Com o objetivo de combater roubos, receptações de veículos e a comercialização ilegal de peças de automóveis, a Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (28), em 79 municípios do Estado de SP, a Operação Box. Somente na área da Seccional da Polícia Civil de Sorocaba -- que engloba 18 municípios --, 342 pessoas foram abordadas e 31 presas, sendo 11 em flagrante delito. A ação foi realizada em conjunto com o Detran, prefeituras municipais, Polícia Militar e guardas civis municipais.

A operação foi deflagrada após quase dois meses de levantamento dos locais clandestinos, por meio do setor de inteligência. Durante a operação, a Seccional da Polícia Civil de Sorocaba vistoriou 101 estabelecimentos, dos quais 16 foram lacrados. Com um efetivo de 176 policiais nas ruas e 69 viaturas, a Operação Box apreendeu 12 peças sem origem lícitas comprovadas e recuperou três veículos.

Segundo o diretor do Deinter 7, Wilson Negrão, o sucesso da operação se deve ao comprometimento e visão do secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite. “Nós temos hoje um secretário policial, que sabe como funciona todo o trabalho. Destaco essa primeira operação dele no Estado de São Paulo, tendo em vista o comprometimento dele não só com o Estado, mas também com a região de Sorocaba”.

Wilson Negrão ressaltou a importância da operação para combater não somente os desmanches clandestinos, mas também outros crimes que derivam dele, como receptação, furto, roubo e tráfico de drogas. “Hoje em dia, quando falamos do desmanche, precisamos destacar que os outros crimes derivam dele. A pessoa furta uma casa e leva no desmanche. Furta fiação, telhado, portão e onde isso vai? Isso chega nestes desmanches clandestinos.”

Um homem foragido da Justiça e sob pena de mais de 30 anos de prisão está entre os presos. “Isso mostra a importância da operação. Os policiais estavam na rua combatendo o desmanche e outros crimes, quando uma pessoa foi abordada próximo ao desmanche. Esse homem tinha um mandado de prisão por latrocínio expedido pela Justiça do Nordeste”.

O setor de inteligência da Polícia Civil verificou que o homem realizava pequenos furtos nas ruas, levava aos desmanches, recebia o dinheiro e, em seguida, comprava entorpecentes. “Vejam como os crimes estão ligados ao desmanche”, afirmou Negrão. Ainda durante a Operação Box, uma outra pessoa foi presa em flagrante por tráfico de drogas.

De acordo com Negrão, essas operações serão realizadas mais vezes, com a orientação de Derrite. Somente no mês de fevereiro, por meio dos delegados José Urban Filho e Luciane Bachir, a Polícia Civil de Sorocaba realizou ao menos 85 prisões por crimes como furto, tráfico de drogas, além de mandados de busca e prisão.

Derrite: “asfixiar o crime”

O secretário de segurança pública afirmou que passo a passo, o Estado tornará os crimes menos lucrativos aos criminosos. “Agir com trabalho de inteligência é asfixiar financeiramente o crime. Um exemplo prático é o roubo a motos e carros. Para acabar com esses crimes, que muitas vezes levam ao latrocínio (roubo seguido de morte), é necessário acabar com os locais que compram e vendem peças. Nosso objetivo é simples: roubou um carro ou uma moto? Não terá mais onde vender”.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que as ações ocorreram na Capital, nas regiões de Santo André, Osasco e Arujá da Grande São Paulo e nas regiões de São José dos Campos, Campinas, Santos e Sorocaba.

Ao todo, nos 79 municípios das regiões de Sorocaba, Avaré, Botucatu, Itapetininga e Itapeva, 891 pessoas foram abordadas e 119 presas, das quais 25 foram em flagrante delito. Os 454 policiais que estiveram nas ruas com 177 viaturas vistoriaram 268 estabelecimentos, sendo que 19 deles foram lacrados. Sete veículos foram localizados e 229 peças apreendidas.

Mais quatro ferros-velhos fechados em Sorocaba

Em Sorocaba, a Operação Box, realizada na terça-feira (28), vistoriou nove desmanches de veículos -- os populares ferros-velhos -- e interditou quatro estabelecimentos que operavam irregularmente. No município, além do Detran, da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal, a Delegacia Seccional da Polícia Civil contou também com o apoio do Setor de Fiscalização de Posturas e da Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (Seurb) da Prefeitura.

Dois desmanches localizados no Jardim Planalto (zona norte) e um no Cajuru do Sul (zona industrial) foram interditados por falta de licença de funcionamento e só poderão voltar a abrir, após regularização. Um desses locais, no Jardim Planalto, também foi lacrado pelo Detran-SP, por não ter registro junto ao órgão. Outro, na Vila Espírito Santo, não tinha licença e, igualmente, precisou encerrar as atividades, tendo sido, ainda, notificado pela Fiscalização por obstrução de calçada. O Detran-SP também autuou um estabelecimento no Jardim Santa Cecília, por venda de peças proibidas.

O consumidor pode verificar os estabelecimentos credenciados no Detran diretamente no site do órgão, em detran.sp.gov.br, na aba “Credenciados”. A orientação é não adquirir peças ou serviços de empresas irregulares. A população pode denunciar desmanches ilegais pelos telefones: 153 (GCM) e 190 (Polícia Militar). (Virginia Kleinhappel Valio, Redação e informações da Secom)