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Sorocaba

Família aguarda há 4 meses a liberação de corpo no IML

Talita Aparecida Costa estava grávida quando foi encontrada morta

17 de Dezembro de 2022 às 00:01
Vanessa Ferranti [email protected]
Talita desapareceu em maio e seu corpo foi encontrado em agosto. Dois homens estão presos
Talita desapareceu em maio e seu corpo foi encontrado em agosto. Dois homens estão presos (Crédito: ARQUIVO PESSOAL)

 

Quatro meses após ser encontrado, o corpo de Talita Aparecida Costa, que estava grávida, continua sob os cuidados do Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba. A informação foi confirmada pela família da vítima, que é de Goiânia. Acompanhando o caso a distância e sem receber muitas explicações, Cássia Costa, irmã de Talita, entrou em contato com o jornal Cruzeiro do Sul para pedir providências. O que ela mais deseja é que o corpo seja liberado o mais rápido possível para, assim, fazer o enterro da irmã.

Moradora do Jardim São Marcos, Talita estava grávida de cinco meses e tinha 35 anos quando desapareceu no dia 20 de maio. O corpo da vítima foi encontrado em agosto em uma área de mata no bairro Wanel Ville, na zona oeste da cidade. Com ela também foi localizado o RG e a bolsa com o aparelho dentário que usava. Porém, o corpo estava em estado avançado de decomposição e não foi identificado oficialmente. De acordo com Cássia, para obter a confirmação, um familiar foi até o IML de Sorocaba e forneceu a saliva para o exame de DNA, desde então, eles aguardam os resultados para a liberação do corpo da vítima.

A irmã ressalta, ainda, que quando questionou o IML, recebeu a resposta de que a demora é normal, pois o procedimento é realizado em um laboratório em São Paulo, que atende todo o Estado. Cássia teria recebido a informação de que o corpo de Talita não estaria mais no IML e teria sido sepultado para aguardar os resultados dos laudos. Porém, a família não sabe onde o corpo está e quais serão os próximos passos. “Gostaríamos de saber como vamos fazer para tirar ela de onde está e levar para o cemitério da Saudade, onde estão os nossos pais. Só queremos finalizar e dar um enterro digno a ela, para podermos virarmos essa página. É doloroso ficarmos nessa angústia. Queremos só dar um enterro digno para ela e tocarmos a nossa vida”, ressaltou a irmã.

O Cruzeiro do Sul questionou a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) sobre o motivo da demora e como funciona o procedimento em casos de corpos em estado de decomposição. Por meio de nota, o órgão informou que a Superintendência da Polícia Técnico-Científica trabalha para identificar o corpo localizado e já realizou a coleta de material genético de familiares para realizar a comparação de DNA. A equipe também usa outros exames, como o de arcada dentária. A SSP disse também que o corpo permanece no IML Sorocaba e, assim que identificado legalmente, será entregue à família, porém, não deu previsão de quando isso deve ocorrer. A Secretaria também informou que por se tratar de um corpo em estado avançado de decomposição, o procedimento se torna complexo.

O IML foi questionado para confirmar se o corpo está na unidade ou se foi sepultado como informou a família, mas até o fechamento dessa edição não obteve resposta.

Prisões

Durante as investigações sobre o caso, a Polícia Civil, através da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba, prendeu os dois homens suspeitos de matar Talita. Os mandados de prisão temporária foram cumpridos em 25 de novembro. Um dos acusados, de 40 anos, foi detido em Sorocaba. Ele possui passagem policial por tráfico de drogas e foi apontado como suposto companheiro de Talita à época dos fatos. Já o outro homem, de 36 anos, foi encontrado em Ribeirão Pires. Ambos foram encaminhados à Deic para formalização dos trabalhos de Polícia Judiciária, passaram por audiência de custódia e foram encaminhados ao sistema prisional. (Vanessa Ferranti)