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Elas Vivem

Projeto cria aluguel social às mulheres vítimas de violência

Proposta disponibiliza o valor mensal de R$ 700, com possibilidade de prorrogação por mais um semestre

08 de Maio de 2023 às 23:01
Wilma Antunes [email protected]
Matéria legislativa será votada hoje em segunda discussão. Proposta tem amparo na Lei Maria da Penha
Matéria legislativa será votada hoje em segunda discussão. Proposta tem amparo na Lei Maria da Penha (Crédito: PAULO H. CARVALHO / AGÊNCIA BRASIL)

 

A cada quatro horas, uma mulher é vítima de agressão, segundo o boletim Elas Vivem, da Rede de Observatórios de Segurança. Isso torna o desenvolvimento de políticas públicas para acabar com esse tipo de violência cada vez mais importante. Nesta terça-feira (9), a Câmara de Sorocaba pode dar um passo fundamental para apoiar as vítimas e acender a esperança de um novo recomeço na vida dessas mulheres.

O projeto de Lei que cria o benefício do aluguel social para vítimas de violência doméstica e familiar será votado em segunda discussão, em sessão ordinária. A proposta é disponibilizar o valor mensal de R$ 700, com possibilidade de prorrogação por mais um semestre. Se aprovada, a matéria legislativa seguirá para sanção do Poder Executivo, que terá 120 dias vai aprovar ou vetar o projeto.

A iniciativa do vereador Fernando Dini (MDB), elaborada em 2018, foi preliminarmente aprovada pela Casa cinco anos depois. O texto considera violência doméstica contra mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que provoque morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, conforme disposto na lei federal Maria da Penha. São consideradas vítimas, de acordo com o projeto, mulheres e aparentados, unidos por laços naturais, afinidade ou vontade expressa com ou sem vínculo familiar. No entanto, a definição quanto aos casos que se enquadram nas condições destes termos ainda terá de ser regulamentada pelo Executivo.

O valor de R$ 700 proposto pelo parlamentar poderá ser prorrogado uma única vez, por mais seis meses, dependendo da avaliação da Prefeitura. Já os custos para implantar a lei em questão serão cobertos por verbas específicas do orçamento atual. E, caso essas verbas não sejam suficientes, elas poderão ser complementadas. A norma entrará em vigor assim que for publicada no Jornal do Município.

Cartão Recomeçar

O projeto de lei que cria o cartão Recomeçar, destinado à vítimas de violência doméstica, foi apensado à matéria de Dini. A proposta, do vereador Luis Santos (Republicanos). O cartão prevê auxílios como linha de crédito junto ao Banco do Povo, auxílio-aluguel, 20% das vagas anuais em cursos de capacitação e qualificação profissional do município e instituições parceiras e 20% dos encaminhamentos mensais para as vagas de empregos formais. Por se tratar do mesmo assunto, a iniciativa foi anexada à anterior.

Transparência na saúde

Em primeira discussão, será votado o projeto de lei que obriga a publicação de lista de pacientes no site oficial da Prefeitura de Sorocaba. O relatório deve constar a quantidade de pessoas que aguardam por consultas, exames e intervenções cirúrgicas nas unidades de saúde do município. O texto é de autoria da vereadora Fernanda Garcia (Psol).

O projeto de lei de Ítalo Moreira (PSC) tramita apensado ao de Fernanda e tem texto semelhante. A proposta obriga o Executivo a publicar no portal oficial ou outro meio eletrônico disponível, a lista de espera atualizada dos pacientes que aguardam consultas -- discriminadas por especialidade --, exames, intervenções cirúrgicas, leito em hospital e quaisquer outros procedimentos na área de gestão da saúde pública. (Wilma Antunes)