A Prefeitura de Sorocaba informou ter registrado, neste ano, cinco reclamações de munícipes apontando o “sucateamento” de vagões de trem nas proximidades da Praça Lions, assunto abordado pelo Cruzeiro do Sul de 25 de novembro. Os veículos pertencem à Sorocabana -- Movimento de Preservação Ferroviária, entidade sem fins lucrativos que mantém um centro de memória e oficina de restauração e manutenção ferroviária na área da antiga Estação Paula Souza. O terreno faz divisa com a avenida Dom Aguirre.

Em nota, a entidade reafirmou que todos os veículos “aguardam recuperação na oficina com a finalidade de integrar projetos de trens turísticos e culturais na região, como o Trem dos Operários (trem Sorocaba-Votorantim)” e refutou as reclamações: “Os veículos encontram-se dentro de uma área particular e vigiada, mantida limpa e cercada, portanto sem impacto negativo na vizinhança, razão pela qual as supostas reclamações causam extrema estranheza, já que os equipamentos ferroviários serão e/ou já estão sendo recuperados para uso da própria população como museu dinâmico (trem turístico-cultural) ou museu estático.”

“As queixas não possuem fundamento legal, haja vista que o estacionamento temporário e assistido de veículos ferroviários em área adequada difere de ‘abandono’, não sendo imputável, portanto, qualquer irregularidade à sua conduta”, continua a nota.

No pontilhão sobre a avenida Dr. Afonso Vergueiro -- onde há uma placa informando que a sua estrutura está sendo revitalizada pela Prefeitura de Sorocaba --, há dois vagões estacionados. A entidade disse tratar-se “de uma prancha carregada com peças diversas para recondicionamento e instalação futura em carros de passageiros históricos; e um antigo carro de passageiros cujo resgate e recuperação é acompanhado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat).

Conforme a associação, a razão do estacionamento dos vagões naquela área é técnica. “A disposição do material ferroviário no pátio é dinâmica, conforme o andamento dos trabalhos de restauro, já que os veículos são movimentados para dentro ou para fora da oficina a critério da administração, conforme prioridade de recuperação e existência de recursos financeiros para a execução dos projetos”, concluiu a Sorocabana -- Movimento de Preservação Ferroviária. (Wilma Antunes)