Dependência química
Sorocaba registra 2º caso de internação para tratamento envolvendo uso da droga K9
Mulher de 39 anos é moradora do Jardim Brasilândia e pediu auxílio para a administração pública
As equipes do programa municipal “HumanizAção”, da Prefeitura de Sorocaba, identificaram, neste domingo (9), o segundo caso na cidade de usuário da nova droga chamada K9. A mulher, de 39 anos, é moradora do Jardim Brasilândia, pediu auxílio e foi encaminhada para rede de atendimento especializada, a fim de receber tratamento contra a dependência química.
Ela relatou que estava usando a K9 e, depois de se despedir voluntariamente dos familiares, foi levada para Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Leste, onde foi medicada, após enfrentar uma forte crise de abstinência. Depois, ela foi levada para o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) “Roda Viva”, órgão mantido também pela Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba.
A mulher tem uma filha de seis anos de idade e um filho de seis meses, que ficaram sob os cuidados de familiares. Nesta segunda-feira (10), ela será encaminhada para internação na unidade feminina do Grupo de Apoio e Combate a Drogas e Álcool Santo Antônio (Grasa), para dar continuidade ao tratamento.
A vítima disse que, logo na primeira vez que experimentou a K9, ficou viciada. “Fui fumar um ‘baseado’ e, depois, descobri que era essa k9. Ela mexe com a cabeça da gente. Tenho conhecidos que usam crack, mas essa k9 é muito pior, porque é altamente viciante. Nem cinco minutos depois e a gente já quer outra, é muito forte. Estou com a boca toda queimada por dentro. Preciso de ajuda, estou desesperada e não sei o que pode acontecer se essa droga se alastrar”, comentou ela, para a equipe do “HumanizAção”.
Na quinta-feira (6), o Poder Público de Sorocaba já havia encaminhado para internação voluntária uma mulher, de 39 anos, moradora do bairro Jardim Refúgio, que identificou-se ser usuária da K9. Mãe de oito filhos, foi atendida após contato feito por moradores do bairro, pelo WhatsApp 24 horas do programa “HumanizAção”, informando sobre a situação e a necessidade de auxílio para o caso. Ela também recebe tratamento de reabilitação na unidade feminina do Grasa.
A K9, que também é conhecida como K2, K4, High Legal, Black Mamba, Cannabis Blends e Spice, é como uma maconha sintética, que já se espalhou por São Paulo capital e, agora, luta-se para que não se expanda pelo interior do Estado. Ela consiste em uma mistura de produtos químicos industriais, com moléculas sintéticas de THC, pulverizadas sobre qualquer erva seca, como o capim.
A droga é projetada para se parecer com a maconha, porém, não possui aroma, apesar de ter a aparência da natural, e pode vir disfarçada de incenso ou ervas aromatizadoras. Por ser sintética, a K9 pode ter efeito cem vezes mais potente que a maconha natural ou o crack. Por isso, seu consumo afeta o cérebro de forma diferente do que a droga natural. Os usuários podem ter efeitos colaterais, como: ansiedade, agitação, náuseas, vômitos, hipertensão arterial, convulsões, alucinações, pânico, incapacidade de comunicação, paranoia, agir com violência, entre outros. Os sintomas vêm sendo chamados pelos médicos como “efeito zumbi”. (Com informações da Secom)