Alunos do 2º e 3 anos do ensino médio e professores da escola estadual Antônio Padilha, localizada no Centro de Sorocaba, fizeram um mutirão de doação de sangue na manhã desta terça-feira (6). Pelo menos 35 pessoas participaram da ação na Associação Beneficente de Coleta de Sangue (Colsan), no Jardim Vergueiro. Essa é a 24º edição da iniciativa promovida pela professora Ana Paula Damasio. A profissional relata que tudo começou quando o seu pai precisou de uma doação para fazer uma cirurgia cardíaca de risco, desde então, ela nunca mais parou de fazer a campanha. “Conseguimos obter o resultado dos doadores que vieram para nos ajudar e a partir disso nunca mais interrompemos, porque sabemos que com uma bolsa de sangue podemos ajudar, no mínimo, quatro vidas”, relatou.

Para fazer a doação, os alunos chegaram cedo, por volta das 8h15, no Hemonúcleo de Sorocaba. Assim que ficou sabendo do mutirão, Maria Gabriela Fernandes Gabriel, de 16 anos, não hesitou em ajudar. “O interesse veio porque eu sei que muitas pessoas estão precisando de sangue em Sorocaba e em outras cidades. Achei bem legal o projeto”, disse a estudante. Sarah Cristina Cação, de 18 anos, também não teve dúvida em participar da ação, pois sabe muito bem o que é ter um familiar que aguarda por uma transfusão de sangue. “Senti um aperto no coração, porque já perdi o meu avô por causa disso e é muito difícil. Fiquei com vontade de ajudar”. Já a aluna Kathillyn Moraes, de 17 anos, sempre teve vontade de fazer a doação e, agora, incentiva outras pessoas a exercer essa solidariedade. “35 pessoas vão ajudar muita gente. É uma coisa muito importante que deveria acontecer com mais frequência. É só uma picadinha, não vai demorar tanto e você vai salvar quatro vidas. Quando fico ansiosa é nisso que eu penso, que vou salvar vidas”, relatou a estudante.

Para a médica hemoterapeuta e responsável técnica pela coleta de sangue, Maria Goretti de Araújo Marques, iniciativas como essa são muito importantes para ajudar no estoque, principalmente no fim de ano, época que geralmente o número de acidentes aumenta e as pessoas saem da cidade, deixando de fazer as doações. “Nas férias esperamos um estoque mais crítico, porque têm viagens e agora, com a Copa do Mundo, isso também afasta as pessoas, pois os jogos são em horários que funcionamos, então, isso também tem impactado”, declara a médica.

Marques também explica que, apesar da tecnologia, o sangue é um tecido que ainda não há substituto, assim, é preciso manter sempre o estoque carregado para atender mais de 40 hospitais presentes em Sorocaba e região. Para que ocorra essa rotatividade, o ideal, segundo a médica, é que sejam realizadas entre 100 e 170 doações por dia. “Temos pacientes com câncer, transplantados, dos acidentes, com infecções graves que causam anemia, então precisamos de um mínimo de doadores diariamente para manter e deixar o estoque seguro”.

Para doar sangue é preciso ter pelo menos 16 anos, ser saudável e pesar no mínimo 50 quilos. Menores de 18 anos só podem fazer a doação acompanhados de um responsável. A coleta pode ser agendada através do aplicativo Colsan - Doe Sangue, Doe Vidas, mas o atendimento também acontece sem agendamento, por ordem de chegada. O Colsan Sorocaba fica na avenida Comendador Pereira Inácio, número 564 , no Jardim Vergueiro. O horário de atendimento é de segunda-feira a sábado, das 7h às 12h30. O local não abre aos domingos e feriados.