A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba prendeu uma mulher, de 38 anos, suspeita de roubar e furtar vários estabelecimentos comerciais na cidade. Dois comparsas dela, de 33 e 44 anos, também foram capturados. Ela é apontada como líder da quadrilha. A acusada teria praticado ao menos três roubos: uma farmácia, um vigilante de supermercado e uma pousada. Ainda no mercado, ela também tentou roubar o dinheiro de um caixa, mas não conseguiu. Além disso, é indicada como autora de um furto a uma loja de próteses ortopédicas. As informações foram passadas pela delegada titular da Deic, Luciane Bachir, em entrevista ao Cruzeiro do Sul, ontem (12).

Segundo Luciane, o crime que deu origem às investigações foi o assalto ao supermercado no bairro Cerrado. Ele ocorreu no dia 27 de fevereiro deste ano. Na ocasião, conforme a delegada, a suspeita e um dos seus comparsas invadiram o local. Com uma réplica de arma de fogo, ela rendeu uma operadora de caixa e, sob ameaça, pediu para a funcionária lhe entregar o dinheiro armazenado. Porém, por motivo não esclarecido, não conseguiu consumar o roubo. Assim, abordou um segurança do estabelecimento, tendo levado o celular dele.

Logo no início da averiguação desse caso, a Polícia Civil conseguiu descobrir as identidades da mulher e do homem. Assim, no dia 9 março, houve o cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão nas casas de ambos. Na residência da acusada, os policiais apreenderam a arma usada por ela no delito. Após análise, contatou-se tratar de uma réplica bastante semelhante a uma arma de fogo original, de acordo com Luciane. Já no imóvel do outro ladrão, nada foi apreendido.

Mesmo depois de capturar a dupla, a Deic prosseguiu com a apuração. Durante os trabalhos, os investigadores detectaram que a suspeita havia roubado e furtado outros estabelecimentos comerciais em um curto intervalo de tempo. Um dos furtos ocorreu em 28 de fevereiro, apenas um dia após a ação no mercado.

Nesse episódio, o alvo foi uma loja de próteses ortopédicas no Centro. Foi a nona ocorrência em um ano, segundo o proprietário do estabelecimento. A criminosa levou celulares, notebooks e uma prótese, causando prejuízo total de R$ 50 mil a 60 mil. “Identificamos, inclusive, que ela vendeu um dos celulares subtraídos para um homem que foi preso por nós por receptação”, revelou Luciane. De acordo com a delegada, dois aparelhos foram recuperados.

Além disso, com a ajuda de outro cúmplice, ela roubou uma pousada no bairro Nova Sorocaba, em 23 de fevereiro. Segundo a titular da Deic, ela utilizou, novamente, a arma falsa para coagir uma atendente a lhe entregar o seu celular e dinheiro. “Ela confessou que, imediatamente, trocou o aparelho por pedras de crack e gastou todo o dinheiro em crack”, disse. Esse outro envolvido também foi identificado e preso temporariamente em 23 de março. Em outro caso, a criminosa é apontada como autora de um furto a uma farmácia na região central. Não há detalhes sobre essa ocorrência.

Líder

De acordo com Luciane Bachir, embora tivesse auxílio, a mulher era sempre a responsável por abordar e ameaçar as vítimas com a arma, bem como por subtrair os pertences e dinheiro delas. “Em todos os delitos, quem exercia o papel de liderança era ela”, disse. Ainda conforme a policial, a assaltante -- mãe de nove filhos -- confessou os crimes. Igualmente, admitiu que os praticava com o objetivo de obter objetos para trocar por drogas ou valores para comprá-las. “Ela usava todas as drogas, inclusive, álcool”, afirmou.

As prisões dela e dos dois homens foram convertidas em preventivas. O trio vai responder por roubo, furto e tentativa de furto. As penas para os crimes variam de um a quatro anos de prisão e multa. A líder do grupo está na Penitenciária Feminina de Votorantim, enquanto os dois cúmplices foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. (Vinicius Camargo)