Santa Rosália
Funcionária de atacadista de Sorocaba é investigada por estelionato
Mulher trabalhava no setor de cartões e enganava os clientes para cometer o crime
Uma funcionária de um supermercado atacadista, localizado no Jardim Santa Rosália, em Sorocaba, é investigada pela Polícia Civil por estelionato. A mulher, que trabalhava no setor de cartões da empresa, emitia o produto do estabelecimento em nome dos clientes, porém, realiza uma "manobra" e utilizava o limite de crédito aprovado aos consumidores em compras particulares. A maior parte das vítimas era casais idosos. Com o golpe, até o momento, a polícia soma um prejuízo ao banco de mais de R$ 35 mil. A participação de outro funcionário no crime ainda não está descartada.
De acordo com a investigação, a funcionária abordava os casais que efetuavam as compras no supermercado e oferecia o cartão de crédito aos homens. Com a autorização, ela fazia a emissão e oferecia um cartão adicional para a mulher, mas, na verdade, emitia dois outros cartões -- um titular em nome da mulher e, ainda, outro adicional. Assim, ela confiscava um dos cartões.
“Esse segundo cartão, o titular da esposa, ela pegava para usar posteriormente aplicando o golpe e o casal saia sem saber na verdade que tinha sido vítima do golpe e só ia tomar conhecimento do que havia ocorrido quando recebia a fatura, reconhecendo que as compras e transações foram efetuadas sem o conhecimento deles”, explicou o delegado titular do 1º Distrito Policial, Fabrício Lopes Ballarini, responsável pelo caso. A funcionária também passava o limite de alguns cartões -- desbloqueados no momento da emissão -- em uma maquininha pessoal. Com isso, os valores eram depositados em uma conta digital particular da criminosa.
A mulher trabalhava no supermercado desde outubro de 2022, quando o local foi inaugurado. Ela entrou para fazer parte da equipe do caixa e, em fevereiro, foi transferida para o setor de cartões. Já as investigações começaram quando três clientes abriram um boletim de ocorrência, pois não reconheciam as compras registradas na fatura. Até o momento, 14 vítimas foram identificadas.
Na última terça-feira (16), a Polícia Civil esteve no apartamento da funcionária, na região da zona oeste da cidade, para o cumprimento do mandado de busca e apreensão. No local, foram apreendidos 32 cartões bancários, uma maquininha de cartão, três celulares, além de uma motocicleta, no valor de R$ 11 mil, comprada com o dinheiro do golpe. “Ela jogava esse dinheiro na conta do banco digital dela e depois transferia, pulverizava os valores nessas diversas contas. E através dos cartões ela fazia vários tipos de compras, de todo tipo de gênero, até dentro da própria loja que ela trabalhava”, ressaltou.
A funcionária, que já tem passagem policial por um crime de estelionato cometido em Piedade, não foi presa e deve ser ouvida no decorrer das investigações. De acordo com a polícia, já foi solicitada a quebra de sigilo bancário, assim como o bloqueio judicial de todas as contas bancárias da investigada. Agora, o próximo passo é apurar se outras pessoas têm envolvimento no crime. Se comprovado, além de estelionato, também estará caracterizado o crime de associação criminosa, com pena de um a três anos.
A mulher foi demitida por justa causa pela empresa, e as vítimas estão tendo os nomes retirados do SPC e Serasa. “Nesse caso, as vítimas não chegaram a pagar a fatura, então, o prejuízo acabou se resumindo a todo esse transtorno”, informou Ballarini.
A polícia acredita que a investigada enganou mais pessoas e pede às vítimas que registre boletim de ocorrência. "Nossa prioridade é identificar essas novas vítimas para concluir o inquérito com o número total de vítimas desse caso, para fazer com que ela responda por todos os crimes”, concluiu o delegado.