A Sexta-Feira da Paixão do Senhor é um dia sagrado e de grande importância no calendário cristão. Logo pela manhã, às 9h, na Catedral Metropolitana de Sorocaba, houve o sermão das Sete Palavras de Jesus na Cruz. Às 15h, aconteceu a ação litúrgica da Paixão do Senhor e, às 17h, a encenação da Paixão e procissão do Senhor Morto pelo entorno da Igreja Matriz.

A celebração iniciada às 15h foi presidida pelo arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine. Dividida em quatro partes, centenas de fiéis acompanharam a Liturgia da Palavra com o relato da Paixão, a Oração Universal (na qual a igreja reza por todas as necessidades e pessoas), a apresentação e Adoração da Cruz e o Rito da Comunhão, que finalizou o ato. “As celebrações tratam-se da gente entrar no mistério de Deus, ou seja, aquilo que aconteceu não está apenas no passado, os eventos da morte estão sempre presentes e atuais e a nossa participação neste mistério é real”, explicou o arcebispo.

Depois, houve a tradicional encenação da Paixão de Cristo. Organizada pela Comunidade Jovem Espírito Santo (Cojes) da Catedral Metropolitana de Sorocaba, o 24º espetáculo contou com a participação de cerca de 20 pessoas. A peça mostrou quando Jesus foi tentado pelo inimigo em Jerusalém, o apedrejamento da mulher adúltera, a Santa Ceia e a crucificação de Jesus. Não faltou emoção por parte dos fiéis presentes na Catedral.

O responsável por viver o papel de Jesus no momento de sua morte foi Rafael Pacheco. Essa é a quinta participação do programador de 24 anos, que sentiu uma grande responsabilidade em interpretar o filho de Deus. “Tento parecer o mais real possível naquele momento para que as pessoas sintam no coração”, contou.

“Participar da Paixão de Cristo é incrível, por que é o momento em que Jesus é xingado e chicoteado e muitas pessoas sentem como se fosse em si mesmas. É importante relembrar a data porque Ele veio para nos salvar. Muitos, na correria do dia a dia, esquecem disso. O objetivo do espetáculo é trazer isso para a população, não deixar esquecer de tudo que Ele fez por nós”, complementa Pacheco.

Após a encenação, os fiéis seguiram em procissão por ruas do centro de Sorocaba. Cerca de 800 pessoas participaram. Entre elas, Gilmar de Carvalho Daneluci junto de sua esposa e filho. Récem-chegados à cidade, essa é a primeira vez que se juntam às celebrações. “Achei muito bacana, emocionante e verdadeira a interpretação de todos os atores. Como fui criado sob a fé católica e somos praticantes, queremos ensinar os bons caminhos para meu filho. Para nós, é muito importante manter as celebrações da data, vir à igreja, porque são essas tradições que fazem com que a gente reveja os verdadeiros valores”, disse o administrador de empresas de 46 anos.

Participante assídua das procissões, dona Maria Célia Pinheiro Leite, de 63 anos, se sente bem a cada ano que comparece. “Tenho muita alegria em vir aqui fazer parte. É ótimo que a tradição seja mantida”, comentou a dona de casa.

Assim como na região central, a cidade recebeu outras apresentações da Paixão de Cristo. No domingo (2), uma encenação em Brigadeiro Tobias reuniu centenas de fiéis. Ontem (7), no Parque dos Espanhóis, às 19h30, houve a mais tradicional encenação da cidade, com cerca de três horas de duração, na qual é contada toda a história que envolve o período pascal.

Celebrações continuam

O Tríduo Pascal, iniciado no Domingo de Ramos, que relembra a chegada triunfal de Jesus a Jerusalém, e é encerrado no Domingo de Páscoa (9), segue com programação hoje e amanhã na Catedral Metropolitana de Sorocaba.

Hoje (8) haverá Missa da Vigília Pascal, às 19h30. Amanhã (9), o Domingo da Páscoa na Ressurreição do Senhor, em cinco horários diferentes: 8h, 10h, 12h, 18h e 20h. (Thaís Marcolino)