Sorocaba
Em dois meses, Sorocaba registra oito internações de usuários da droga K9
Primeiro caso foi anotado no Jardim Refúgio, em oito de abril
Em menos de dois meses, Sorocaba realizou, por meio do programa Humanização, oito internações voluntárias para tratamento de dependência química da K9 -- um produto sintético, desenvolvido em laboratório, que vicia rapidamente os usuários. O primeiro caso foi registrado em 8 de abril. Uma mulher de 39 anos, moradora do Jardim Refúgio, e mãe de oito filhos, identificou-se para a equipe da Prefeitura como usuária da droga, após contato feito por moradores, pelo WhatsApp 24 horas do programa.
Segundo relatos, após o uso da K9, como efeito colateral, ela teria tido um ataque de nervosismo extremo e tentou arrancar um portão com as mãos, o que causou pânico na vizinhança. Após atendimento, a mulher aceitou ajuda e foi encaminhada para tratamento de reabilitação na unidade feminina do Grupo de Apoio e Combate a Drogas e Álcool Santo Antônio (Grasa).
Outra mulher também recebeu auxílio e também foi encaminhada ao Grasa. Nesse período, seis homens também foram acolhidos e, atualmente, fazem o tratamento em clínicas parceiras da Prefeitura.
A K9 pode causar a paralisia de funções básicas no organismo e é considerada 100 vezes mais agressiva que o crack. Em pouco tempo, os usuários perdem a capacidade cognitiva, ficam catatônicos, se transformando em verdadeiros “zumbis”. Apesar de ser conhecida hoje como um tipo de “maconha sintética”, a droga foi criada em laboratório no início dos anos 2000. Estudos preliminares mostram que a K9 foi distribuída inicialmente nas cadeias pela organização criminosa PCC para testar os efeitos da substância. Cerca de 20 anos após sua criação, atualmente, ela está bastante presente nas ruas de São Paulo e já chegou ao interior do Estado.
No dia 27 de maio, policiais militares apreenderam drogas no Jardim Amália, na região do Éden, e entre as substâncias encontradas pela equipe estava a K9. Na ocasião, 82 gramas do entorpecente foram confiscadas.
Já no mês anterior, em 14 de abril, a Polícia Civil apreendeu uma porção da K9 nas proximidades de um Centro de Educação Infantil no Cajuru. Depois de receberem a informação que no local estaria ocorrendo o comércio de drogas, os policiais foram até o endereço e encontraram, embaixo de um sofá, uma mochila com a droga, além de 35 porções de maconha.
Para tentar diminuir o número de dependentes da K9, equipes da Prefeitura fazem abordagens e buscam sensibilizar as pessoas sobre a importância do tratamento para o seu bem-estar e autopreservação, com o objetivo de proporcionar uma completa mudança de situação de vida. O “Humanização” procura mostrar, também, que a droga causa grandes efeitos destrutivos na pessoa. “Na maioria das vezes, se a pessoa está sob o efeito do uso da droga, é esperado o melhor momento para iniciar essa conversa, optando por uma ocasião na qual ela esteja mais calma e lúcida. Pois, naquele momento, a única opção é controlar, se possível, encaminhar para um Centro de Atenção Psicossocial (Caps)”.
É possível solicitar o auxílio da Prefeitura pelo WhatsApp (15) 99666-2636, do “Humanização”, disponível 24 horas por dia. Assim, as equipes são encaminhadas para verificar a situação, realizar a abordagem e oferecer o amparo e atendimento necessários. (Vanessa Ferranti)