Sorocaba
Prédio inacabado é alvo de invasão no Alto da Boa Vista
Desocupação aconteceu com a chegada da polícia
A Frente Nacional de Luta (FNL) afirma que a invasão a uma obra no Alto da Boa Vista, em Sorocaba, no último domingo (19), foi um protesto. Segundo a FNL, a ocupação visava reivindicar moradias às famílias em situação de vulnerabilidade social. O ato foi encerrado no mesmo dia, de forma pacífica. A construção, situada na alameda Reino Unido, estaria abandonada há seis anos.
Ainda conforme informou o movimento em nota, a ação teve como objetivo cobrar o poder público em geral acerca da priorização da população de baixa renda nas políticas habitacionais. Outra intenção foi pedir a execução do Estatuto da Cidade. Essa legislação estabelece normas de ordem pública e de interesse social para regulamentar o uso da propriedade urbana.
De acordo com a FNL, cerca de 140 representantes de famílias em situação de vulnerabilidade, todas da região de Sorocaba, participaram da manifestação. Do total, havia dez crianças, sendo duas de colo, além de idosos. Após a desocupação, todos foram enviados para outros acampamentos do movimento na região.
Retirada
A invasão ocorreu na manhã de domingo (19) e, no mesmo dia, com a chegada da Polícia Militar (PM), Defesa Civil e Conselho Tutelar, houve o encerramento da mobilização. A FNL alega que os integrantes se retiraram por conta própria, e não devido ao comparecimento dos órgãos. “A FNL recuou da ocupação por entender que o objetivo do imóvel era para moradia e, após conversar com representantes das famílias que foram enganadas pela construtora, chegou a decisão de esvaziar os prédios de forma pacífica”, disse. Nesse sentido, segundo a Frente Nacional de Luta, a local seria um prédio de apartamentos residenciais, mas a construtora teria abandonado os trabalhos. Isso teria prejudicado diversos compradores.
O síndico e o proprietário foram acionados, apresentaram as documentações exigidas e comprovaram ser os atuais responsáveis pelo empreendimento. Agora, a obra foi repassada à construtora, que ficará encarregada de concluí-la.
A Polícia Militar registrou boletim de ocorrência do caso. Já a Civil não possui campo de atuação nessas situações.
Desde o início deste mês, a FNL organiza e divulga pelas redes sociais o chamado “Carnaval Vermelho”. Trata-se de um conjunto de ações com o intuito de destacar a Reforma Agrária. Uma delas é a ocupação de terra pública e improdutiva. (Vinicius Camargo)