Em poesia
Poeta Justo Chacon homenageia os 120 anos do Cruzeiro do Sul
Poeta reconhece a história do jornal e diz que a longevidade alcançada pelo Cruzeiro é rara entre os jornais impressos
O bancário aposentado Justo Penteado Chacon, de 86 anos, autor de mais 200 poesias e letras de música, produziu um poema em homenagem aos 120 anos do jornal Cruzeiro do Sul. Ele entregou, ontem (18), o trabalho ao presidente do Conselho de Administração a Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do jornal e do Colégio Politécnico, Hélio Sola Aro, e a Laelso Rodrigues, membro do Conselho de Administração da FUA.
Chacon disse que a longevidade alcançada pelo Cruzeiro é rara entre os jornais impressos. Por isso, como forma de comemorar essa façanha e de eternizá-la, para que as futuras gerações saibam da história e importância do matutino, decidiu criar a poesia.
Segundo ele, a sua inspiração para escrever os versos foi a principal função do matutino: noticiar. Partindo desse princípio, estabeleceu uma relação entre os diversos acontecimentos registrados ao longo dos 120 anos de circulação do periódico -- dos corriqueiros aos emblemáticos -- e o papel do jornal de levar ao conhecimento do leitor. “É uma síntese biográfica do que aconteceu durante esse tempo. Houve guerras, muitos nascimentos, mortes, matrimônios”, falou.
O poema destaca e reconhece o valor do trabalho de quem faz o jornal ser publicado diariamente -- os jornalistas. “Faça frio ou calor, de dia ou à noite, sob sol ou a lua, o repórter tem que correr atrás da notícia, para levá-la ‘quentinha’ e o mais rapidamente possível ao leitor”, disse Chacon.
34 anos
Chacon se dedica à poesia há 34 anos, mas demorou até torná-la parte significativa da sua vida. Ele começou a trabalhar aos 7 anos, na lavoura. Aos 16, começou a escrever. Porém, quando atingiu a maioridade, interrompeu esse hábito, pois, naquele momento, a carreira profissional exigia mais. Ele iniciou a trajetória na indústria. Posteriormente, com 22 anos, foi aprovado no concurso do Banco do Brasil (BB), onde ficou por 33 anos.
Paralelamente à carreira de bancário, Chacon foi redator de jornal, locutor de rádio, jogador de futebol e teve uma banda. Além disso, formou-se em Direito. Contudo, não exerceu a profissão, tendo apenas oferecido orientações jurídicas voluntariamente. A literatura retornou ao seu cotidiano em 1989, ano em que se aposentou. Com mais tempo livre, estreitou os laços com a poesia e nunca mais os cortou novamente. “A poesia, quando você está escrevendo, parece estar voando, viajando. É uma viagem deliciosa”, descreve. Chacon tem dois livros publicados e deve lançar outros dois em breve. (Da Redação)