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Economia

Preços dos combustíveis voltaram a subir em Sorocaba

Apesar da prorrogação da desoneração de tributos, a gasolina ficou, em média, 1,89% mais cara e o álcool, 3,82%

13 de Janeiro de 2023 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Sincopetro afirma que os combustíveis já estão saindo das distribuidoras com preço mais alto desde o primeiro dia de 2023
Sincopetro afirma que os combustíveis já estão saindo das distribuidoras com preço mais alto desde o primeiro dia de 2023 (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (12/1/2023))

O preço médio do litro dos combustíveis automotivos subiu entre 1,89% e 3,82%, em Sorocaba, na primeira semana de janeiro de 2023 na comparação com a primeira semana do mês anterior (dezembro de 2022). Os dados foram coletados por meio da pesquisa realizada em postos da cidade pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão do Ministério de Minas e Energia. Conforme o levantamento, o preço médio do litro de etanol subiu mais do que o da gasolina.

Para os motoristas, os valores estão melhores do que há alguns meses, quando costumavam subir com frequência por conta da política adotada pela Petrobras. A estatal busca equilibrar os seus preços com os do mercado, mas sem o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio.

Segundo a pesquisa feita em 19 postos de Sorocaba, o preço médio do litro de etanol teve aumento de 3,82%. Passou de R$ 3,66 na primeira semana de dezembro de 2022 para R$ 3,80 na primeira semana de janeiro deste ano.

Hélio discorda da política de preços da Petrobras: "O brasileiro ganha em real, então, a gente não recebe em dólar" - FÁBIO ROGÉRIO (12/1/2023)
Hélio discorda da política de preços da Petrobras: "O brasileiro ganha em real, então, a gente não recebe em dólar" (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (12/1/2023))

Na cidade, no período analisado, o aumento no preço médio do litro do etanol foi maior do que o da gasolina. Conforme os dados, o aumento no preço médio do litro de gasolina foi de 1,89%. Passou de R$ 4,74 na primeira semana de dezembro do ano passado para R$ 4,83 na primeira semana de janeiro de 2023.

Questionada a respeito, a Petrobras informou que o preço da gasolina, por exemplo, segue referências do mercado, impactado principalmente pelo custo do petróleo, que varia por causa da oferta e da demanda em todo o mundo. “Os reajustes de preços da empresa acompanham as variações para cima e para baixo”, ressaltou.

Já a ANP informou que os preços dos combustíveis ao consumidor final variam como consequência dos preços nas refinarias, dos tributos estaduais e federais incidentes ao longo da cadeia de comercialização (PIS/Pasep e Cofins, Cide e ICMS), dos custos e despesas operacionais de cada empresa, dos biocombustíveis adicionados ao diesel e à gasolina e das margens de distribuição e de revenda.

Lembrando que no segundo semestre do ano passado, após sucessivos aumentos, o governo federal fez a desoneração dos tributos PIS/Pasep e Cofins sobre gasolina, etanol, querosene de aviação e GNV (gás natural veicular) para abaixar os preços. A medida foi prorrogada no início de janeiro, mas para a gasolina e o álcool a isenção foi estendida por 60 dias, ou seja, até 28 de fevereiro de 2023. Além disso, a medida que prorrogou a desoneração também reduziu a zero as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) nas operações com gasolina e derivados.

Para o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), apesar da medida provisória que prorrogou a desoneração, por dois meses, dos tributos PIS/Pasep e Cofins sobre gasolina, etanol, querosene de aviação e GNV (gás natural veicular), os combustíveis já estão saindo das distribuidoras com preço mais alto desde o primeiro dia de 2023.

“No ano passado, para tentar conter o aumento do preço desses produtos, o governo do presidente Jair Bolsonaro tomou medidas para redução e desoneração de impostos, com validade até 31 de dezembro. Com o término desse prazo, a cobrança do tributo já pode ser normalizada, implicando na elevação do custo para o consumidor”, informou o sindicato.

Nos postos, preços variam

Em uma rápida passada pelas principais avenidas de Sorocaba é possível perceber a variação dos preços do litro da gasolina e do etanol nos postos de combustíveis. A diferença no preço do litro da gasolina comum, por exemplo, chega a R$ 0,72 entre um posto e outro. Já no caso do etanol, a diferença no preço do litro pode chegar a R$ 0,65.

Segundo especialistas, os condutores devem ficar atentos, pois preços muito baixos podem ser sinônimo de problemas futuros para os veículos, por conta da possibilidade de adulteração no combustível e, assim, o “barato” pode sair “caro”.

Para o profissional de telemarketing, Hélio Xavier de Moura, 68 anos, que só abastece o veículo com gasolina, o preço do litro do combustível chegou a subir bastante antes de começar a baixar. “Estava caro demais e estava impactando no orçamento familiar de tanto que subiu. Acho que pode baixar mais um pouco, seria melhor para o consumidor”, afirmou. Ele contou que usa o carro para trabalhar e a passeio e acha que a política da Petrobras de acompanhar as variações do preço do petróleo no mercado internacional, que é cotado em dólar (moeda norte-americana), fica pior para o motorista. “O brasileiro ganha em real, então, a gente não recebe em dólar. Fica complicado isso aí”, disse.

A enfermeira acupunturista, Gisele Rodrigues, 40 anos, também disse que os preços dos combustíveis estavam elevados e com a redução ficou melhor. “Subiu muito e depois começou a baixar. Poderia baixar mais um pouco, pois o salário da gente não subiu na mesma proporção. Então, ficou pesado para o orçamento familiar”, lamentou. (Ana Claudia Martins)

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