Buscar no Cruzeiro

Buscar

Mais luz

Veja o que mudou nas regras sobre uso de película nos vidros dos carros

De acordo com a resolução, o percentual mínimo de luz que deve atravessar a película agora é de 70% para os para-brisas e vidros lateriais dianteiros

14 de Janeiro de 2023 às 00:39
Wilma Antunes [email protected]
Profissionais especializados dizem que mais motoristas estão colocando película após a mudança na legislação
Profissionais especializados dizem que mais motoristas estão colocando película após a mudança na legislação (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (13/1/2023))

Uma resolução recentemente aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) proíbe que motoristas utilizem películas mais escuras nos vidros dos veículos. A medida, que foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 25 de maio de 2022 e começou a valer no primeiro dia útil de 2023, é considerada uma forma de garantir mais segurança aos condutores.

De acordo com a resolução, o percentual mínimo de luz que deve atravessar a película agora é de 70% para os para-brisas e vidros lateriais dianteiros. Já o limite para os vidros traseiros continua sendo 28%, desde que o veículo tenha espelho retrovisor em ambos os lados. A norma só não se aplica aos vidros de segurança que ficam no teto dos automóveis. Na legislação anterior, os percentuais eram de 75% para vidros dianteiros.

Ainda conforme a norma, fica proibida qualquer inscrição, adesivo, legenda ou símbolo pintado ou afixado; cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em movimento, salvo nas áreas indispensáveis à dirigibilidade, e painéis luminosos que reproduzem mensagens dinâmicas ou estáticas -- exceto as usadas em transporte coletivo com finalidade de informar o serviço ao usuário da linha. A nova resolução também coíbe o uso inadequado de insulfilmes com bolhas.

A medida foi recebida de formas diferentes pelos motoristas. Enquanto alguns enxergam a nova resolução como uma forma de garantir mais privacidade e segurança ao dirigir, outros consideram que a norma foi feita só para “encher o saco”. “Não tem outra coisa para cobrar, não? Tá louco, tem que andar em aquário agora? Assim fica fácil de quebrarem os vidros por causa de um rádio ou, sei lá, o que tiver dentro”, escreveu um internauta.

Outro usuário apresentou um contraponto nas rede social. Para ele, a película G5 (também conhecida como vidro fumê) pode atrapalhar a condução do motorista dependendo do clima. “Ao meu ver, é tranquilo. Já usei G5 em dia de chuva e foi horrível, mal enxergava e quase saí da estrada. Arranquei na mesma semana. Película é segurança, concordo, mas as escuras são perigosas”, comentou.

O motoristas que forem flagrados utilizando esses adesivos de forma irregular podem enfrentar multa de R$ 195,3 e perder cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A pontuação é intransferível, desta forma, terá de ficar no prontuário do proprietária do veículo.


Procura por insulfimes

A mudança da lei foi positiva para Iury Martins, de 25 anos, proprietário da Detona Film, loja especializada em insulfilme e envelopamento. Ele disse à reportagem que faz cerca de 150 envelopamentos por mês. Só no começo desde ano, desde a vigência da resolução, a procura por adesivos nos vidros dos carros aumentou mais de 50%.

Segundo Iury, a maioria das pessoas que procuram pelo serviço são mulheres e motoristas de aplicativos. Para dar conta da alta demanda, Leonardo Martins, de 19 anos, trabalha ao lado de Iury, que é seu irmão, na aplicação das películas e nas demais atividades da loja.

“Os motoristas estão cada vez mais conscientes dos benefícios proporcionados pelo uso adequado do insulfilme, como a redução da incidência de raios solares, o que contribui para aumentar o conforto ao dirigir. Mais que isso, eles estão preocupados com a segurança. O vidro mais escuro diminui as chances de um assaltante olhar o que tem dentro do carro. Para nós, a mudança foi muito boa, pois conseguimos conquistar mais clientes neste começo de ano”, afirmou. (Wilma Antunes)