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Aedes aegypti

Casos de dengue triplicam em três semanas em Sorocaba

Confirmações subiram de 807 em 13 de abril para 2.543 nesta segunda (8); Votorantim enfrenta situação semelhante

08 de Maio de 2023 às 23:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Apesar das ações preventivas e orientações, potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti ainda são vistos nos dois municípios; na foto, lixão localizado na avenida Fulvio Biazzi, em Sorocaba
Apesar das ações preventivas e orientações, potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti ainda são vistos nos dois municípios; na foto, lixão localizado na avenida Fulvio Biazzi, em Sorocaba (Crédito: CEZAR RIBEIRO (8/5/2023))

 

Os casos de dengue triplicaram em Sorocaba em menos de um mês. O total passou de 807 casos confirmados da doença até 13 de abril para 2.543 nesta segunda-feira (8) -- 215,11% em menos de 30 dias.

Além disso, foi confirmada no mês passado a primeira morte pela doença no município. Em Votorantim, a situação é ainda mais preocupante. Com duas mortes já confirmadas, a cidade vizinha já soma 2.324 casos confirmados de dengue desde o início de 2023. Juntas, as duas cidades somam 4.867 casos confirmados da doença.

Questionadas a respeito, as prefeituras disseram que realizam mutirões e ações de prevenção e orientação sobre os cuidados para evitar a dengue. Porém, pelas ruas de Sorocaba e de Votorantim é frequente encontrar locais com lixo e entulho espalhados no chão.

O problema é que, além de deixar os locais com aspecto de abandono, o entulho pode servir como criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Por isso, as pessoas devem evitar jogar lixo e entulho em locais abertos.

Segundo a Prefeitura de Sorocaba, não há novos casos de óbitos pela doença sendo investigados no momento. A primeira morte por dengue em 2023 na cidade foi confirmada pelo órgão estadual de Serviço de Verificação de Óbito (SVO), depois de investigação feita pela Vigilância Epidemiológica. De acordo com a Secretaria de Saúde (SES), a vítima é uma mulher de 59 anos.

De acordo com os dados, o total de casos registrados em Sorocaba neste ano já ultrapassou todos os casos confirmados no ano passado inteiro, quando somaram 1.101. Já em 2021, no total foram confirmados 1.224 casos de dengue na cidade.

A administração pública sorocabana informa que realizou 128.497 visitas domiciliares em 2023. No mesmo período, removeu 362.630 quilos de entulhos.

“A equipe da Zoonoses também realizou diversas atividades educativas para os públicos em geral sobre combate às arboviroses”, explicou a Prefeitura, acrescentando diferentes ações preventivas e de combate no município, como visitas porta a porta, busca ativa de possíveis casos da doença, orientações sobre os sintomas e de prevenção, bem como a remoção de potenciais criadouros e aplicação de larvicida.

Há, também, visitas de rotina para orientação, mesmo quando não há caso positivo de dengue identificado.

“Igualmente, são feitas as chamadas nebulizações, para eliminar as formas adultas do mosquito vetor, possivelmente infectadas com o vírus, de modo a controlar a disseminação da doença em uma determinada região. As equipes da Zoonoses ainda promovem ações educativas e de mobilização social, tais como exposições e palestras. Outra ação é o chamado ‘mutirão de arrastão’, em que é feita a remoção imediata de potenciais criadouros do mosquito da dengue encontrados em imóveis, terrenos baldios e áreas verdes”, ressalta a pasta municipal.

Campeãs de casos

Conforme a SES, as zonas norte e oeste são as que possuem mais casos confirmados de dengue em 2023. Além disso, a Avaliação de Densidade Larvária (ADL) em Sorocaba atualmente é de 5,8% e merece atenção, ainda que, na série histórica, tanto esse índice, quanto o total de casos estejam longe dos números de anos anteriores, como, por exemplo, 2015, quando houve pico de notificações de dengue, com mais de 65 mil casos, no ano.

Para diminuir os casos, é fundamental a colaboração da população no combate à doença. “Por isso, os cuidados não devem ser somente na residência. É essencial ficar atento a possíveis focos de água parada na escola, no trabalho, nos vizinhos e em outros locais frequentados diariamente”, orienta a SES.

De acordo com a pasta municipal, é preciso manter as lixeiras sempre tampadas e com os sacos plásticos bem fechados. Os munícipes devem guardar os pneus secos em local coberto. Garrafas, frascos, potes, latas vazias e baldes descartáveis devem ser colocados no lixo ou vazios e virados de boca para baixo, igualmente em local coberto. É preciso, ainda, manter ralos com pouco uso fechados e dispensar no local uma colher com detergente ou sabão em pó. Após cada chuva ou ao lavar o quintal, repetir esse tratamento.

Todos os pratos de vasos de plantas ou xaxins, dentro ou fora da casa, devem ser eliminados, pois acumulam água e são criadouros mais frequentes do mosquito. No caso de bromélias ou outras plantas que possam acumular água, o indicado é plantar em local coberto e molhar somente a terra. Vasilhas de água para animais domésticos devem ser escovadas com bucha e sabão todos os dias, e ter a água trocada, para eliminar possíveis ovos do mosquito.

Votorantim

A Prefeitura de Votorantim informou que entre os dias 1º de janeiro e 5 de maio de 2023 ocorreram 5.403 notificações, sendo que 2.324 casos foram confirmados. Em menos de um mês, os casos aumentaram 50,90% na cidade vizinha, ou seja, passaram de 1.540 em 13 de abril para 2.324 até o último dia 5 deste mês. Após a confirmação de duas mortes pela doença neste anos, nenhuma outra está sob investigação.

A municipalidade confirmou que a dengue é considerada situação de emergência em Votorantim. O índice de densidade larvária está em 6,49% atualmente e os bairros com mais casos são Itapeva, Jataí, Vila Pedroso, Serrano e São Lucas.

Já na comparação com os anos anteriores, os casos de dengue no município têm aumentado bastante. Em relação a 2022, por exemplo, o aumento é de 252,65%. No ano passado, Votorantim confirmou 659 casos da doença contra 2.324 em pouco mais de quatro meses em 2023. Em 2021, o total foi de 328, 178 em 2020 e 166 em 2019. (Ana Claudia Martins)