Cidades
Sorocaba e Votorantim confirmam três mortes por dengue em 2023
Casos confirmados da doença registram a alta acelerada nas últimas semanas: totalizando 2.410 nas duas cidades
As primeiras mortes em decorrência da dengue neste ano, em Sorocaba e Votorantim, foram confirmadas nesta quinta-feira (13). Sorocaba registrou um óbito, já em Votorantim foram dois casos fatais. Em ambos os municípios os registros de infecção seguem aumentando, totalizando 2.410 em pouco mais de três meses.
Em Votorantim, as duas mortes foram confirmadas pelo Instituto Adolfo Lutz. As vítimas são duas mulheres, de 58 e 83 anos, que moravam, respectivamente, nas regiões do Parque Novo Mundo e do Jardim Icatu.
A primeira morte ocorreu há 30 dias e a segunda há 20. De acordo com o Instituto, a primeira mulher não tinha doenças que pudessem justificar a ampliação do quadro da dengue, levando à dengue hemorrágica. Já a idosa tinha comorbidades. O município de Votorantim tem hoje 1.540 casos confirmados da doença.
Em Sorocaba, a morte foi confirmada pelo órgão estadual de Serviço de Verificação de Óbito (SVO), depois de investigação feita pela Vigilância Epidemiológica. De acordo com a Secretaria de Saúde (SES), a paciente é uma mulher, de 59 anos. A cidade totaliza 807 casos da doença e em apenas uma semana houve aumento de 212 pessoas infectadas -- 35,7%.
Mutirões
Na tentativa de evitar a ampliação do número de criadores do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, Votorantim tem realizado mutirões em diversos bairros, principalmente naqueles onde têm ocorrido as maiores taxas de contaminações. Até o momento foram realizados três mutirões, totalizando 20 toneladas de materiais inservíveis retirados de residências e áreas públicas da cidade.
O mais recente mutirão ocorreu ontem (13) no Jardim São Lucas, região Sul da cidade. Funcionários da Secretaria de Serviços Públicos percorreram o bairro com o caminhão Cata Treco e recolheram cerca de 6 toneladas de móveis velhos, eletrodomésticos quebrados, colchões, pedaços de madeira e metal.
Os primeiros mutirões foram realizados nos dias 22 e 30 de março. Nas duas ações, a Prefeitura retirou 5 e 10 toneladas de entulhos, respectivamente, das ruas da cidade.
Durante a ação no Jardim São Lucas, a Secretaria de Saúde também disponibilizou um carro de som para transmitir avisos sobre os cuidados necessários para evitar a proliferação do mosquito transmissor da dengue.
População pode colaborar
Ainda não há vacina contra a dengue, por isso, a prevenção ainda é o melhor remédio. Para tanto, é necessário que cada munícipe elimine os criadores do mosquito em sua residência. Uma das maneiras é manter os reservatórios e qualquer lugar que possa acumular água totalmente cobertos, seja com telas, capas ou tampas, impedindo, assim, a proliferação de larvas do Aedes aegypti.
Além disso, medidas de proteção individual, principalmente durante o dia, também podem ajudar. O Ministério da Saúde (MS) sugere o uso de repelente à base de DEET, IR3535 ou de Icaridina nas partes expostas do corpo. Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes ao dia. Também pode ajudar o uso de mosquiteiros sobre a cama e telas em portas e janelas.
Sintomas
Entre os sintomas da dengue estão febre alta acima de 38°C, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas avermelhadas pelo corpo. Ao observar uma ou mais manifestações, um serviço de saúde deve ser procurado para que se tenha o diagnóstico e tratamento adequado.
Apesar de todas as faixas etárias serem suscetíveis à doença, idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte. (Thaís Marcolino)