Crime
Sorocaba lidera ranking de ‘gatos’ de energia elétrica
As 3.556 fraudes encontradas pela CPFL no ano passado representam alta de 21% sobre os 2.933 casos de 2021
Sorocaba lidera o ranking dos sete municípios da Região Metropolitana (RMS) com mais casos de fraudes e furtos de energia elétrica descobertos pela CPFL Piratininga em 2022. A companhia regularizou 3.556 “gatos”, como são popularmente chamados, na cidade. O número representa alta de 21% em relação a 2021, quando houve 2.933 desativações de ligações clandestinas. Vale ressaltar que essas irregularidades oferecem perigo e são consideradas crime.
O levantamento da distribuidora lista, ao todo dez cidades. Três delas -- Jundiaí, Itupeva e Campo Limpo Paulista -- não pertencem à Região Metropolitana de Sorocaba. Considerando apenas os sete municípios que integram a RMS, a empresa desligou, no total, 7.247 “gatos” no ano passado.
Depois de Sorocaba, Votorantim é o segundo município com mais registros (733). Na sequência, aparecem Itu (713) e Iperó (695). Na listagem geral, Jundiaí vem em quarto (630), seguido por Salto (604), São Roque (582) e Boituva (544). Itupeva (500) e Campo Limpo Paulista (326) ocupam, respectivamente, a 9ª e 10ª posições.
Em 2022, a concessionária realizou 83 mil inspeções em campo na sua área de atuação. As ações resultaram na desativação de 10,6 mil ligações nas regiões de Sorocaba e Jundiaí e em outros 19 municípios.
Risco
Segundo a CPFL, ao fazer um “gato” na residência, o morador coloca em risco a sua vida, a da família e a dos vizinhos. “Isso porque o ‘gato’ não segue qualquer padrão de segurança da rede elétrica”, explicou a empresa. Conforme a companhia, geralmente, ele é feito com fios, relógios e disjuntores adulterados, sem a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ainda de acordo com a distribuidora, essas ligações também podem causar sobrecarga na rede elétrica. Por isso, o risco de oscilações no fornecimento de energia, curto-circuito e incêndio é constante nas localidades onde as irregularidades ocorrem.
Crime
Além de perigoso, o furto de energia é crime previsto no Código Penal brasileiro. A pena pode chegar a oito anos de prisão. De acordo com a CPFL, a aplicação dessa penalidade fica a cargo da Justiça. A medida praticada diretamente pelas concessionárias é a cobrança do valor devido. Constatada a fraude, a empresa preenche um Termo de Ocorrência de Inspeção (TOI). Em seguida, calcula a quantidade de energia que deixou de passar pelo medidor do local. Dessa forma, estabelece a quantia correspondente a ser paga.
Outros prejudicados
Furtos de energia prejudicam até mesmo outros consumidores sem envolvimento, pois a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reconhece parte da energia furtada no cálculo da tarifa. Isto é, os demais clientes, com fornecimento e contas regulares, acabam arcando com uma parcela do valor não pago pelos fraudadores.
Denúncias
Irregularidades podem ser comunicadas à empresa pelo aplicativo CPFL Energia, pelo site (www.cpfl.com.br/fraude) ou pelo e-mail [email protected]. A denúncia é anônima. (Vinicius Camargo)