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Sorocaba

Procura por intercâmbio cresce entre adultos

De olho na carreira, cada vez mais sorocabanos buscam por cursos de capacitação e de idiomas no exterior

15 de Julho de 2023 às 23:01
Beatriz Falcão [email protected]
Cambridge, na Inglaterra, atrai estudantes pelas oportunidades acadêmicas e também pelas belezas da cidade
Cambridge, na Inglaterra, atrai estudantes pelas oportunidades acadêmicas e também pelas belezas da cidade (Crédito: DIVULGAÇÃO)

O domínio de outro idioma traz inúmeros benefícios, tanto pessoais quanto profissionais e a experiência de estudar no exterior encanta cada vez mais brasileiros. De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta), o intercâmbio está nos planos de 75% dos estudantes que pretendem investir em suas carreiras.

Neste ano, no entanto, a faixa etária em destaque é de adultos, com 25 a 35 anos. De acordo com uma pesquisa levantada pela Agência Student Travel Bureau (STB), apenas no primeiro trimestre, a busca pelo programa por pessoas dessas idades aumentou 32% em relação ao mesmo período do ano passado. Para a Márcia Sugahara, gerente da STB de Sorocaba, esses dados apontam para um mercado de trabalho muito mais competitivo, onde o conhecimento de um novo idioma é fundamental.

Márcia Sugahara acredita que a tendência vai crescer até o final do ano - ARQUIVO STB
Márcia Sugahara acredita que a tendência vai crescer até o final do ano (crédito: ARQUIVO STB)

“Nessa faixa etária há três grupos: o primeiro são adultos já inseridos no mercado e que querem avançar na carreira; o segundo contempla pessoas que já tem o domínio da língua e procuram agregar outros conhecimentos para a carreira com cursos no exterior nas áreas de marketing, business, gestão de projetos; e terceiro grupo, que engloba pessoas que realmente querem buscar uma nova carreira e decidem investir um tempo fora do País”, disse Márcia.

Anderson Silveira, de 34 anos, é formado em publicidade e propaganda e pós-graduado em design, e se encaixa no primeiro grupo. “Atualmente trabalho como product designer e até o momento não tinha encontrado barreiras que exigiam o inglês de mim, sempre me dei bem no mercado de trabalho, mas as novas e melhores oportunidades estão exigindo bastante o idioma”, falou.

O designer embarca para Cambridge, na Inglaterra, no dia 4 de agosto, e está com as expectativas altas, tanto pela oportunidade de conhecer uma nova cultura quanto pela possibilidade de contatos profissionais. O intercâmbio terá duração de 5 meses, com aulas na parte da manhã de segunda à sexta-feira.

“É a primeira vez que saio do Brasil. Escolhi a Inglaterra justamente por ser a terra do idioma que eu quero aprender, o inglês, e acredito que Cambridge seja uma das cidades com menos brasileiros”, diz Anderson animado. “Acredito que agregará muito valor na minha vida esse intercâmbio, conhecer pessoas diferentes, culturas, estar ali no meio de um país diferente, acho que será uma experiência muito legal, tanto pessoal quanto profissional”, disse.

Para o publicitário e empresário, José Carlos Laureano Neto, de 29 anos, o seu intercâmbio de 6 meses em Wellington, na Nova Zelândia, apesar de ter partido de uma decisão profissional, tornou-se sinônimo de independência. “Além do inglês, é claro, eu também aprendi a me virar sozinho muito rápido. Eu tinha um mês de moradia, então no próximo eu já precisava encontrar outro lugar para ficar. Eu tinha que cozinhar, ninguém faria isso por mim, assim como tinha que trabalhar e ganhar dinheiro em um país que eu ainda não falava a língua”, relembra ele. Além da fluência em inglês com certificação máxima e o curso Inglês para negócios, Neto voltou da Nova Zelândia com o nome da sua empresa de marketing em mente: 2 Whiti.

“Eu tentei pegar um pouco da minha história de modo geral, sou formado em publicidade, e na Nova Zelândia tem seus povos originários, os Maoris, e Whiti Whiti na língua deles significa comunicação, e tem tudo a ver com publicidade, então ficou 2 Whiti”, conta o publicitário. “E, uma curiosidade, é que só Whiti significa cruz e está muito relacionado com a minha religião”.

Neto escolheu a Nova Zelândia por causa da possibilidade de estudar e trabalhar com o visto de estudante. Esse fator também influencia outros intercambistas, Márcia Sugahara conta que os destinos mais procurados são Canadá, Estados Unidos e Austrália, também pela possibilidade de conciliar o curso com o trabalho.

Além do programa de intercâmbio, a busca por cursos de idiomas cresceu 60% em comparação ao primeiro trimestre do ano passado. “Hoje muitas pessoas já têm o conhecimento da língua inglesa, então querem expandir para outros idiomas. Consequentemente, nós tivemos um aumento na demanda nos cursos de italiano e espanhol. O curso de alemão vem aumentando muito a procura também, principalmente na região de Sorocaba por conta das multinacionais que temos na cidade”, disse Márcia. Ela acredita que a expectativa, até o final do ano, é aumentar essa tendência. (Beatriz Falcão - programa de estágio)

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