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Estupro de vulnerável

Técnico de enfermagem é preso por abusar sexualmente de idosa internada em hospital

Caso ocorreu em 2021, mas homem foi detido em maio deste ano, com a conclusão das investigações; mulher morreu um mês após o crime

21 de Junho de 2023 às 13:22
Cruzeiro do Sul [email protected]
DDM de Sorocaba confirma aumento nas denúncias após mudança na lei
Caso foi investigado pela DDM de Sorocaba (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS)

Um técnico de enfermagem foi preso pela Polícia Civil de Sorocaba por abusar sexualmente de uma idosa de 71 anos que estava internada em um hospital público da cidade. O caso aconteceu em 4 de agosto de 2021, porém, o homem foi detido em 30 de maio deste ano, após os resultados dos exames e conclusão das investigações. Com o recebimento dos laudos periciais, o técnico de enfermagem, de 48 anos, teve a prisão preventiva decretada e está detido em uma penitenciária de Sorocaba. A mulher, que estava com problemas de saúde, morreu um mês após o crime. O nome do hospital onde ocorreu o abuso não foi divulgado pela polícia.

O caso foi registrado como estupro de vulnerável e investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba. De acordo com a polícia, a denúncia foi feita por uma funcionária do hospital, após relato da vítima. A idosa estava internada no local se recuperando de uma cirurgia cardíaca sem acompanhante, devido a pandemia de Covid-19, quando o técnico entrou na enfermaria onde ela estava durante à noite. A vítima ingeriu, então, medicamentos ministrado pelo homem, que a deixou com confusão mental e vista embaçada. Em seguida, ele informou que faria um exame ginecológico e estuprou a mulher. 

A filha da idosa também foi ouvida pela polícia e declarou que na data do ocorrido, quando foi visitar a mãe, ela contou que havia feito um exame vaginal e que estranhou a situação pelo fato de estar internada em recuperação de uma cirurgia, já que nenhum médico havia mencionado a realização de exames dessa natureza.

Após os relatos, a vítima realizou exame de corpo de delito e foi constatado um hematoma no órgão genital da mulher. O laudo pericial também apontou que a vítima havia sofrido abuso sexual, pois material genético de outra pessoa foi localizado nas partes íntimas da idosa. Apesar da sonolência no momento do crime, a mulher estava consciente e reconheceu o técnico de enfermagem como autor do estupro.

No decorrer das investigações, todos os funcionários que trabalharam na data dos fatos foram ouvidos em e concordaram em fornecer material genético para confronto de DNA com a amostra genética encontrada nos exames da vítima. A polícia afirma que esse segundo laudo pericial concluiu de maneira “extremamente forte” a hipótese de que o técnico de enfermagem e a vítima eram as pessoas geradoras do perfil de mistura de material genético encontrado nos testes. Um trabalho de investigação que durou quase dois anos.

“Primeiro fizemos todo um levantamento para apurar todas as pessoas que atuaram no hospital naquela noite. Feito isso, todas as pessoas ouvidas forneceram material biológico para que fosse feito o exame de confronto com o material colhido durante o exame de corpo delito da vítima, e esse procedimento é demorado. Esse exame de confronto é feito pelo Instituto de Criminalística em São Paulo e é um procedimento que demanda um certo tempo, por isso, também, a demora da vinda do laudo”, explicou a delegada titular da DDM, Alessandra Reis dos Santos Silveira, responsável pelo caso.

 

Delegado seccional, José Humberto Urban Filho, e delegada titular da DDM de Sorocaba, Alessandra Reis dos Santos Silveira - Vanessa Ferranti
Delegado seccional, José Humberto Urban Filho, e delegada titular da DDM de Sorocaba, Alessandra Reis dos Santos Silveira (crédito: Vanessa Ferranti)

Apesar das provas, o homem, que teria se aproveitado do período de pandemia para cometer o crime, nega as acusações. “Nós estamos falando de 2021, quando ainda estávamos vivendo a pandemia. Ela estava na enfermaria, de forma individual e sem acompanhamento,  e isso foi um fator que facilitou tanto o cometimento do crime, como eventualmente, em uma impunidade, porque era uma época que jamais ele iria imaginar que iriamos até o hospital para fazer toda a investigação”.

O homem está preso e responde por estupro de vulnerável. O técnico de enfermagem não tem histórico policial e até o momento não há denúncias de outras vítimas. A Polícia Civil orienta à população a procurar uma delegacia em caso de suspeita de um abuso sexual. “Qualquer ato que ela se sinta constrangida, que ela perceba que está passando do que seria o normal para um exame, ela pode desconfiar e imediatamente já questionar a pessoa que realiza o exame. Tem uma série de exames que são realizados, mas se ela perceber qualquer coisa que ultrapasse aquele limite normal de um exame, é um abuso”, concluiu a delegada. (Vanessa Ferranti)

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