Investigação
Polícia Federal apura fraudes no Auxílio Emergencial
Operação acontece em 12 estados; três mandados de busca e apreensão são cumpridos em Sorocaba
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (7) a operação "Apateones" para desarticular uma organização criminosa espalhada pelo País voltada a fraudes do programa Auxílio Emergencial. No total, 200 policiais cumprem 47 mandados de busca e dois mandados de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas, em endereços localizados em 12 estados: Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal. Entre as cidades de São Paulo está Sorocaba, onde são cumpridos três mandados de busca e apreensão.
A investigação começou em agosto de 2020, com base em informação encaminhada pela Caixa Econômica Federal à Policia Federal em Brasília com dados sobre 91 benefícios de Auxílio Emergencial fraudados, no valor total de R$ 54.600,00. Esse dinheiro foi desviado para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica em Indaiatuba. Após essa ação, a investigação foi instaurada na Delegacia de Polícia Federal em Campinas e milhares de outras fraudes foram reveladas.
Segundo a PF, o rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estavam situados nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba. Em um segundo estágio da investigação, verificou-se que os beneficiários em questão receberam valores provenientes de cerca de 360 contas do Auxílio Emergencial fraudadas por meio de pagamento de boletos e transferências bancárias.
Após análises de relatórios de inteligência financeira (RIFs) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os R$ 50 milhões, com mais de 10 mil contas fraudadas. A operação é resultado de uma união de esforços denominada Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, CAIXA, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União.
A polícia ressalta ainda que o objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o erário.
Por isso, além das medidas de busca foram autorizados pela 9ª Vara Federal de Campinas, o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados. Os 37 envolvidos na operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa, cujas penas somadas ultrapassam 22 anos de reclusão. (Da Redação com informações da Polícia Federal)