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Sorocaba

Juristas rezam para aborto antes da 12ª semana continuar proibido

Grupo pede intercessão de Nossa Senhora da Ponte para o STF rejeitar ADPF 442, do Psol

26 de Agosto de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Membros da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba se reuniram ontem na Catedral
Membros da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba se reuniram ontem na Catedral (Crédito: VIRGINIA KLEINHAPPEL VALIO (26/8/2023))

A União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba esteve reunida na manhã de ontem (26) na Catedral Metropolitana para rezar o Rosário e pedir que Nossa Senhora da Ponte interceda para que a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que está no Supremo Tribunal Federal (STF), não seja aprovada. A ADPF foi apresentada no STF em 2017 pelo Psol e pede a descriminalização do aborto no Brasil até a 12ª semana de gestação.

Para a presidente da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, Maria Regina Soares Fernandes, de 68 anos, o aborto não pode ser legalizado. “O embrião já tem vida desde a sua concepção, então se nós estivermos de acordo com isso, nós estamos cometendo um homicídio. A luta é essa. Que nossas orações e nosso clamor cheguem até Jesus e haja intercessão de Maria Santíssima para que esse projeto não seja aprovado. A vida é um dom gratuito de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la”, disse.

Durante cerca de duas horas, o grupo rezou o rosário, em quatro terços e, em seguida, participou da Santa Missa, às 12h, com o mesma missão: orar em defesa da vida. Etevaldo Queiroz Faria, de 77 anos, membro da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, ressaltou que o direito à vida é um direito constitucional. Na opinião dele, o STF tem a obrigação de defender a Constituição e, caso a proposta do Psol seja aprovada, os ministros estarão declarando que o Brasil aceita a morte, além de vilipendiar a Constituição Federal.

“Para aqueles que lutam pela vida, não vai fazer diferença nenhuma, mas para aqueles que querem se justificar em matar, vai fazer a diferença, porque deixa de ser crime. Podemos até entender que a mulher é dona do seu corpo, porém, ela não tem o poder de decidir sobre a graça da gestação, que não é dela. No momento em que a mulher concebe uma vida, ela deve proteger a vida e não, em nome de que ela é dona do corpo, ela mate uma vida”, defendeu Etevaldo.

Vida e amor

O vice-presidente da União dos Juristas Católicos da Arquidiocese de Sorocaba, Guilherme Augusto Lacerda, de 24 anos, destacou que o intuito é mostrar, por meio da oração, que a mensagem de Jesus Cristo é de vida e amor. Ele ressaltou que o nascituro é um ser humano como todos os outros e não uma massa de células sem vida. “Nós começamos a ter um juízo de vida e morte sobre as outras pessoas que não cabe a nós decidir quem vive ou quem morre”.

Guilherme citou os argumentos do filósofo, político e historiador italiano Norberto Bobbio: “O direito e o dever são duas faces da mesma moeda. A partir do momento em que você tem a liberdade de exercer o seu direito reprodutivo, por outro lado, você gera para si um dever de cuidar daquela vida que está sendo gestada e que é protegida constitucionalmente. Nós não podemos ter essa visão de que o direito é simplesmente uma garantia, sem que ele não gere para nós um dever para com a sociedade ou para com o outro. Porque, o direito de cada um termina a medida que começa o direito do próximo. E ali, sendo gestado, está o próximo, está um ser humano também”. (Da Redação)