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Pelos céus

Cometa verde fica mais visível no fim de semana na região de Sorocaba

Observação a olho nu será melhor a partir das oito horas da noite de sábado (11) e domingo (12)

07 de Fevereiro de 2023 às 23:01
Inaiê Mendonça [email protected]
Especialistas dizem que é mais fácil ver o astro em locais distantes da iluminação artificial
Especialistas dizem que é mais fácil ver o astro em locais distantes da iluminação artificial (Crédito: DAN BARLETT / NASA)

Moradores de Sorocaba e de outros municípios da região poderão observar nos próximos dias o cometa C/2022 e3 (ZTF), também conhecido como cometa verde. Ele estará mais visível em todo o território brasileiro a olho nu a partir das 20h de sábado e domingo (11 e 12 de fevereiro). No entanto, o astro iluminado vem sendo observado no país desde o primeiro dia do mês. As regiões Norte e Nordeste são as que contam com melhores condições de visibilidade. Isso acontece porque o objeto desloca-se do Hemisfério Norte ao Sul da Terra. O fenômeno repete-se apenas a cada 50 mil anos.

De acordo com o diretor científico do Clube de Astronomia Centauri -- de Itapetininga --, Marco Antonio Centurion Medeiros, de 31 anos, chuva ou clima nublado podem atrapalhar a visualização do cometa. O diretor explica que se as pessoas estiverem com telescópio ou binóculos, as chances de observá-lo aumentam. Medeiros acrescenta que estar distante dos grandes centros também ajuda na qualidade da imagem. Conforme a explicação da Agência Espacial Americana (Nasa), em céus claros e sem poluição luminosa, o cometa verde poderá ser observado a olho nu, sem instrumentos.

Para observar o cometa C/2022 e3 (ZTF), o astrônomo amador Medeiros aconselha utilizar aplicativos de celular que indicam a posição dos astros no céu. "É importante também que os olhos dos observadores estejam adaptados à escuridão.” Segundo ele, permanecer no escuro por cerca de 15 ou 20 minutos faz com que as pupilas dos olhos se dilatem e a visibilidade dos astros fique facilitada.

Medeiros explica que o principal motivo que faz a órbita de um cometa, como o C/2022 e3 (ZTF), ser de 50 mil anos é sua trajetória gravitacionalmente curva muito excêntrica, o que indica um formato bastante achatado.

Outros fenômenos

O ano de 2023 será marcado por um eclipse solar anular, que estará visível nas regiões norte e nordeste do Brasil -- sendo parcial nas outras regiões do país -- no dia 14 de outubro. O fenômeno acontece quando a Lua cobre o centro do Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno.

O início da ocultação começará às 15h35, com máximo bloqueio da luz solar pela Lua às 16h47 e conclusão da passagem às 17h51. Para esse tipo de evento, é rigorosamente recomendado que os observadores utilizem óculos apropriados. De acordo com os especialistas, óculos de Sol não são suficientes para a observação desse fenômeno, ocorrendo o risco de perda total da visão.

No dia 28 de outubro, o eclipse lunar parcial estará visível somente em algumas partes do país. Nesse caso, a Terra estará entre o Sol e a Lua, contudo não totalmente alinhados.

Diferenças

O diretor científico do clube de astrônomos amadores de Itapetininga explica que meteoros são fenômenos resultantes da entrada de rochas e detritos da atmosfera terrestre. "Esses detritos podem ser remanescentes de cometas, asteroides ou pedaços de poeira que vagam no entorno da órbita da Terra.” De acordo com ele, quando esses corpos entram na atmosfera da Terra, os gases presentes à frente de seu corpo esquentam rapidamente e geram brilho, popularmente conhecido como estrela cadente.

Já os meteoritos são fragmentos que sobrevivem à queima na entrada da atmosfera da Terra. De acordo com Medeiros, existem equipes brasileiras especializadas na caça de meteoritos em solo.

Os asteroides, por sua vez, são corpos rochosos que possuem composição metálica e orbitam o Sol. Porém, não são grandes o suficiente para serem classificados como planetas. Medeiros comenta que os diâmetros desses objetos só conseguem alcançar cerca de alguns quilômetros.

Os cometas também orbitam o Sol, contudo, suas estruturas são compostas de rochas, gelo e poeira congelada. Por isso, quando em contato com a radiação solar formam a coma (cabeleira) -- cauda ou nuvem. A coma de um cometa está sempre voltada para o lado contrário do Sol, uma vez que ela ocorre justamente por conta da radiação solar. “As órbitas dos cometas tendem a ser bastante longas, com algumas indo para além do planeta-anão Plutão. É por isso que são tão demoradas, como é o caso do cometa C/2022 e3 (ZTF)”, finaliza. (Inaiê Mendonça - programa de estágio)