Uma semana após a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar supostas irregularidades durante a presidência do vereador Alison Andrei Pereira de Camargo -- 2019 a 2020 --, conhecido como Pastor Lilo (União Brasil), na Câmara de Votorantim, o ex-presidente José Cláudio Pereira, o Zelão (PT) -- biênio 2021/22 --, é o novo alvo. O pedido de abertura da CEI contra ele foi protocolado nesta quarta-feira (3), durante sessão ordinária, e visa apurar possíveis irregularidades na contratação de empresa especializada em estruturação e materiais elétricos da Casa de Leis.

O documento foi assinado por cinco edis: Pastor Lilo, Ita (Cidadania), Gaguinho (PTB), Luciano Silva (Podemos) e Mauro dos Materiais (PTB). De acordo com os parlamentares, a solicitação tem base no regimento interno da Câmara. Eles consideram que, desde o início da gestão de Zelão, diversos contratos foram feitos de “maneira duvidosa”. O destaque do pedido de CEI é a contratação de uma empresa especializada em instalações elétricas, pois, segundo os denunciantes, até o momento “não foi finalizado e nem declaradas com transparência as medições dos serviços e os pagamentos dos empenhos”.

O atual presidente da Casa, Thiago Schiming (PSDB), explicou que o pedido de abertura da CEI contra o vereador Zelão foi protocolado na Mesa Diretora e ainda precisa ser encaminhado ao Departamento Jurídico para análise preliminar. Caso a CEI tenha a instalação autorizada, os trabalhos terão inicialmente duração de 120, podendo haver prorrogação.

A reportagem tentou falar diretamente com o vereador Zelão sobre o assunto, mas não obteve sucesso. A Assessoria de Comunicação da Câmara enviou a manifestação do petista, que afirmou que a solicitação não tem lógica. “O pedido da última sessão não tem fundamento e as medidas cabíveis, jurídicas e administrativas serão tomadas pelo vereador Zelão”, diz a nota.

Uma atrás da outra

No último dia 25, a Câmara de Votorantim abriu uma CEI para avaliar denúncias de possíveis irregularidades em contratações realizadas durante a presidência de Pastor Lilo (União Brasil) entre os anos de 2019 e 2020. O pedido foi feito com base em ofícios elaborados pela entidade Agentes Voluntários do Brasil (AVB) e Instituto Ação Cidadã (IAC).

Os vereadores Cesar Silva (Cidadania), Rogério Lima (PP), Cirineu Barbosa (PMN) e Zelão formalizaram o pedido de abertura da comissão especial, destacando que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) também instaurou um inquérito civil para apurar as possíveis irregularidades apontadas em contratos do Executivo em 2019.

De acordo com o documento elaborado pelos edis, o MP também investiga a existência ou não de crimes em, pelo menos, 25 contratações celebradas pela Câmara no mesmo período. Os objetos da investigação são supostos crimes licitatórios, como contratação superfaturada e direcionamento de certames. (Wilma Antunes)