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Sorocaba

Marcio Carrara é afastado da Secretaria da Educação

Medida cumpre determinação da Justiça, que ainda pediu o bloqueio de seus bens

24 de Maio de 2023 às 23:01
Wilma Antunes [email protected]
Luciana Mendes da Fonseca acumula a Educação com a Secretaria da Administração
Luciana Mendes da Fonseca acumula a Educação com a Secretaria da Administração (Crédito: REPRODUÇÃO)

Marcio Bortolli Carrara foi afastado do cargo de secretário da Educação de Sorocaba e teve seus bens bloqueados por determinação da Justiça. Da decisão, cabe recurso. A portaria que confirma o afastamento foi publicada, terça-feira (23), no Jornal do Município. Para substituí-lo, foi nomeada Luciana Mendes da Fonseca, atual titular da Secretaria de Administração (Sead), que acumula o cargo de secretária da Educação (Sedu) enquanto Carrara estiver afastado, sem receber remuneração adicional.

O afastamento de Carrara foi resultado de uma decisão judicial, publicada na segunda-feira (22), baseada em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público, com a colaboração dos promotores Cristina Palma e Eduardo Francisco dos Santos Junior. A ação aponta suspeitas de superfaturamento e direcionamento na licitação conduzida pela Prefeitura para a compra dos kits Maluquinhos por Robótica, que totalizaram mais de R$ 26 milhões. Nesse mesmo despacho, a Justiça pede o bloqueio de bens do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) e da empresa Carthago Editorial, que forneceu os materiais.

Manga comentou o caso em uma entrevista concedida ontem (24) à rádio Cruzeiro FM 92,3. Ele relativizou as críticas recebidas comparando sua situação com a de ex-prefeitos da cidade. Como exemplo, ele citou Vitor Lippi (PSDB), que geriu Sorocaba de 2005 a 2012, que teve seis secretários afastados; a inelegibilidade de Renato Amary (PSDB) nas eleições de 2016, que culminou na indicação de José Crespo (União Brasil); e a cassação de Paulo Mendes (PSDB), enquanto era vereador, em 2013, sendo substituído por Neusa Maldonado.

Ele também atribuiu as denúncias contra seu governo à vereadora Iara Bernardi (PT). “É uma decisão liminar, não se julgou o mérito... todos esses processos nasceram da oposição que querem desgastar o governo por causa eleições do ano que vem... Nós não esperávamos que haveria essa ação judicial”, disse Manga.

A ação civil pública que levou à decisão judicial contou com apoio do Centro de Apoio à Execução (Caex) -- órgão do MP -- que auxilia os promotores com estudos, vistorias, apontamentos, pesquisas, relatórios, análises e perícias técnicas. O processo também considerou o questionamento do Conselho Municipal de Educação de Sorocaba sobre o processo de escolha dos materiais, que levantou questões sobre a ausência de transparência, prévia discussão e justificativa didática e pedagógica. (Wilma Antunes)