Fonte de informação confiável em meio ao caos provocado pelas fake news, espaço garantido para as notícias locais e regionais, “tábua de salvação” quando ninguém mais dá ouvidos aos reclamos da população, divulgador de eventos e campanhas de cunho social, conteúdo para pesquisas ou simples canal de entretenimento.

São muitas as razões que fazem do Cruzeiro do Sul, em suas diversas versões, um referencial para sorocabanos e moradores de toda a região, mas todas elas têm em comum a credibilidade conquistada ao longo de 120 anos de convivência.

“O Cruzeiro é um parceiro para todas as horas”, resume Celso Leuzinger Humaytá, um dos fundadores e presidente da Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (Amas), para explicar a importância do jornal na vida da entidade. “O jornal nos ajuda desde quando ainda tínhamos apenas a ideia de criar uma associação para fazer diagnóstico, oferecer tratamento e dar assistência para pessoas que apresentam Transtorno do Espectro Autista (TEA)”, relata Humaytá, lembrando que a ideia surgiu de uma necessidade da sua própria família.

Pais de um garoto portador de TEA, ele e a esposa, Regina Célia, sentiam a falta de atendimento especializado na cidade. “O Cruzeiro fez várias reportagens que ajudaram a conscientizar a população e as autoridades, até que, em dezembro de 1994, o sonho se realizou”.

Humaytá entende que se não fosse a ajuda do Cruzeiro teria sido muito mais difícil construir as duas unidades da Amas — no Jardim Vera Cruz e no Jardim Wanel Ville —, obter o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) e, finalmente, conseguir proporcionar uma vida melhor a 118 pessoas de todas as idades, tanto de Sorocaba como de outras cidades, atendidas pela entidade. “O próprio nome do jornal é um indicativo da sua missão de orientar, de dar um norte à população”, ilustra Humaytá.

Parceria comunitária

A gestora do Projeto Centrinho do bairro Jardim Novo Eldorado há 19 anos, Sílvia Macedo é outra leitora que valoriza a parceria com o jornal. “O Cruzeiro do Sul faz parte da nossa rotina”, afirma, apontando diversas situações além “das informações sérias da nossa comunidade, da cidade e do mundo”.

Falando também como presidente da Sociedade Amigos de Bairro (SAB) do Novo Eldorado, ela destaca recentes reportagens que ajudaram a reduzir, ou, pelo menos chamar a atenção das autoridades para os problemas do bairro, como as dificuldades de acesso provocadas pelo trânsito intenso da rodovia Raposo Tavares, os contratempos resultantes dos furtos de cabos telefônicos e, mais recentemente, os perigos da proliferação do mosquito da dengue.

Sílvia não esconde a emoção quando comenta sobre a participação do Cruzeirinho no desenvolvimento das crianças atendidas pela Sociedade Amigos de Bairro (SAB) Juvenil do Novo Eldorado. Ela lembra que o suplemento infantil publicado todos os domingos é fornecido gratuitamente e utilizado nas atividades, incluindo oficinas e aulas.

“Todos se orgulham de ter participado”, cita, acrescentando que jovens atualmente com 23 anos de idade não apenas falam até hoje das reportagens feitas com eles quando tinham 8 anos, mas guardam com carinho as publicações. O sentimento de orgulho se torna pessoal quando ela cita que sua neta Laura Mel, hoje com 7 anos, foi personagem do suplemento aos 3 anos. “Até o pequeno Thor Akira (outro neto) também já teve sua foto estampada lendo o Cruzeirinho”, acrescenta.

Por fim, Sílvia conta que, diariamente separa reportagens do Cruzeiro e compartilha no grupo de WhatsApp e no Instagram. “Desperta a vontade de ler nas novas gerações”.

“Anjo-da-guarda”

Assinante há mais de quatro décadas, a aposentada Edna Cunha Corrêa recorre ao jornal sempre que enfrenta situações complicadas com prestadores de serviços ou órgãos públicos. “Vocês são meus anjos-da-guarda”, respondeu rapidamente ao ser indagada sobre a importância do Cruzeiro para ela, acrescentando que, como não dá mais para “reclamar ao bispo”, sua salvação é a seção “Do leitor”, publicada diariamente na versão impressa.

Em abril desse ano, por exemplo, depois de vários contatos com uma empresa do ramo de internet para pedir a correção de um trabalho mal executado, dona Edna, como tantas outras pessoas, apelou ao jornal. Seguindo as normas da coluna, a equipe da Redação encaminhou a carta da leitora à reclamada e deu prazo de três dias úteis para o envio da resposta.

Não foi preciso aguardar nem publicar o protesto de Edna, pois, antes disso, uma equipe da empresa foi à residência dela e corrigiu o erro. “Quero agradecer a vocês por terem sido tão atenciosos comigo e resolverem o meu problema”, escreveu.

Para todos os públicos

“Se houve mudança na plataforma da leitura o Cruzeiro se adaptou com suas páginas on-line”, destaca o jornalista e radialista Fernando Negrão Duarte. Professor universitário há 30 anos e atualmente coordenador do curso de Jornalismo da Universidade de Sorocaba (Uniso), ele atesta a competência do único diário sorocabano no cumprimento do seu papel, apesar das diferentes demandas dos vários públicos que o leem.

“Importante pode ser a reclamação do buraco de rua para um leitor ou a repercussão internacional da fala de um líder político. O Cruzeiro do Sul sabe dosar em suas páginas, que nós chamamos de editorias, os destaques da política, do esporte, da polícia, da cidade e região”, opina.

Outro quesito importante apontado pelo mestre em Comunicação e Cultura é a capacidade do jornal de se atualizar e absorver as novas tecnologias, especialmente as que regem o mundo digital. “Se houve mudança na plataforma da leitura o Cruzeiro se adaptou com suas páginas online”, comenta.

Credibilidade é a receita

“Mais de um centenário! Isso resume a credibilidade, a qualidade da informação, a ética e o respeito ao leitor”, saúda a advogada Marina Elaine Pereira. Ex-ouvidora geral de Sorocaba e ex-secretária municipal de Saúde, ela faz questão de externar a sua opinião: “Sem dúvida, o maior jornal de Sorocaba e região, porque oferece aos leitores as informações na medida, com autenticidade e imparcialidade”. (Marinaldo Cruz Filho)