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Ônibus intermunicipais da RMS têm maior idade média da EMTU

Levantamento mostra que a frota da região possui cerca de 10,2 anos

22 de Abril de 2023 às 22:01
Thaís Marcolino [email protected]
EMTU gerencia e fiscaliza 86 linhas metropolitanas na RMS
EMTU gerencia e fiscaliza 86 linhas metropolitanas na RMS (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (14/4/2023))

Um levantamento da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU), realizado no primeiro quadrimestre de 2023, mostrou que em sua área de atuação, a região metropolitana de Sorocaba (RMS) têm a maior idade média de frota de ônibus com 10,2/ano. O número é um pouco menor que os 10,32 anos apontados na pesquisa feita no final do ano passado, mas ainda assim o tempo para a troca dos veículos segue sendo superior, principalmente quando comparado com outras regiões.

Os dados de dezembro apontaram que depois da RMS, a região do Vale do Paraíba/Litoral Norte troca a frota a cada 7,04/ano, seguida da Grande São Paulo com 6,82, Campinas com 6,17 e por fim, a com melhor resultado foi a da Baixada Santista, que tem a idade média de sua frota com 1,80/ano.

Hoje, a EMTU gerencia e fiscaliza 86 linhas metropolitanas na Região Metropolitana de Sorocaba, transportando diariamente cerca de 33 mil passageiros entre 27 municípios. Sete empresas operam estas linhas por meio de permissões, com frota de 152 veículos.

Segundo a empresa, por meio de nota, independente do tempo que a frota é renovada, realiza o acompanhamento constante da operação, que tem como objetivo oferecer aos passageiros condição de confiabilidade e segurança permanentes.

Mas não é isso que os usuários do transporte sentem. A reportagem do Cruzeiro do Sul percorreu o entorno da rodoviária de Sorocaba, onde existem, pontos de embarque e desembarque de passageiros da região metropolitana e presenciou que um dos veículos estava com problemas ao fechar a porta e seguiu destino com ela entreaberta, além de conversar com alguns usuários, que relataram o que vivem diariamente.

A Leonilia Vieira, de 50 anos, mora em Mairinque, mas vem à Sorocaba de segunda a sexta-feira para trabalhar. Segundo ela, a estatística é real, já que os ônibus estão velhos e a falta de manutenção atrapalha quando o assunto é respeitar o horário. “Até o motorista já falou pra gente que não consegue chegar a uma velocidade adequada porque o ônibus não aguenta, aí tendo que andar mais devagar o horário previsto nunca dá certo. Já cheguei atrasada várias vezes no serviço por causa disso. Isso quando o ônibus não quebra no caminho, aí tem que esperar um outro chegar. É uma falta de respeito com a gente, e olha que não pagamos barato não”, relata a doméstica.

Cecília vem a Sorocaba diariamente e defende renovação do veículos que, segundo ela, quebram e apresentam problemas com frequência - FÁBIO ROGÉRIO (14/4/2023)
Cecília vem a Sorocaba diariamente e defende renovação do veículos que, segundo ela, quebram e apresentam problemas com frequência (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (14/4/2023))

Os problemas para a dona Cecília Francisca Américo são perceptíveis há mais de 20 anos. Ela trabalha em Sorocaba há 24 anos, mas mora em Salto. “Sempre foi velho, sempre quebra, fura pneu na estrada, seria ótimo que trocassem com mais frequência, porque a sensação é de abandono, tanto com o veículo quanto com os passageiros”, desabafa a técnica de encefalograma de 66 anos.

Diferente das moradoras de Salto e Mairinque, a Ana Carolina Correa Gonçalves, de 27 anos, não presenciou nenhum contratempo na estrada, mas sempre ouve relatos de outros passageiros. Ela usa a linha Salto de Pirapora Sorocaba, gerenciada pela empresa São João há três anos e para ela, o principal problema é em relação aos horários. “Sempre está atrasado, não tem uma tabela decente durante o dia, é horrível. Agora, em relação à manutenção, eu sinto sim que eles estão velhos, que precisam trocar com mais regularidade, a porta não fecha totalmente, tem bancos detonados”, conta a auxiliar de limpeza.

A EMTU informou que “todos os veículos passam por inspeção periódica realizada por técnicos da empresa, onde são verificados 938 itens, em especial àqueles relacionados à segurança da operação, tais como tacógrafo, sistemas de iluminação, freios e pneus. São realizadas também fiscalizações de rotina, com o ônibus em operação, avaliando questões relacionadas a horários, itinerários e condição mecânicas dos veículos. Se constatada alguma inconformidade, o veículo é retirado de operação, retornando após correção.”

Questionada sobre a possibilidade de exigir um tempo menor e padrão para que seja feita a troca da frota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos disse que “trabalha na montagem de edital para licitar a concessão do transporte na RMS, ainda sem data de publicação, e incluirá entre as melhorarias, a diminuição da idade da frota em toda região de Sorocaba.” (Thaís Marcolino)

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