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Legislação

Pane seca é perigosa e gera punições ao condutor

Além do risco de acidentes, Código de Trânsito prevê multa de R$ 130,16 e quatro pontos na CNH

19 de Janeiro de 2023 às 00:09
Vinicius Camargo [email protected]
A pane seca ocorre quando o veículo fica sem combustível em trânsito. No ano passado, a situação se repetiu 565 vezes nas ruas, avenidas e estradas de Sorocaba
A pane seca ocorre quando o veículo fica sem combustível em trânsito. No ano passado, a situação se repetiu 565 vezes nas ruas, avenidas e estradas de Sorocaba (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (18/1/2023))

A Secretaria de Mobilidade (Semob) e a concessionária CCR ViaOeste registraram 565 casos de pane seca nas vias de Sorocaba em 2022. Esse problema ocorre quando o veículo fica sem combustível no trânsito. A maior parte das situações aconteceu nas rodovias que cortam a cidade, com 522 ocorrências, segundo a ViaOeste. Ainda houve 43 na área urbana, conforme a Semob. Neste ano, até 12 de janeiro, a CCR atendeu a cinco ocorrências do tipo, enquanto a secretaria não computou nenhuma.

O tenente Nilmar Mendes Demartine, de 41 anos, comandante do pelotão da Polícia Militar Rodoviária de Sorocaba, informou que a pane seca oferece perigo tanto ao condutor do veículo afetado quanto aos demais. “O risco primário é o veículo ficar imobilizado sobre uma faixa de rolamento, principalmente, em lugar onde tem acostamento”, disse. Como a parada é repentina, pode gerar acidentes, (porque), às vezes, não dá tempo de sinalizar e de pedir apoio da concessionária ou da Polícia Rodoviária”, completou.

Nesse sentido, de acordo com Demartine, os ocupantes do veículo parado na via estão mais expostos a sofrer consequências sérias. “Se algum veículo se chocar com ele, a tragédia pode ser grande”, reforçou.

Além de perigoso, lembrou o policial, o problema é uma infração de trânsito média prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A legislação determina multa de R$ 130,16 e inserção de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Conforme o tenente, se não sinalizar adequadamente o local, o motorista também pode ser multado por isso, pois essa conduta gera riscos aos outros


Remoção do veículo


Demartine informou que, dependendo da situação, outra providência é a remoção do veículo. Porém, ela só é adotada em último caso. “O Código de Trânsito estabelece que o policial rodoviário dará a oportunidade do condutor sanar essa irregularidade, seja providenciado o combustível, ou por meio de um guincho, no caso das rodovias que têm concessionária”, explicou. Ainda de acordo com o tenente, além desse fato, há o guinchamento quando o condutor comete outra infração que compromete a segurança.

Como agir


Para evitar transtornos diante de uma pane seca, o motorista deve se atentar a algumas medidas. Segundo Demartine, é importante sinalizar o local o mais rápido possível, com pisca-alerta ou triângulo. Ele destaca que o triângulo deve ser colocado a 30 metros do veículo, e não no vidro traseiro. Outra recomendação é acionar a concessionária administradora da via o quanto antes, sobretudo, se a pessoa estiver em área perigosa. Caso o solicitante não consiga contato com a empresa, deve ligar para a Polícia Rodoviária, pelo 190.


Cuidados


Uma série de cuidados têm de ser tomados para não ser vítima de pane seca, conforme o comandante. A primeira é sempre verificar, antes de sair, se há combustível suficiente para chegar até o destino. Essa, inclusive, é uma das normas de segurança contidas no CTB. É igualmente essencial não deixar o tanque chegar à reserva e, se isso acontecer, abastecer no posto mais próximo. Mais uma orientação de Demartine é averiguar se o marcador de combustível está funcionando.


Importância das medidas

Após ficar a pé em uma rodovia, Renato passou a verificar o medidor de combustível antes de sair de casa - FÁBIO ROGÉRIO (18/1/2023)
Após ficar a pé em uma rodovia, Renato passou a verificar o medidor de combustível antes de sair de casa (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (18/1/2023))


Quem já passou por essa situação sabe da importância dessas medidas. O motorista de aplicativo Renato Gonçalves de Almeida, 46 anos, enfrentou uma pane seca em uma rodovia movimentada. Por sorte, havia acostamento para parar. Na ocasião, ele precisou andar até um posto de combustíveis para comprar gasolina. Após encher o tranque, seguiu viagem, sem transtornos maiores.

Mesmo assim, Almeida reconhece os perigos desse problema e a respeito da infração. Por isso, depois do episódio, redobrou as precauções. “Eu sempre completo o (tanque), não ando mais na reserva”, afirmou. Agora, sequer deixa chegar na reserva. Além disso, antes de sair de casa, observa o nível de gasolina todos os dias. “O pouco que eu uso no dia, eu já reponho”, comentou.

Graças a essas ações, o aposentado Wilson Bravo, 65 anos, nunca ficou com o tanque vazio em ruas ou estradas. “Me preocupo sempre em ver o ponteiro do combustível, para não deixar acabar”, citou. Assim como Almeida, ele efetua essa checagem antes de iniciar o trajeto e não permite que o reservatório atinja a reserva. Inclusive, já fazia tudo isso apesar de desconhecer tratar-se de infração de trânsito. “Agora, vou ter que ficar mais esperto”, assegurou. (Vinícius Camargo)

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