Apesar das chuvas quase diárias em Sorocaba e região, o volume de água na represa de Itupararanga subiu apenas 3,48% em pouco mais de uma semana. No último dia 5, o reservatório estava com 39,7%. Nesta quarta-feira (14), o volume útil chegou a 43,18% -- alta de 3,48 pontos percentuais -- e o nível atingiu 820,62 metros acima do nível do mar. Os dados foram informados pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), responsável pela gestão do reservatório. A represa de Itupararanga é responsável por 80% a 85% do abastecimento de Sorocaba, além de outros municípios da região.

A situação do reservatório está melhor do que no mesmo período do ano passado. Em 14 de dezembro de 2021, o volume útil era de 18,96%. De acordo com a CBA, na ocasião, a represa enfrentou sua pior seca dos últimos 96 anos, mesmo já estando no início do período chuvoso.

Por conta da situação, Sorocaba e outros municípios da região decretaram estado de alerta hídrico e chegaram a fazer racionamento de água para ajudar na recuperação do reservatório. Por conta disso, em abril deste ano, a represa de Itupararanga atingiu 50% de sua capacidade. Porém, com a chegada das estações outono e inverno, que são períodos de pouca chuva, o volume útil do reservatório voltou a cair.

Por outro lado, as chuvas fortes que atingiram a cidade nos últimos dias ajudaram a elevar os mananciais da cidade. Segundo o Saae/Sorocaba, a represa Ferraz/Castelinho operava, nesta quarta-feira (14), com 98% da sua capacidade total e Ipaneminha com 96%.

Alagamentos

Os temporais também fizeram aumentar nos últimos dias os níveis dos lagos dos parques municipais, como o do Kasato Maru, e do rio Sorocaba. Além disso, as chuvas também têm causado alagamentos em ruas e avenidas da cidade com frequência, como tem ocorrido, por exemplo, na Dr. Afonso Vergueiro e entorno do Terminal Santo Antônio, o maior da cidade. A situação acaba afetando o trânsito e traz problemas para os motoristas.

Questionada a respeito, o Saae destacou que todos os lagos dos parques municipais, assim como o da praça Kasato Maru, estão em boas condições de operação hidráulica. “Manutenções preventivas, como roçagem das margens e limpeza dos extravasores, são realizadas constantemente, a fim de evitar qualquer tipo de ocorrência relacionada à chuva. As dimensões dos extravasores e o volume de retenção são calculados para suportar chuvas intensas sem ocasionar transbordamento. O monitoramento deles é feito regularmente”, informou o Saae.

Ainda conforme a autarquia, tais lagos possuem um limite de altura do espelho d’água regulado pelo extravasor, que indica o volume presente e determina a capacidade suportada pelo lago, após as chuvas. “O Saae realiza constantemente as manutenções preventivas dos canais, a partir desses lagos, mantendo a fluidez da água e, consequentemente, aliviando o volume acumulado”, ressaltou.

Sobre os alagamentos nas vias públicas, a Urbes informou que os pontos localizados nas avenidas 15 de Agosto, Sadrac Arruda e Dr. Afonso Vergueiro recebem grande contribuição de águas pluviais que, durante o processo de urbanização e crescimento demográfico, aumentaram, sobrecarregando os córregos, principalmente os da região central.

“Todos esses mananciais no município deságuam no rio Sorocaba e, por esse motivo, o Saae/Sorocaba tem realizado o processo de desassoreamento do rio. Também tem atuado com ações na região da avenida Afonso Vergueiro. Em paralelo, o órgão segue efetuando ações adicionais para melhora do escoamento do rio Sorocaba, além disso, estudos para aumento da capacidade de escoamento da região da Afonso Vergueiro já estão em andamento, o que envolverá novas obras de engenharia no local”, acrescentou. (Ana Claudia Martins)