Acidente
Motorista que atropelou amigos em charrete alega ter passado mal
A mulher se apresentou na Delegacia de Votorantim nesta terça-feira (30); no dia do acidente, ela fugiu sem prestar socorro às vítimas
A motorista do automóvel que atropelou um casal de amigos em uma charrete e fugiu sem prestar socorro, em Votorantim, alegou ter passado mal ao volante. Ela se apresentou na delegacia da cidade na manhã desta terça-feira (30), dois dias após o acidente, tendo sido ouvida e liberada. O fato ocorreu no último domingo (28), na avenida José Soares, no Parque Morumbi. As duas vítimas -- a auxiliar de cozinha Keitillyn Lauana de Almeia, de 26 anos, e o garçom Otávio Piccinattoo Wollinger, 25 anos -- além da égua, chamada de Fumaça, ficaram feridas, mas passam bem.
O Cruzeiro do Sul teve acesso ao boletim de ocorrência do atropelamento, registrado como fuga de local de acidente. O documento apresenta a versão da condutora, de 41 anos, sobre a causa do acidente, bem como as suas alegações por não ter parado para ajudar as vítimas.
A mulher disse que, por voltava das 8h30 de domingo (28), voltava da casa de uma amiga, onde havia dormido na noite de sábado (27). Ela informou ter perdido os sentidos durante o trajeto, pois estava passando mal. Mesmo assim, decidiu continuar dirigindo. Afirmou, ainda, ter “apagado” por alguns segundos, após ver uma luz do sol forte em seu rosto. Nesse momento, bateu na charrete. O carro atingiu Keitillyn, Otávio e a égua responsável por transportá-los.
Além disso, ela negou estar em alta velocidade e declarou não ter ingerido bebida alcoólica ou consumido drogas. Falou, também, que faz tratamento psiquiátrico, com a ingestão de um antidepressivo. Já em relação a ter fugido sem auxiliar Keitillyn e Otávio, justificou “que, ao bater, se assustou e entrou em pânico, e, ainda passando mal, seguiu dirigindo e não prestou socorro”, cita o registro policial. Outro argumento citado por ela foi o medo da reação das vítimas. De acordo com o BO, a motorista comunicou estar disposta a ressarcir os danos sofridos pelas vítimas.
O caso
Na manhã de domingo (28), os amigos seguiam na charrete de Otávio para a Cavalgada e Desfile dos Tropeiros, em Sorocaba, quando foram atropelados por um Fiat Palio azul. O rapaz havia acabado de pegar a charrete na casa da avó materna, a poucos metros do local do acidente.
Com o impacto da batida, Keitillyn chegou a ser arremessada para o alto. A jovem sofreu escoriações em diversas partes do corpo e bateu a cabeça. Ela foi levada, primeiramente, à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Jataí. À noite, em razão de um desmaio, precisou ser transferida para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Na unidade, desmaiou novamente. Por isso, realizou uma tomografia. Como o resultado do exame não indicou danos cerebrais, nem fraturas, recebeu alta na madrugada de segunda-feira (29).
Otávio teve torção no pescoço, ferimentos em todo o lado direito do corpo e também machucou a cabeça. Assim como a amiga, ele foi encaminhado à UPA do Jataí. Após fazer raio-x e ser medicado, deixou o hospital ainda na tarde de domingo (28). Ambos continuam com dores, mas passam bem. O rapaz já retomou as suas atividades, enquanto a jovem continua em repouso, por conta de dores na coluna.
Segundo Otávio, a égua Fumaça teve uma lesão na pata traseira direita e está mancando. A charrete se partiu em três pedaços. Ele estima prejuízo de cerca de R$ 10,5 mil -- em torno de R$ 10 mil pela perda do veículo e por volta de R$ 500 para custear o tratamento veterinário do animal.