Homicídio doloso
Motorista investigado por acidente que causou morte de casal tem prisão preventiva decretada
Empresário do ramo de veículos, de 44 anos, está foragido da Justiça
Atualizada às 12h30
O motorista investigado pelo acidente do último domingo (19) em Votorantim, que terminou com a morte de um casal, teve a prisão preventiva decretada. A informação foi confirmada pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (22) em uma coletiva de imprensa. A partir de agora, o empresário do ramo de veículos, Régis Hermínio Cândido, de 44 anos, é considerado foragido da Justiça. Na segunda-feira (20), um advogado procurou a polícia para informar que o homem se apresentaria na delegacia, porém, isso não ocorreu.
De acordo com os delegados José Humberto Urban Filho, Seccional de Sorocaba, Oscar Garcia Machado Júnior e José Antônio Proença, titular e assistente de Votorantim, diante da gravidade do caso e das provas coletadas, a investigação passou a tratar o crime como homicídio doloso - quando há intenção de matar. “Nós estamos analisando o que chamamos tecnicamente de elemento subjetivo, que é o dolo eventual, então, nós tiramos ele da figura do crime culposo e passamos a tratá-lo como crime doloso contra a vítima. A diferença é que no final de tudo isso, o autor pode ser levado ao Tribunal do Júri”, explica o Seccional de Sorocaba.
Segundo o delegado José Antônio Proença, a forma em que o empresário agiu após o acidente também influenciou na decisão da polícia. “Tudo foi baseado na gravidade do ocorrido, duas mortes e uma vítima com lesões. Além do comportamento da pessoa envolvida, que se recusou a fazer o teste do bafômetro e também fugiu do hospital, prejudicando o trabalho de apuração do caso. Isso influiu no nosso pedido de prisão dessa pessoa”, declarou.
Agora, a polícia continua as buscas pelo homem. Há informações, também, de que o motorista tem habilitação e ligações no Paraguai, o que deixa a polícia alerta sobre a possibilidade de uma fuga do País. “O mandado de prisão será encaminhado para as fronteiras, para a Polícia Federal, para que se ele, eventualmente, fizer essa passagem, seja preso. Também serão avisadas as autoridades do Paraguai. Se ele for preso lá, faremos o trabalho de pedir a extradição dele”, reforçou o delegado titular de Votorantim, Oscar Garcia Machado Júnior.
Acidente
O acidente aconteceu na tarde de domingo na estrada vicinal da Represa de Itupararanga. No carro, além do casal José Rubens Martinelli e Maria Aparecida de Oliveira Martinelli, de 60 e 54 anos, também estava o filho das vítimas, de 31 anos. Os três transitavam na via em um Chevrolet Prisma quando foram atingidos de frente pelo outro veículo. Com o impacto da batida, o carro em que estava a família ficou destruído. Já no veículo em que o empresário estava foram encontradas diversas garrafas de cerveja, porém, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Alta velocidade
De acordo com a Polícia Militar, em execução a "Operação Represa", durante abordagem a uma motocicleta, a equipe visualizou o veículo Mercedes de cor branca passando em alta velocidade, sentindo Votorantim. Ao terminar a abordagem, os policiais retornavam para a área central, quando se depararam com o acidente e as pessoas feridas.
Segundo o boletim de ocorrência, ao observar os sinais deixados no local pelos veículos, o policial supôs que o motorista da Mercedes seguia sentindo centro, quando teria perdido o controle da direção na curva, batendo de frente com o Prisma, que seguia sentindo a represa. Com a colisão, o idoso, que dirigia o Chevrolet, ficou preso às ferragens. O Corpo de Bombeiros cortou o carro para retirar a vítima e o homem foi levado para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS). Já a sua esposa estava no banco de trás e foi arremessada para fora do carro. Ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento Jataí. Os dois não resistiram aos ferimentos. O filho do casal teve ferimentos na perna e recebeu alta do CHS na segunda-feira.
Embriaguez
A polícia também investiga a suposta embriaguez do motorista que dirigia a Mercedes. Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, no local do acidente, a Polícia Militar constatou que o homem estava cheirando a álcool e se recusou a fazer o teste do bafômetro. Já dentro do carro, foram encontradas garrafas de cerveja jogadas, algumas cheias e outras vazias.
Ao ser questionado pelo policial sobre o que teria ocorrido, o motorista disse que “o problema não é o acidente, o problema é que esse carro não tem seguro e custa quase R$ 200 mil”. Ele também recebeu atendimento e foi levado para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), porém, saiu do hospital antes mesmo de receber alta, dizendo que procuraria o serviço médico particular.