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Sorocaba

Carnaval 2023 deixa comércio otimista

Com retomada da festa popular, lojas apostam na venda de fantasias e adereços para foliões

05 de Fevereiro de 2023 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]
Fantasias infantis sempre são os itens que mais fazem sucesso
Fantasias infantis sempre são os itens que mais fazem sucesso (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (31/1/2023))

Comerciantes de Sorocaba projetam alta de até 20% ou resultado equiparado a 2022 nas vendas de Carnaval deste ano. Nem mesmo a elevação de preços praticada pelos fornecedores tira o otimismo de empresários. Nesse caso, para não perder a clientela, a saída é absorver parte do aumento. Além disso, também com o intuito de atrair consumidores, eles investem em novidades e variedade de itens.

Na Papelaria e Livraria Pedagógica, no Centro, o crescimento deve ser de 20%, no comparativo com 2022. A projeção é do diretor de negócios, Nivaldo Madureira, de 37 anos. Para garantir as novidades do mercado, o estabelecimentos iniciou as compras há sete meses. Neste ano são mais de 300 modelos de fantasias. Inclusive, elas, sobretudo, as infantis, lideram a lista das mercadorias mais procuradas.

A loja também investiu em adereços para montagem de figurinos. Segundo Madureira, muitas pessoas têm optado por confeccionar os próprios trajes, inspiradas por influenciadores digitais e youtubers. Assim, nas prateleiras, há todos os itens que estão em alta na internet. “Sempre acompanhamos as tendências”, disse.

Para Madureira, juntamente com as fantasias, os artigos decorativos devem alavancar as vendas. “Acho que muitos restaurantes, lanchonetes vão fazer decoração, para chamar a clientela”, apontou. A papelaria disponibiliza diversidade de objetos, como máscaras, penas, tiaras, óculos, colares, tintas faciais e capilares, dentre outros. Eles saem, em média, de R$ 2,89 (pacote com seis penas) a R$ 70 (fantasia completa). “Tem para todos os gostos e bolsos”, destacou o diretor, acrescentando que o gasto médio do público fica em R$ 30.

Estabilidade

Já na loja Épocas & Festas, na Vila Jardini, o proprietário, Hudson Renó Megliorini, de 44 anos, prevê resultado igual ao de 2022, quando o desempenho já foi positivo. Para Megliorini, a vendas devem crescer mais a partir da próxima semana, pois muitas escolas retomarão as aulas e devem fazer festas carnavalescas. Segundo ele, o Carnaval é a segunda melhor data para o comércio, atrás apenas do Halloween.

Conforme Megliorini, a procura por itens festivos, não só carnavalescos, cresceu ainda mais nos últimos tempos. “Após a pandemia, o pessoal começou a querer aproveitar mais as festas. Aumentaram bastante as vendas de festas de todas as épocas -- Carnaval, Páscoa, festa junina, Halloween”, falou.

Artigos decorativos também estão entre os itens mais procurados para a festa - FÁBIO ROGÉRIO (31/1/2023)
Artigos decorativos também estão entre os itens mais procurados para a festa (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (31/1/2023))

Assim como Madureira, ele se antecipou e iniciou a montagem do estoque em novembro de 2022. Desta vez, a maior novidade são pedras de strass para o rosto com LED. A lista ainda inclui vários modelos de tiaras, perucas, glitters faciais, cartolas, máscaras, colares, dentre outros produtos.

Os preços variam de R$ 5 (glitter) até R$ 76 (máscaras de luxo), de acordo com Megliorini. Há, igualmente, fantasias infantis para venda, a partir de R$ 65, e de adulto para locação, com valor mínimo de R$ 80. Já as opções de decoração englobam máscaras, confete, serpentina, cortina metalizada, dentre outras. As máscaras grandes de isopor, por exemplo, começam em R$ 30 e vão até R$ 300.

O lojista informa que as pessoas têm investido em adornos, com preço médio entre R$ 100 e R$ 150. As máscaras são as campeãs de vendas, especialmente, entre os adultos. “Eles gostam de máscaras para ir aos bailes de Carnaval, aos blocos”, comentou.

Valores altos

Neste ano, os comerciantes enfrentaram um empecilho: a elevação nos valores dos adereços por parte dos fornecedores. Segundo Megliorini, a maioria sofreu acréscimo de 40%, devido ao valor do dólar e aos custos de importação.

No caso de alguns específicos, como no confete, a alta alcança 120%. Com isso, é preciso encontrar maneiras para evitar que esse cenário iniba os clientes.“Mesmo assim, eu ainda vou tentar manter o preço do ano passado, para o pessoal poder vir comprar”, citou o lojista.

Às vezes, porém, não é possível impedir o repasse, e outras táticas tornam-se necessárias. “Eu até diminui a margem de lucro de alguns itens, para conseguir não vender tão caro e atender a todo mundo”, contou. Nivaldo Madureira, da Pedagógica, fez a mesma coisa. “O Carnaval está aquecendo as vendas. Então, não dá para repassar tudo”, frisou.

Consumidores aproveitam retorno da festas e blocos de rua

Consumidores consideram justos os preços dos itens carnavalescos neste ano. A assistente de mídia Lais Coam de Toledo, de 24 anos, comprou vários para curtir seu primeiro Carnaval. Ela levou meias coloridas, pompons, glitter e tiaras para toda a família. Composta por produtos de R$ 5 a R$ 20, a compra totalizou R$ 60, e Laís aprovou os valores. “Achei ótimos, e tem bastante variedade também”.

Lais levou itens para curtir o Carnaval com a família - FÁBIO ROGÉRIO (31/1/2023)
Lais levou itens para curtir o Carnaval com a família (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (31/1/2023))

A jovem fará a sua estreia na tradicional festa brasileira em um bloco. Ela conta que, antes da pandemia, não costumava sair. Mas, depois de ficar tanto tempo reclusa, isso mudou. “Assim que começou a liberar, eu comecei a sair bem mais, e, agora, estou animada para aproveitar o Carnaval”, disse.

Já a recepcionista Daniele Laura de Castro Ribeiro, de 25 anos, ficou responsável por enfeitar a empresa onde trabalha. Ela escolheu colares havaianos, cortina metalizada, máscaras, glitter, placa decorativa, dentre outras coisas. Os adereços custaram entre R$ 5,30 e R$ 35,15. “Muito barato”, falou. “Eles deram uma verba alta, e vai dar para pegar bastante coisa”, emendou. Segundo Daniele, os valores, inclusive, estão menores do que adornos característicos de outras datas. “Quando eu fiz a compra de Natal, os valores estavam muito altos”, comentou. (Vinicius Camargo)

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