Saúde
Alagamentos geram preocupação com a leptospirose em Sorocaba
Neste ano, já há um caso confirmado da doença na cidade. Em 2022, foram seis notificações
As chuvas acarretam vários transtornos na vida das pessoas, inclusive na saúde. No ano passado, por exemplo, Sorocaba registrou seis casos de leptospirose, segundo informações da Secretaria Municipal da Saúde. Em 2023, há um caso confirmado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a leptospirose é uma doença aguda, transmitida pelo contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria leptospira. No meio urbano, os principais transmissores são os roedores, especialmente as ratazanas. A prevenção da doença deve ser feita pelo controle e prevenção da infestação de roedores e cuidados gerais com a água de consumo. A orientação é que as pessoas consumam apenas água potável, filtrada, fervida ou clorada, além de desinfetar o local atingido por água de enchente, com a solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400 ml) de hipoclorito de sódio a 2,5%. Aplicar essa solução nos locais atingidos, deixando agir por 15 minutos.
As fortes chuvas que atingiram Sorocaba nos últimos dias, deixaram diversos pontos da cidade alagados, o que aumentou o risco das pessoas contraírem a leptospirose, já que muitas transitaram descalças pela água e lama. Os adultos devem impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas.
A Zoonoses realiza atendimentos à população em caso de possível infestação de roedores, para dar orientações sobre prevenção e controle da praga. Em Sorocaba, as ações preventivas de limpeza dos locais são feitas pela Prefeitura. Os munícipes devem entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199. A Prefeitura faz a limpeza dos locais onde houve alagamentos e a Defesa Civil identifica os imóveis atingidos, para que o hipoclorito de sódio seja aplicado. Com as fortes chuvas de janeiro e fevereiro, essas ações foram realizadas na Vila Progresso, Vila Rica, Jardim Abaeté, Éden, entre outros pontos da cidade.
Caso a água da chuva entre na residência, a orientação é que seja feita a evacuação dos imóveis e o local atingido seja desinfetado e a lama seja retirada. Os indivíduos devem utilizar “equipamentos de proteção como luvas, botas de borrachas e materiais descartáveis, como plásticos, para proteger pernas e braços”.
Sintomas
A infecção ocorre pela penetração da bactéria leptospira em pele com lesões, mucosas ou em pele imersa por longos períodos em água contaminada. Após a exposição a situações de risco, o intervalo de tempo entre a infecção e o início dos sintomas costuma ocorrer entre 7 a 14 dias.
Os sintomas são febre, dores musculares, dor de cabeça, calafrios, falta de apetite, náuseas, redução no volume da urina, diarreia, vermelhidão e/ou dor nos olhos e vómitos. Também pode haver manifestação de dores abdominais, tosse, falta de ar, acometimento renal e hemorragia.
As pessoas precisam ficar atentas aos sintomas e caso identifiquem algum, devem buscar uma unidade de saúde. Se for constatada a suspeita da doença pela unidade de saúde, o paciente será notificado, tratado e fará exames.
Recuperação
A recuperação da leptospirose varia de indivíduo a indivíduo. A Secretaria da Saúde de Sorocaba recomenda que, se a pessoa suspeitar da doença deve procurar um serviço de saúde. Se diagnosticada, o médico indicará a medicação correta para o tratamento. Segundo o Ministério da Saúde, para casos leves da enfermidade, o atendimento é ambulatorial, entretanto, nos casos graves, a hospitalização precisa ser imediata.
Prevenção
Com as chuvas, o risco das pessoas contraírem a leptospirose aumenta, mas ainda assim é possível se prevenir dessa doença. As pessoas devem evitar contato com as águas dos temporais ou com a lama. Todos os alimentos e remédios que eventualmente forem molhados devem ser descartados.
A SES de Sorocaba aconselha as pessoas a usar botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés, ao realizarem a limpeza de lama, entulhos ou atuar no desentupimento de esgoto. Em caso de enchente, é preciso lavar o chão, paredes, objetos, com água, sabão e água sanitária.
Medidas como esvaziar a caixa d’água e fazer a limpeza e desinfecção com água sanitária, antes de enchê-la novamente; não acumular lixo ou materiais sem uso no quintal para evitar o surgimento de roedores; manter os sacos de ração de animais bem fechados e retirar a ração do comedouro, à noite, entre outras recomendações ajudam na prevenção contra infecções por leptospirose.
Litoral Norte
No fim de semana de Carnaval, o Litoral Norte paulista foi atingido por fortes temporais que causaram inúmeros transtornos, como inundações, mortes e deslizamentos de terra. As tempestades dificultaram a locomoção das pessoas e deixaram várias pessoas ilhadas.
O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) informa que, até o momento, foram registrados, em todo o Estado de São Paulo, 19 casos de leptospirose e nenhum óbito. No mesmo período de 2022, foram 139 casos. (Inaiê Mendonça - programa de estágio)