Segurança
Tarcísio anuncia pacote de segurança escolar
Prevenção à violência terá mais 600 PMs de folga, 1 mil seguranças privados, policiais aposentados e 550 psicólogos
O governo de São Paulo anunciou, na manhã de ontem (13), medidas para aumentar a segurança em escolas do Estado. Além da contratação de psicólogos, policiais de folga vão reforçar as rondas escolares e seguranças privados atuarão dentro das unidades. Agentes aposentados serão recontratados para fazer a gestão do programa em cada estabelecimento de ensino. As ações foram anunciadas durante visita do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), dos secretários de Educação, Renato Feder, e de Segurança Pública, Guilherme Derrite, do prefeito Ricardo Nunes (PSDB) à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital, onde uma professora foi assassinada a facadas por um aluno no mês passado.
Tarcísio enfatizou que o projeto é uma tentativa de frear os ataques e devolver a tranquilidade ao ambiente escolar, mas que ainda não há certezas sobre qual a forma mais eficaz e, por isso, as medidas podem ser adaptadas e melhoradas com o tempo. “Se vocês me perguntarem: ‘Vocês sabem o que fazer?’, (a resposta será) ‘não’. A gente vai construir, vai ouvir os professores, os profissionais e tentar. Talvez a gente erre, talvez a gente acerte”, afirmou.
“A gente quer dar tranquilidade para os pais e a gente não vai descansar enquanto não proporcionar o resgate desse ambiente escolar seguro e superar essa onda de violência, ódio e intolerância”, completou o governador, que conversou com professores e funcionários da Thomazia Montoro.
A ronda escolar será reforçada com o apoio das unidades de polícia e também com a oferta de 600 vagas para policiais de folga. O Estado também vai contratar cerca de mil vigilantes privados. Eles vão trabalhar de forma fixa nas escolas classificadas como de “maior risco” e atuarão desarmados.
De acordo com o secretário de Educação, a medida foi tomada após pesquisa com os professores. O objetivo é que esses vigilantes conheçam os alunos e saibam identificar possíveis comportamentos suspeitos, fazendo uma ponte de comunicação com a equipe de apoio psicossocial -- que também faz parte do pacote.
A definição das escolas de risco se dará por meio de um cruzamento de informações da Secretaria de Segurança Pública sobre regiões com maior criminalidade e dados de conflitos escolares. Aquelas unidades que ficam em bairros mais perigosos e têm um histórico latente de conflitos entre alunos receberão atenção especial.
Uma outra iniciativa é a criação do programa Segurança Escolar, que vai colocar de forma permanente um policial em cada escola, segundo o governo do Estado. A ideia é recontratar os agentes de segurança já aposentados para assumir a função de gestores do programa. Um projeto de lei será apresentado para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo para que esse tipo de contratação seja permitida.
Psicólogos
Uma equipe de 550 psicólogos também começará a atuar nas escolas. Um profissional vai atuar em cerca de 10 escolas, para garantir, ao menos, um atendimento semanal. Uma licitação para a contratação temporária desses profissionais já foi aberta.
Especialistas alertam que só barreiras de segurança não são suficientes e reforçam que ações em prol da convivência pacífica sejam parte dos projetos pedagógicos das escolas. “Trazer um grande aparato de segurança que torne as escolas parecidas com prisões não resolve. O principal investimento deve ser em identificar conflitos, bullying e lidar com eles, fortalecendo a estrutura escolar e a capacidade dos professores e equipe técnica para isso, além de trazer apoio para a saúde mental dos trabalhadores e estudantes”, aponta nota técnica do Instituto Sou da Paz, referência em estudos de segurança pública.
Investimentos
No âmbito da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), serão investidos R$ 240 milhões para a contratação de 550 psicólogos -- R$ 56 milhões -- e 1 mil seguranças privados -- R$ 60 milhões -- para atuar nas escolas estaduais. Conforme o secretário Renato Feder, a nova contratação do programa Psicólogos na Educação já está em andamento com previsão de conclusão em até 180 dias.
Também foi anunciada a ampliação do número de professores com horas exclusivas para lidar com questões de convivência e atualização da Plataforma Conviva - Placon, local para registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino. Serão 5 mil professores, um por escola, com jornada de 10 horas semanais exclusivas para disseminar ações do programa em suas unidades. Este período de trabalho representa R$ 120 milhões. Por fim, o novo aplicativo da Placon vai contar com informações integradas da Educação, Segurança Pública, Justiça e Saúde sobre os alunos. (Da Redação com Estadão Conteúdo e Secretaria Estadual de Segurança Pública)