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Reunião entre prefeitos define medidas de segurança nas escolas

Encontro acontece após ataques em escolas do Brasil, como o ocorrido na capital paulista, onde uma professora foi morta e em Blumenau, que quatro crianças morreram

11 de Abril de 2023 às 16:49
Virginia Kleinhappel Valio [email protected]
Reunião entre prefeitos da Região Metropolitana de Sorocaba foi realizada nesta terça-feira (11)
Reunião entre prefeitos da Região Metropolitana de Sorocaba foi realizada nesta terça-feira (11) (Crédito: Cezar Ribeiro )

A reunião realizada entre os prefeitos da Região Metropolitana de Sorocaba nesta terça-feira (11), na Prefeitura de Sorocaba, definiu 10 medidas de segurança que serão implementadas em Sorocaba e nas cidades da RMS. Os 15 prefeitos presentes fizeram sugestões sobre ações que poderiam ser feitas. O encontro entre as autoridades ocorre após ataques em escolas do Brasil, como o ocorrido na capital paulista, onde uma professora foi morta e em Blumenau, que quatro crianças morreram. 

Além do prefeito de Sorocaba e presidente RMS, Rodrigo Manga, também estiveram presentes os prefeitos Gustavo de Souza Barros Vieira (Sarapuí), Miguel Lopes Cardoso Junior (Tatuí), Vlamir de Jesus Sander (Tietê), Marco Aurélio Soares (Pilar do Sul) e Fabíola Alves (Votorantim), além dos chefes do Executivo de Alambari, Alumínio, Boituva, Capela do Alto, Cesário Lange, Iperó, Jumirim, Mairinque e Tapiraí. Vale lembrar que a RMS é composta por 27 municípios, portanto, muitos não estiveram presentes.

As dez medidas aprovadas na reunião são: palestra da polícia para os secretários de segurança e educação; monitoramento em todas as escolas; criação de um grupo com prefeitos, secretários, polícia civil e militar; vigias nas escolas; detector de metal; botão do pânico; ronda ostensiva com visitas esporádicas surpresas nas escolas; trabalho de inteligência da polícia civil nas redes sociais. ampliação da divulgação do disque-denúncia (181) nas escolas e na imprensa e por fim, projeto de lei para que todos os itens anteriores sejam aplicados nas escolas particulares.

As medidas definidas pelos prefeitos serão analisadas pelas autoridades de cada cidade, de acordo com a situação orçamentária. Segundo o presidente da região metropolitana de Sorocaba, Rodrigo Manga, uma reunião com o Estado será agendada para as cidades que não possuem capacidade financeira para aderir às medidas: "Para os municípios que não conseguirem aderir aos 10 ou alguns, nós vamos marcar uma reunião com o Governo do Estado, para que ele possa reforçar isso, da maneira orçamentária. Como presidente da região metropolitana, vou pleitear para algumas cidades menores que não tem condição orçamentária, para que possa ser feito."

Iperó está entre as cidades que buscarão recursos do Estado, porém, somente para a implantação de detectores de metais nas unidades de ensino. Quanto às outras medidas, o Executivo afirmou que vem realizando ações quanto à segurança na escola antes mesmo do acontecimento em Blumenau, Santa Catarina. "Estamos já realizando quase todas as ações mencionadas na reunião. Iremos aderir todas as ações que forem necessárias."

Já Manga afirma que Sorocaba não precisa de ajuda do Estado e que vai implementar/implantar as dez medidas anunciadas. "Vamos aderir a todos os itens. Graças a Deus Sorocaba vive uma situação importante orçamentária. Em alguns pontos estamos adiantados, como a questão dos vigias. Já temos também uma licitação em andamento da questão das câmeras de monitoramento e botão do pânico. Este último não vamos precisar contratar, pois o próprio setor da prefeitura está desenvolvendo."

Situação de emergência na Educação

Na reunião, Rodrigo Manga disse que vai declarar situação de emergência na Educação em Sorocaba. Primeiramente, o Executivo irá sugerir ao Governo do Estado. "Caso esse decreto de emergencialidade demore, vamos fazer pelo município de Sorocaba". De acordo com o prefeito, o decreto é necessário para que questões burocráticas não atrapalhem contratações. "Precisamos de ações efetivas, que exige emergencialidade, em um momento como este, que os ataques estão acontecendo, infelizmente. Isso não era comum em nosso país e agora está amedrontando a população. Portanto, algumas contratações necessitam deste decreto."

Um dos assuntos em pauta na reunião foi a questão as informações falsas sobre ataques ocorrendo em escolas da Região Metropolitana de Sorocaba. O prefeito garantiu que as pessoas que estão compartilhando informações falsas serão punidas no rigor da lei: "A Polícia Civil estará atenta a isso. Não é hora de brincar, não é hora de brincar com a emoção das pessoas e com o bem maior que as pessoas tem, que são os seus filhos."

É preciso apoio da comunidade

Para o diretor do Deinter-7, todas as medidas adotadas são importantes, mas é preciso uma união de forças entre comunidade, polícias e poder público. Ele afirma que a Polícia Civil está trabalhando com o setor de inteligência diuturnamente para checar as informações de supostos ataques às escolas e que tudo é verificado, para em seguida, a polícia tomar as providências necessárias.

Nesta terça-feira (11), o setor de inteligência da Polícia Civil identificou que três alunos de uma escola municipal de Sorocaba estavam levando facas à unidade de ensino. Imediatamente, a polícia agiu. Os alunos foram orientados, os pais foram chamados e foi elaborado boletim de ocorrência sobre o caso.

"A Polícia Civil vem trabalhando para tentar antecipar as situações e temos conseguido. Ações estão sendo realizadas para coibir esse tipo de conduta e estão trazendo resultado positivo. Nós recebemos a orientação da nossa Secretaria de Segurança. Nosso secretário, Guilherme Derrite, está muito preocupado e está a frente trabalhando diuturnamente, nos orientando bastante neste sentido. Nós estamos agindo para que os pais tenham mais tranquilidade em mandar seus filhos à escola e que os educadores -- são muito importantes -- trabalhem em paz", disse Wilson Negrão.

Em relação às informações que muitas vezes são falsas e que chegam via Copom, o Chefe do Estado Maior do CPI 7, Tenente-Coronel Glauco Alves, explica que são repassadas à Polícia Civil com o objetivo de verificar a veracidade da informação. "Muitas ligações são de acontecimentos futuros e não pontuais. Os pontuais, são deslocados viaturas. Os futuros, trabalhamos em conjunto com a Polícia Civil e outros órgãos da Secretaria de Segurança Pública para que seja feito esse tipo de levantamento."

Escolas particulares já adotam medidas

Algumas escolas particulares de Sorocaba já adotaram medidas de segurança. É o caso de uma escola da zona oeste, onde as provas foram remarcadas e um comunicado foi enviado aos responsáveis. Nele, a unidade escolar informa a contratação de vigilante das 7h30 às 18h30; suspensão por tempo indeterminado de visitas presenciais, que passarão a ocorrer de forma virtual; colocação de concertina em um dos muros da escola (tipo de arame pontiagudo usado para impedir invasões); instalação de detector de metais que está em via de estudo e suspensão de visitas de representantes. Outra escola, localizada na região central, também começou a agir. Em um primeiro momento, a unidade escolar está contratando vigilantes.

Aumento das rondas escolares

Em razão dos atentados e ameaças às escolas, a Secretaria de Segurança Pública, por meio da Polícia Militar, está intensificando o patrulhamento escolar e os pontos de estacionamento com viaturas em horários que não estão no policiamento preventivo, ou que não estão em atendimento de ocorrência, próximos às escolas.