Estudantes de Sorocaba se reuniram na praça Coronel Fernando Prestes nesta quarta-feira (15) para pedir a revogação do Novo Ensino Médio (N.E.M) ao atual governo federal. A manifestação teve adesão de cerca de 400 alunos de 40 escolas estaduais da cidade. Eles saíram às 16h do ponto de concentração e percorreram ruas da região central até chegarem à praça da Bandeira, onde foi marcado o fim do protesto por volta das 18h30. O ato foi convocado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), em conjunto com o movimento estudantil local. Vereadores e secretário da cidade também participaram.

O presidente do grêmio estudantil da E.E Prof. Júlio Bierrenbach Lima, João Bertoletti, disse que “em 2019 nossa escola chegava a ter 1200 estudantes, hoje, desde a implementação do novo ensino médio, temos 700 estudantes, uma clara diminuição de 500 estudantes. Isso é um absurdo, pra onde foram os estudantes? Deixaram de estudar para trabalhar, perderam oportunidade de ingressar no ensino superior. Esse projeto de destruição da educação pública e de qualidade em nosso país é inaceitável, deixar de ter aula de português, matemática, história e biologia pra ter aula de ‘brigadeiro caseiro’, opinou o ativista do Coletivo Juntos.

Aluna do terceiro ano do Ensino Médio na E.E. Júlio Prestes de Albuquerque (Estadão), e participante da manifestação, Paola Paiva, de 17 anos, acredita que os dois modelos ­ antigo e atual — não representam e atendem às necessidades dos estudantes, por isso acha necessário a abertura de uma consulta pública para debater os reais pontos que se adéquam a eles.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) disse estar aberta ao diálogo e apoia a livre manifestação em âmbito democrático. Sobre o Novo Ensino Médio, a pasta está dialogando e procurando aprimorar os itinerários, além de obter novas abordagens para serem exploradas. Todas as melhorias serão debatidas com a rede, para que haja a contribuição de todos.

O Novo Ensino Médio

Criado pelo governo do ex-presidente Michel Temer, em 2017, porém com implantação apenas em 2022, o assunto voltou à tona com mais força depois que o Ministério da Educação (MEC) publicou uma portaria no dia 9 de março abrindo uma consulta pública para avaliar e reestruturar o N.E.M.

O novo modelo propõe uma forma de estudo mais atrativa, na qual cada estudante passa a ter o poder de montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas (os chamados ‘itinerários formativos‘) de mais interesse e assim se aprofundará. Para tal, o aluno fica em tempo integral na unidade de ensino. (Thaís Marcolino)