Sorocaba
PM de Boituva prende procurado de ter participado de mega-assalto a bancos
Homem preso seria integrante de quadrilha que atacou três agências bancárias e levou terror a Araçatuba em agosto do ano passado

A Polícia Militar (PM) de Boituva, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), prendeu na última quinta-feira (8), um homem de 36 anos, acusado de ter participado de um mega-assalto a agências bancárias em agosto do ano passado, em Araçatuba. Ele seria integrante da quadrilha de bandidos fortemente armados, que levou terror a Araçatuba na ocasião. A ação dos criminosos na cidade deixou três mortos e cinco feridos.
A investigação do caso é comandada pela Polícia Federal e até o momento, no total, 53 investigados já foram presos e cumpridos 105 mandados de busca e apreensão. O Cruzeiro do Sul questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSPSP) a respeito, mas não obteve retorno.
De acordo com as informações da PM, o homem foi preso em um comércio no bairro Novo Mundo, em Boituva, e apresentou documento falso, ou seja, uma CNH com nome e foto de outra pessoa. Após consulta de seu nome verdadeiro, os policiais descobriram que ele era procurado pelos crimes de roubo a mão armada, homicídio e receptação por conta da participação no mega-assalto ocorrido em Araçatuba.
Ainda conforme a PM, o procurado foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Boituva, onde foi registrado boletim de ocorrência, Em seguida, o homem foi levado para a Penitenciária Odon Ramos Maranhão, em Iperó.
O caso
Na madrugada do dia 30 de agosto de 2021, homens fortemente armados invadiram e atacaram três agências bancárias (Safra, Banco do Brasil e Caixa) no centro de Araçatuba, a 521 km de São Paulo. Após o ataque e troca de tiros com a polícia, pedestres e motoristas foram abordados e feitos reféns.
Moradores foram amarrados em carros, e transformados em “escudos humanos” para a fuga da quadrilha. Em nota, a PM informou que os criminosos deixaram explosivos em pelo menos 14 pontos da cidade, incluindo um caminhão na frente de uma das agências atacadas.
Por isso, autoridades policiais e o prefeito Dilador Borges (PSDB) recomendaram que os moradores não saíssem de casa. As aulas nas escolas municipais e estaduais da cidade foram suspensas. Estima-se que a quadrilha tivesse ao menos 15 integrantes, que usaram 10 veículos na ação e drones para se esquivar dos policiais, tanto na chegada à cidade quanto na fuga.
Veículos utilizados no assalto foram deixados para trás com munição e armas de grosso calibre, como fuzis e “miguelitos”, artefatos de metal utilizados para furar pneus. Ainda segundo a polícia, os criminosos incendiaram veículos em locais estratégicos para dificultar o acesso à cidade.
A quadrilha ateou fogo em carros deixados nas pontes do Rio Tietê em Buritama e Santo Antônio do Aracanguá, no trevo de Guararapes, na praça de pedágio em Glicério e no centro de Araçatuba. A polícia apreendeu um carro adaptado para carregar armamento de guerra capaz de derrubar até helicóptero.
A ação de quadrilhas especializadas em grandes assaltos, como o de Araçatuba, é conhecida nos meios policiais como “novo cangaço”. O termo faz referência aos bandos itinerantes que atacavam quartéis e roubavam instituições financeiras em pequenas cidades do sertão nordestino, no início do século 20. (Da Redação)