Buscar no Cruzeiro

Buscar

Manifestações

Moradora de Sorocaba acusada de financiar atos tem bens bloqueados

A lista com o nome dos financiadores faz parte de uma medida cautelar solicitada pela AGU

13 de Janeiro de 2023 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Objetivo da AGU é garantir o custeio da reparação dos danos causados durante a manifestação de domingo
Objetivo da AGU é garantir o custeio da reparação dos danos causados durante a manifestação de domingo (Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Uma moradora de Sorocaba foi identificada como uma das financiadoras dos ataques ocorridos em Brasília, no último domingo (8). De acordo com uma lista divulgada pela Advogacia-Geral da União (AGU), Sandra Nunes de Aquino, de 52 anos, teria fornecido recursos financeiros para o fretamento de ônibus para os atos que resultaram em danos nos prédios da Praça dos Três Poderes. No documento também consta o nome de Jorge Rodrigues da Cunha, 43 anos, de Pilar do Sul.

A lista com o nome dos financiadores faz parte de uma medida cautelar solicitada ontem (12) pela AGU, aceita pela Justiça no mesmo dia. O juiz Francisco Alexandre Ribeiro, da 8ª Vara Federal do Distrito Federal (DF), mandou bloquear R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e sete empresas que teriam custeado o transporte a Brasília. O dinheiro pode ser utilizado para reparar a depredação do patrimônio público, caso haja condenação neste sentido. Além disso, a AGU poderá pedir a ampliação do valor a ser bloqueado na medida em que a contabilização dos prejuízos, que ainda não foi concluída, avance.

Os alvos do bloqueio -- que abrange imóveis, veículos, valores financeiros em contas e outros bens -- foram identificados com o auxílio de dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e inclui apenas os que contrataram ônibus apreendidos transportando pessoas que participaram dos atos. No pedido de medida cautelar apresentado à Justiça, a AGU sustentou que os envolvidos devem responder pelos danos solidariamente com os depredadores efetivos.

Já o valor do bloqueio é preliminar. Conforme a AGU explicou no pedido de medida cautelar, os prejuízos causados pelos atos ainda não foram integralmente calculados. Por enquanto, o montante considera apenas estimativa do Senado Federal de danos de R$ 3,5 milhões ao seu prédio e da Câmara Federal, cuja avaliação preliminar é de prejuízos de R$ 3,03 milhões ao edifício da Casa. Ainda não há estimativas para os prejuízos causados nos palácios do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão provisória foi tomada em regime de urgência. “Ora, se mesmo em reuniões e manifestações populares lícitas, com pautas sociais claras e defensáveis, é sempre possível que os ânimos individuais se exaltem e provoquem o chamado ‘efeito manada’, com mais e maiores razões seria previsível que a reunião de milhares de manifestantes com uma pauta exclusivamente raivosa e hostil ao resultado das eleições presidenciais e ao governo eleito democraticamente pudesse descambar, como descambou, para práticas concretas de violência e de depredação que todos os brasileiros viram, estupefatos, pela mídia e redes sociais, em tempo real, na Praça dos Três Poderes”, diz trecho do despacho. (Da Redação)