Cadê a obra?
Obra suspensa há meses na rua Augusto Lippel atrapalha trânsito
Interdição iniciada há quase um ano obriga moradores da região a dar uma grande volta
Uma obra, aparentemente inacabada, na rua Augusto Lippel, no Parque Campolim -- zona sul de Sorocaba --, vem causando transtornos aos moradores daquela região. Segundo reclamantes, a prefeitura fechou a via no início de 2022 para a realização de algumas intervenções. Porém, os trabalhos estariam parados há meses.
O trecho é interligado à rua João Wagner Wey, principal acesso das famílias residentes no local às demais regiões da cidade. Com o bloqueio, os motoristas precisam fazer um percurso mais longo até o único caminho alternativo.
Segundo a arquiteta Luciana Lepe Tonaki, de 37 anos, antes, o pavimento da rua era inteiramente em terra. A moradora contou que, quando iniciou o serviço, o Executivo informou que o objetivo era pavimentar a via, bem como instalar sistemas de água e esgoto.
De acordo com ela, um trecho recebeu essas melhorias. Contudo, há aproximadamente quatro meses, os serviços foram suspensos. “Não aparece ninguém, não tem carros. Só tem os cones fechando (a via) e mais nada”, afirma.
Conforme Luciana, como não é mais possível acessar a João Wagner Wey pela Augusto Lippel, os moradores contam apenas com a avenida Gisele Constantino para ir a qualquer região do município. Ainda segundo ela, pela rota alternativa, o percurso até os destinos demora de 10 a 15 minutos a mais, em razão do movimento intenso. “No horário de pico, às 18h, tem bastante trânsito”, comenta.
Reabertura
Para resolver essa situação, Luciana defende a reabertura da via, mesmo com as obras não finalizadas. “A estrada em terra sempre funcionou tranquilamente”, argumenta. A moradora contou que, inclusive, já fez esse pedido ao governo municipal diversas vezes, assim como perguntou se há prazo para a liberação da rua.
No entanto, afirmou que não teve retorno. “Eu já tentei falar com a Ouvidoria pelo canal no WhatsApp. (O setor) fala que o atendimento está dentro do horário, pede meus dados, mas não responde”.
Outros problemas
De acordo com o aposentado João Gobbi, de 67 anos, devido à situação, até o tráfego na Augusto Lippel aumentou. Isso ocorre porque moradores de vias próximas também usavam o trecho interditado.
Agora, afirma ele, quando precisam acessar a Gisele Constatino ou vêm da avenida em direção às suas casas, passam pelo trecho liberado da rua. “O trânsito aqui é muito intenso pela manhã e no final da tarde”.
Outro problema apontado por Gobbi é o estreitamento da via, por conta da largura das calçadas. Segundo ele, dois carros em sentidos opostos não conseguem passar ao mesmo tempo.
Já caminhões ocupam as duas faixas, impedindo a passagem de outros veículos. Para o munícipe, esse cenário favorece colisões. “Sou obrigado a frear, para não ter acidente”, comenta. Gobbi também se queixa da falta de lombadas para impedir condutores de transitar em alta velocidade.
Prefeitura
Em resposta aos questionamentos do Cruzeiro do Sul, a Prefeitura de Sorocaba informou que dará início, na próxima segunda-feira (27), à terceira e última fase da etapa de obras de pavimentação da rua Augusto Lippel.
Lembrando que a melhoria era aguardada há mais de 25 anos pela população, a nota enviada ao jornal informa que “se trata da ligação final dessa via, com a região da Raposo Tavares, dando fluidez a todo o tráfego dessa importante e movimentada região da cidade”.
Segundo a municipalidade, “as obras, que são uma parceria com a Construtora Planeta, como medida mitigadora para compensar os empreendimentos realizados pela empresa no município, foram organizadas em três etapas, sendo que a primeira delas já está concluída; a segunda está em fase final, e a terceira e última é a que será iniciada logo mais. A previsão de conclusão total do projeto é já para este ano de 2023”.
Ainda, de acordo com a prefeitura, o trecho final da obra terá cerca de 300 metros de extensão, a partir do acesso próximo à Leroy Merlin. As licenças ambientais para o início dos trabalhos nesse trecho foram obtidas no final do ano passado.
“Era uma demanda de anos atrás da população, que estava embargada pela Justiça e a atual Administração agora conseguiu a autorização para sua execução. O trecho de um manancial que passa pelo local será, inclusive, canalizado, por meio de aduelas de concreto. Essa última fase só não tinha começado ainda devido ao período de chuvas. Vamos iniciar a construção também de um muro de contenção, em terra armada, que é para dar a melhor sustentação e proteção à nova via”, destaca o secretário de Serviços Públicos e Obras (Serpo), Darwin de Almeida Rosa. (Vinicius Camargo)
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