Desde o início de 2023 até o momento, o Corpo de Bombeiros de Sorocaba já registrou o total de 161 ocorrências de incêndio em vegetação na cidade. As queimadas costumam se agravar nesta época do ano, durante o período de estiagem, quando o tempo fica mais seco e, consequentemente, tornam-se mais fáceis de ocorrer os focos de incêndios.

Por isso é muito importante que a população se sensibilize com a causa e colabore, não propagando fogo e denunciando ocorrências. Além disso, a prática é criminosa e a multa pode ultrapassar R$ 3,5 mil, conforme a Lei Municipal nº 10.151, de 27 de junho de 2012.

Ainda conforme os dados dos Bombeiros, em 2022, no total, foram atendidas 661 ocorrências de incêndio em vegetação. E em 2021, foram atendidas 921. Segundo a corporação, de modo geral, os períodos de maior ocorrência de incêndio em vegetação no Estado de São Paulo ficam entre os meses de junho e outubro. “Os fatores que mais contribuem para esse tipo de evento são: as queimadas agrícolas, a soltura de balões no período de festas juninas e o clima seco com ventos frios”, destaca.

Na semana passada, um fogo em mato chamou a atenção de quem passava pela avenida Afonso Vergueiro, nas proximidades do Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs). Apesar das chamas iniciarem no pátio ferroviário da Rumo Engenharia, que fica ao lado Macs, nenhuma edificação ou veículo foi atingido.

O Corpo de Bombeiros informa ainda que, no caso de soltar, fabricar, vender ou transportar balões o indivíduo comete crime ambiental previsto no Art. 42 da lei 9.605 de 12 de fevereiro de 2013. “Os balões que sobem, na maioria dos casos, caem acesos, e sua queda implica em alto risco de incêndios podendo resultar ainda em: queda de aeronaves, incêndios florestais de grandes proporções matando várias espécies de animais e plantas, incêndios residenciais entre tantas outras tragédias”, ressalta.

Quanto as rodovias, é recomendado não jogar pontas de cigarro nas estradas, sobretudo, próximo à vegetações. A bituca, além de poluir, pode provocar grandes incêndios. “Causar incêndios em florestas é crime ambiental, sujeito a multa e prisão. O uso indiscriminado das queimadas em áreas rurais, além de provocar o empobrecimento do solo, também pode ser considerado crime contra o meio ambiente”, reforça o Corpo de Bombeiros.

As queimadas também podem causar graves problemas de saúde pública, aumentando o número de adultos e crianças com problemas respiratórios crônicos, como a asma, devido à fumaça produzida e pela fuligem lançada na atmosfera, além de danos ao meio ambiente, dizimando a fauna e a flora típica do local. A fumaça e a fuligem podem provocar doenças respiratórias graves, comprometendo, principalmente, quem sofre de asma e de bronquite, por exemplo.

Cidade já recebeu 27 denúncias

A Prefeitura de Sorocaba já recebeu, no total, 27 denúncias referentes à queimadas de janeiro até o último dia 29 deste mês. Já, em 2022, foram registradas 103 denúncias durante o ano todo e, de janeiro a maio, 48. Em 2021, de janeiro a dezembro, foram 154. Em 2020, também de janeiro a dezembro, foram 164 denúncias registradas.

A fiscalização é feita pela Patrulha Ambiental da Guarda Civil Municipal (GCM). No local, a equipe da Patrulha Ambiental fotografa e faz a medição da área atingida pela queimada. A Divisão de Licenciamento, Controle e Fiscalização Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) recebe esse relatório e faz o mapeamento e o enquadramento na legislação vigente, para a elaboração do auto de multa. Caso não haja flagrante, é feito o levantamento de quem é o proprietário do terreno para autuação.

Ao presenciar uma queimada, o cidadão deve ligar para o telefone 193 (Corpo de Bombeiros), que atuará no combate ao fogo. Já, as denúncias para a Sema/ Patrulha Ambiental da Guarda Civil Municipal podem ser feitas pelos telefones 153 (GCM); 156 (Ouvidoria Geral do Município); pelo WhatsApp: (15) 99129-2426, os dois últimos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; ou pelo portal da Prefeitura de Sorocaba: http://www.sorocaba.sp.gov.br/atendimento.

As pessoas também podem contribuir nunca ateando fogo em mato, lixo e folhas; descartando corretamente os resíduos, entulhos de construção, restos de poda e folhas secas; não jogando bituca de cigarro em vias públicas e orientando parentes, amigos e vizinhos sobre os problemas decorrentes da queimada. Além disso, é muito importante que os terrenos sejam mantidos sempre limpos pelos proprietários.

Operação Huracan

Na semana passada, dias 24 e 25, a Polícia Militar Ambiental e o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo, realizaram a Operação Huracan em todo o Estado. Com o emprego de uma força-tarefa composta por 450 policiais militares, além do efetivo do Gaema, a operação teve como objetivo principal a prevenção e o combate aos focos de incêndio em vegetações, visando minimizar os impactos prejudiciais à saúde da população, ao meio ambiente e a biodiversidade.

Foram realizadas ações estratégicas, com destaque para a orientação aos proprietários e produtores rurais sobre medidas de prevenção, além da importância da manutenção adequada das lavouras, especialmente as de cana-de-açúcar, bem como a implementação de planos de prevenção contra incêndios nas margens de rodovias, ferrovias e zonas de amortecimento de unidades de conservação, conhecidas como faixas de domínio. Além disso, pontos vulneráveis identificados também receberam policiamento preventivo. (Da Redação)