Manifestações
Moradora de Sorocaba acusada de financiar atos tem bens bloqueados
A lista com o nome dos financiadores faz parte de uma medida cautelar solicitada pela AGU

Uma moradora de Sorocaba foi identificada como uma das financiadoras dos ataques ocorridos em Brasília, no último domingo (8). De acordo com uma lista divulgada pela Advogacia-Geral da União (AGU), Sandra Nunes de Aquino, de 52 anos, teria fornecido recursos financeiros para o fretamento de ônibus para os atos que resultaram em danos nos prédios da Praça dos Três Poderes. No documento também consta o nome de Jorge Rodrigues da Cunha, 43 anos, de Pilar do Sul.
A lista com o nome dos financiadores faz parte de uma medida cautelar solicitada ontem (12) pela AGU, aceita pela Justiça no mesmo dia. O juiz Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara Federal do Distrito Federal (DF), mandou bloquear R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e sete empresas que teriam custeado o transporte a Brasília. O dinheiro pode ser utilizado para reparar a depredação do patrimônio público, caso haja condenação neste sentido. Além disso, a AGU poderá pedir a ampliação do valor a ser bloqueado na medida em que a contabilização dos prejuízos, que ainda não foi concluída, avance.
Os alvos do bloqueio -- que abrange imóveis, veículos, valores financeiros em contas e outros bens -- foram identificados com o auxílio de dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e inclui apenas os que contrataram ônibus apreendidos transportando pessoas que participaram dos atos. No pedido de medida cautelar apresentado à Justiça, a AGU sustentou que os envolvidos devem responder pelos danos solidariamente com os depredadores efetivos.
Já o valor do bloqueio é preliminar. Conforme a AGU explicou no pedido de medida cautelar, os prejuízos causados pelos atos ainda não foram integralmente calculados. Por enquanto, o montante considera apenas estimativa do Senado Federal de danos de R$ 3,5 milhões ao seu prédio e da Câmara Federal, cuja avaliação preliminar é de prejuízos de R$ 3,03 milhões ao edifício da Casa. Ainda não há estimativas para os prejuízos causados nos palácios do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão provisória foi tomada em regime de urgência. “Ora, se mesmo em reuniões e manifestações populares lícitas, com pautas sociais claras e defensáveis, é sempre possível que os ânimos individuais se exaltem e provoquem o chamado ‘efeito manada’, com mais e maiores razões seria previsível que a reunião de milhares de manifestantes com uma pauta exclusivamente raivosa e hostil ao resultado das eleições presidenciais e ao governo eleito democraticamente pudesse descambar, como descambou, para práticas concretas de violência e de depredação que todos os brasileiros viram, estupefatos, pela mídia e redes sociais, em tempo real, na Praça dos Três Poderes”, diz trecho do despacho. (Da Redação)