Quase todo mundo já passou pelo desespero de ficar sem o celular, essa pequena “extensão do corpo humano” onde estão armazenados dados importantes, como senhas de contas bancárias e documentos pessoais digitais. Além disso, toda a nossa vida social está registrada nesse dispositivo. Fotos, vídeos e acesso às mídias sociais estão literalmente na palma da mão para aqueles que o utilizam desbloqueado. Para evitar a exposição dessas informações pessoais em casos de roubo ou furto, é necessário tomar algumas medidas de segurança.

Para se ter uma ideia da quantidade de crimes envolvendo smartphones, um levantamento realizado pelo Departamento de Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), que analisou os boletins de ocorrência registrados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), mostrou que ocorreram 116.819 roubos ou furtos de celulares em 2022.

Os dados estatísticos da SSP revelam que, entre todos os tipos de roubos registrados naquele ano, 41% envolviam a perda de algum tipo de documento, enquanto 31% correspondiam a aparelhos de telecomunicação. Surpreendentemente, o dinheiro é o item menos visado pelos ladrões, representando apenas 8% dos casos.

A primeira reação ao ter o celular levado geralmente é de angústia. No entanto, assim que esse susto passa, é hora de agir e tomar as devidas precauções. O especialista em cibersegurança Luiz Moura explica que algumas etapas devem ser seguidas para se proteger. Entre elas, tentar rastrear e apagar os dados do celular de forma remota, o que pode ser feito através do sistema operacional do próprio smartphone. Também é importante bloquear o celular utilizando o IMEI e comunicar o incidente ao banco e à operadora de telefonia. Além disso, é recomendável registrar um boletim de ocorrência e alterar todas as senhas relacionadas.

“Fique atento a atividades suspeitas nas contas bancárias, cartões de crédito e contas on-line. Se você notar algo estranho, como transações não autorizadas, informe imediatamente à instituição financeira ou à empresa responsável. Se você tem seguro para seu celular, verifique a cobertura e siga os procedimentos necessários para registrar uma reclamação”, orienta Moura.

E agora?

Depois de concluir todas as etapas de segurança, chega o momento de adquirir um novo celular. Existem várias maneiras de transferir os dados do antigo para o novo smartphone. No caso do sistema operacional Android, é importante verificar se os contatos já estão sincronizados com uma conta do Google. Para garantir que todas as fotos do dispositivo antigo estejam disponíveis no novo aparelho, a opção mais fácil é usar o Google Fotos. Além disso, é possível transferir mensagens do WhatsApp e outros aplicativos.

No caso de celulares fabricados pela Samsung, o aplicativo “Smart Switch” promete simplificar o processo de transferência de dados do celular antigo. Ele permite mover contatos, calendário, mensagens de texto, fotos, vídeos e outros dados de um lugar para outro, podendo ser feito via Wi-Fi, cabo ou cartão de memória. Para usuários de celulares Motorola, o aplicativo Motorola Migrate é uma opção para transferir dados do telefone antigo para o novo, incluindo contatos, calendário, mensagens de texto, fotos, vídeos e outros dados.

Na marca Xiaomi, o aplicativo “Mi Mover” é utilizado para transferir dados do celular antigo para o novo. Ele facilita a transferência de arquivos, porém é importante destacar que só é possível transferir para outros dispositivos Xiaomi.

No caso dos iPhones, o aplicativo “Migrar para iOS” pode ser utilizado para transferir dados de um celular Android antigo para um novo dispositivo da Apple. Esse aplicativo transfere contatos, histórico de mensagens, fotos e vídeos da câmera, favoritos da web, contas de e-mail e calendários. Se a transferência é feita de iPhone para iPhone, é possível utilizar o iCloud ou o iTunes para fazer backup dos dados e restaurá-los no novo dispositivo.

“Em caso de perda ou roubo, é fundamental utilizar aplicativos de rastreamento, como ‘Buscar meu iPhone’ (iOS) ou ‘Encontrar seu Smartphone’ (Android), para localizar o dispositivo. Priorize sempre sua segurança e, se possível, recupere-o com cautela. Em situações de risco, não hesite em informar imediatamente à polícia a localização do aparelho. Além disso, lembre-se da importância de realizar backups regulares dos seus dados, garantindo que mesmo em casos de roubo, suas informações preciosas permaneçam a salvo”, explica Moura.

Senhas

Por fim, é essencial estabelecer novas senhas para garantir a segurança do smartphone. Essas chaves são essenciais para proteger informações pessoais e dados armazenados no aparelho contra acesso não autorizado. Além disso, muitos aplicativos e serviços implementam a autenticação de dois fatores como uma medida extra de segurança. Isso significa que, além de inserir a senha, também é necessário fornecer um código enviado para o seu smartphone para acessar a conta.

Cada serviço possui seu próprio procedimento para ativar a autenticação em dois fatores, mas, geralmente, envolve acessar as configurações de segurança da sua conta e seguir as instruções para habilitar esse recurso. Normalmente, é necessário fornecer um número de telefone ou um endereço de e-mail para receber os códigos de verificação ao tentar acessar a conta.

“Após o roubo do seu telefone, é importante informar seus contatos sobre o ocorrido e alertá-los a ficarem vigilantes quanto a qualquer mensagem ou atividade suspeita. Lembre-se de que a prevenção é a chave para proteger suas contas. Certifique-se sempre de realizar backups dos seus dados, utilize senhas robustas e ative a autenticação de dois fatores sempre que possível. Além disso, evite clicar em links suspeitos ou baixar aplicativos de fontes não confiáveis, mantendo assim a segurança digital em alta”, conclui o especialista Luiz Moura. (Wilma Antunes)