Legislativo sorocabano
Câmara elege nesta quinta (15) nova Mesa para os próximos dois anos
Independência e harmonia entre os poderes e atuação pelo povo são alguns dos motes apresentados pelos concorrentes

Ao menos quatro vereadores disputarão o cargo de presidente da Câmara de Sorocaba para o biênio 2023/2024. A eleição da Mesa Diretora está marcada para esta quinta-feira (15), a partir das 9h, na sede do Legislativo; e será a única atividade da última sessão ordinária do ano. Cláudio Sorocaba (PL) tenta manter-se na presidência por mais dois anos. Para tanto, terá de vencer Cícero João (PSD), Péricles Régis (Podemos) e Fernanda Garcia (PSol), que estão na disputa. Há rumores de que Iara Bernardi (PT) também concorrerá à vaga.
Cláudio, que é o atual presidente da Câmara, propõe uma gestão mais alinhada ao Poder Executivo. Para ele, a rivalidade entre os poderes só traz malefícios à sociedade. Como exemplo, o parlamentar cita os acontecimentos da legislatura anterior. Apesar de não mencionar o caso, é de conhecimento público que o ex-prefeito José Caldini Crespo foi cassado pela Casa de Leis em 2019. Confiante na reeleição, Cláudio disse que já teria recebido o apoio de 14 vereadores e não enxerga os outros candidatos como ameaças.
Atualmente, além de Cláudio, a Mesa Diretora é composta pelos vices-presidentes Luis Santos (Republicanos), Fausto Peres (Podemos) e Cícero João (PSD) e pelos secretários Fábio Simoa (Republicanos), João Donizeti (PSDB) e Silvano Jr. (Republicanos). Cláudio, entretanto, quer tirar Cícero da Mesa e inserir Cristiano Passos (Republicanos).
Conforme a vontade de Cláudio, a nova Mesa teria a seguinte composição: Luis Santos (Republicanos) como primeiro vice-presidente; Fausto Peres (Podemos), segundo vice; João Donizeti (PSDB), terceiro vice; Fábio Simoa (Republicanos), primeiro secretário; Cristiano Passos (Republicanos), segundo secretário; e Silvano Jr. (Republicanos), terceiro secretário.
Conforme o regimento interno, a eleição dos membros da Mesa é feita por votação nominal, com cédulas nas quais devem constar as especificações dos cargos, que serão lidas e assinadas pelo vereador votante. Se houver empate, os dois mais votados para o cargo concorrerão a um segundo escrutínio. Caso a igualdade se mantenha, a disputa será decidida por sorteio.
“O objetivo da nossa chapa é continuar trabalhando em prol da cidade. Se analisar, a cidade vive um momento muito bom. Isso se deve ao bom relacionamento entre Executivo e Legislativo. A cidade só tem a perder com brigas entre os poderes. É só lembrar dos últimos quatro anos. Agora, em dois anos, conseguimos trabalhar bem a economia. Poupamos R$ 22 milhões sem tirar nada. Produzimos mais do que três anos de trabalho das outras legislaturas. Quero manter esse trabalho harmônico entre os poderes, respeitando a hierarquia e ajudando a população”, declara.
Péricles não tem uma chapa definida, mas mantém o nome como candidato à presidência. Suas propostas envolvem a reforma do regimento interno e implantação de assinatura e processos digitais que, segundo ele, darão mais agilidade ao processo legislativo, além de trabalhar a transparência dos atos. “Caso seja eleito para a presidência da Casa, irei atuar de maneira que o Poder Legislativo tenha a real autonomia que deve ter, mantendo o princípio fundamental de independência entre os poderes, reforçando uma legislatura séria, defendendo os interesses da Casa Legislativa e, principalmente, da população”, diz.
Cícero, por sua vez, assumiu uma postura de oposição ao Poder Executivo. Sem muita expectativa de eleger-se, ele criticou a postura dos colegas e alfinetou Cláudio. “O governo entrou muito pesado, fazendo jogo forte e oferecendo cargos. Há ameaça de demissões caso os vereadores não votem no Cláudio. Eles se acovardam. Não querem o bem de Sorocaba. Querem que a cidade continue sem investigação, sem nada. Sem ninguém que se meta na Câmara e queira investigar o governo municipal. Vou disputar independentemente do resultado”, afirma.
Fernanda defende a independência do Poder Legislativo e enumerou situações que considera negativas nas últimas gestões. “Apresento nossa candidatura à Presidência da Câmara para que tenhamos, pela primeira vez na história, uma mulher presidindo o parlamento municipal, tendo como princípios fundamentais a independência do Legislativo ao governo municipal, abertura à participação popular, transparência nas ações e respeito às prerrogativas dos vereadores -- sobretudo no seu sagrado direito à fiscalização”, resume. (Wilma Antunes)