço, além de caminhões para o transporte do material removido.
As obras de desassoreamento já haviam atingido, até este ano, a marca de 100 mil metros cúbicos de resíduos retirados do rio Sorocaba, incluindo 20 mil m³ de sedimentos ao longo de 1,6 quilômetro do córrego Itanguá, na região do Jardim Marli e Jardim Itapemirim, na zona oeste, também relativos à primeira etapa do contrato de desassoreamento, em parceria com o Governo do Estado. Esse trabalho foi iniciado em março de 2022. O volume total removido é equivalente ao conteúdo de 8.300 caminhões repletos. (Virginia Kleinhappel Valio)