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Divergência

Aumento causa impasse entre aposentados e plano de Saúde

Empresa quer reajustar planos em 43%; beneficiários esperavam 15%

14 de Janeiro de 2023 às 00:19
Thaís Marcolino [email protected]
A Apevo orienta associados a pagarem apenas 15% neste mês
A Apevo orienta associados a pagarem apenas 15% neste mês (Crédito: ARQUIVO JCS)

Aposentados que utilizam o convênio médico da Fênix Medical, em Votorantim, estão apreensivos com o aumento de mais de 40% nas mensalidades que pode ocorrer nos próximos meses. A Associação de Aposentados e Pensionistas de Votorantim (Apevo) considera o reajuste abusivo e contrário às determinações da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), que é a responsável pela regulação do setor.

Cerca de 750 associados da categoria de plano de saúde coletivo por adesão devem receber o aumento na mensalidade. De acordo com o presidente da Apevo, José Carlos Ferreira, a expectativa era de um reajuste de, no máximo, 15,5%. “Porém, a Fênix se coloca irredutível em alterar o valor e insiste no percentual de 43%, alegando o aumento da sinistralidade dos grupos do convênio”, disse.

Por meio de nota, a Apevo disse que, ainda em janeiro, enviará aos associados o reajuste das mensalidades dos planos de saúde dentro do limite máximo fixado pela ANS, que é de 15,5% e, tentará, por todos os meios possíveis e legais, chegar a um acordo com a Fenix Medical para que o reajuste seja mantido dentro destes parâmetros. “Não mediremos esforços para fazer com que os reajustes sejam aplicados dentro dos limites legais e fixados pela Agência Reguladora, fazendo preservar os interesses de nossos associados, inclusive, com a tomada de medidas judiciais que se façam necessárias para revisão dos índices de reajustes”, finaliza a nota.

Por sua vez, a Fênix Medical informou que a Apevo está passando informações distorcidas aos associados. Isso porque, segundo a empresa, as cláusulas de reajuste dos planos coletivos por adesão são estipuladas por livre negociação entre a Apevo e a operadora, não sendo real a informação de que a agência reguladora determina o reajuste máximo de 15,5% na modalidade.

A operadora de serviços de saúde disse ainda que sempre agiu dentro da lei, respeitando o processo previsto em contrato, bem como as normas da ANS para aplicar o reajuste. “Independente de toda essa situação, a Fênix preza pelo bem do beneficiário e coloca-se à disposição, caso necessário, para oferecer outras soluções aos beneficiários/associados que estiverem insatisfeitos com os percentuais adotados, dentro das resoluções vigentes”, finaliza a nota.

Usuários sentem

No meio desse impasse estão os usuários -- aposentados -- que precisam se desdobrar para fazer o pagamento e lidar com o reajuste a cada ano. É o caso de Maria Aide Amaral, de 78 anos, e seu esposo Jaime Messias, de 83 anos. Eles são clientes da Fênix há mais de 10 anos e contam que esta é a primeira vez que o reajuste é tão alto. Segundo a aposentada, o grande problema é que o salário não aumenta na mesma velocidade que as outras coisas. “Uns 12% até que vai, o 15% já vai ficar mais difícil, mas 40%? Aí é impossível pagar”, desabafou.

A Apevo orienta os associados para fazer o pagamento com os 15% de reajuste, que virá no boleto deste mês, e aguardar as próximas orientações em relação à parcela de fevereiro.

Já a Fênix, se coloca à disposição para esclarecer todo o memorial de cálculo e a metodologia utilizada, tornando o processo mais transparente possível. (Thaís Marcolino)