Capivaras somem sem deixar rastro
Em nota, a Prefeitura afirmou que não houve qualquer intervenção, por parte do Poder Público, na rotina da espécie
O sumiço das capivaras chama a atenção dos moradores de Votorantim. Durante muito tempo, o município foi conhecido como “a cidade das capivaras”, devido à grande quantidade desses animais vivendo nas proximidades do rio Sorocaba e de córregos. Porém, segundo munícipes, a espécie não é mais vista há pelo menos dois anos. De acordo com votorantinenses, circula a informação de que a Prefeitura teria retirado os bichos do ambiente urbano e os levado para outro local. A administração municipal nega.
Irineu Diogo de Melo, de 64 anos, operador de máquina, conta que, comumente, diversas capivaras apareciam, sobretudo, no Centro. Conforme Melo, era comum vê-las nas margens do rio Sorocaba, na altura da praça Lecy de Campos (conhecida praça de Eventos), no terminal próximo à praça Zeca Padeiro, no bairro da Chave, dentre outras áreas nessa região. Porém, há dois anos, isso não acontece mais. “Pelo que eu ouvi falar, a Prefeitura as retirou e as levou para outro lugar”, comentou.
Ainda segundo o morador, anteriormente, havia um alambrado nas proximidades do rio para impedir os animais de sair daquela área. Contudo, completa ele, o Executivo também retirou as estruturas de contenção. Filho de Irineu, Alessandro Diogo de Melo, de 35 anos, ajudante geral, também não vê os bichos há ao menos dois anos. Assim como o pai, ele informa ter ouvido de conhecidos a versão sobre o remanejamento dos bichos, mas a municipalidade não divulgou nada oficialmente.
Grande quantidade de animais vivia às margens do rio Sorocaba e de córregos, mas desapareceram há cerca de dois anos (crédito: CEZAR RIBEIRO (4/4/2023))
Em nota, a Prefeitura afirmou que não houve qualquer intervenção, por parte do Poder Público, na rotina da espécie. O Município considera a possibilidade de os animais terem migrado para outra região. “As capivaras são animais de vida livre, que vivem em bandos e se deslocam frequentemente pelas matas, rios e córregos em busca de alimento e de novos locais para habitar”, explicou. O Executivo não se posicionou sobre a remoção do alambrado.
Febre Maculosa Brasileira
De acordo com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), vinculado ao governo federal, a capivara é um dos hospedeiros do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa brasileira (FMB) aos humanos. Esses carrapatos servem como reservatórios da bactéria causadora da doença. Eles são encontrados, igualmente, em outros animais de grande porte, como cães, aves domésticas e roedores.
O Ibram detalha que a FMB tem sintomas semelhantes aos de outras infecções. São eles: febre, dor no corpo, dor de cabeça e desânimo. Segundo o instituto, a patologia apresenta alta letalidade, se não tratada precocemente. Por isso, são importantes alguns cuidados para evitar a contaminação. Um dos principais é transitar em áreas de risco -- aquelas com alta incidência de carrapatos e capivaras, por exemplo --, conforme o órgão. (Vinicius Camargo)
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