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Sorocaba terá mais do que o dobro de idosos em 2050, estima Seade

A fundação projeta que o total de sorocabanos acima dos 60 anos passará de 218 mil em menos de 30 anos

27 de Novembro de 2022 às 00:01
Ana Claudia Martins [email protected]
Mais grave ainda é a percepção de que o estatuto tem sido pouco respeitado no país
Mais grave ainda é a percepção de que o estatuto tem sido pouco respeitado no país (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (24/11/2022))

Em 2050 -- ou seja, em menos de 30 anos -- a população de pessoas com 60 anos ou mais em Sorocaba deverá chegar ao total de 218.915. O número representa um aumento de 126,85% em relação ao total de sorocabanos nessa faixa etária em 2020 (96.498). Os dados são uma estimativa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), do governo estadual, que é um centro de referência nacional na produção e disseminação de análises e estatísticas socioeconômicas e demográficas sobre as cidades paulistas.

Os estudos e as análises socioeconômicas e demográficas servem de referência, por exemplo, para que as prefeituras municipais possam melhor planejar ações e políticas públicas de acordo com o crescimento populacional e o desenvolvimento das cidades paulistas.

O envelhecimento da população brasileira é uma tendência que deverá se confirmar nas próximas décadas em praticamente todo o País e em Sorocaba não será diferente.

“Por isso, não só o poder público municipal, estadual e federal devem se preparar com antecedência, no sentido de planejar e criar políticas públicas que possam de fato trazer uma melhor qualidade de vida para a população de 60 anos ou mais, que passará a representar, principalmente em 2050, uma grande parte da população sorocabana. Até lá, a cidade e também as empresas privadas precisarão estar prontas para atender e corresponder aos anseios e às necessidades dessa parcela significativa da população”, destacou a Prefeitura de Sorocaba.

Segundo a Prefeitura, Sorocaba possui atualmente, no âmbito da Secretaria de Cidadania, o atendimento às pessoas idosas por meio dos serviços dos Centros de Referência em Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e do Centro de Referência do Idoso (CRI), para auxílio em benefícios sociais, violação de direitos e garantia de direitos.

“No Clube e Chácara do Idoso são oferecidas atividades (dança, ginástica, rodas de conversa, atividades físicas, entre outras). A Vila Dignidade, moradia assistida e gratuita, voltado a pessoas idosas (60 anos ou mais), sozinhas ou com vínculos familiares fragilizados, independentes para as atividades da vida diária, em situação de vulnerabilidade e risco social. Em Sorocaba, o condomínio reúne 20 casas”, informou a municipalidade.

Mais adultos e idosos

Conforme os dados da Fundação Seade, daqui a três anos, isto é, em 2025 a população de Sorocaba com 60 anos ou mais será de 117.346. O total, por exemplo, já estará bem próximo da faixa etária de pessoas de até 14 anos na cidade, que em 2025 será de 122.304. Uma diferença de apenas 4.958 pessoas. Além disso, também em 2025, o total de pessoas de 15 a 59 anos em Sorocaba será de 445.272.

Consequentemente, daqui a oito anos, isto é, em 2030, a população de 60 anos ou mais continuará aumentando na cidade e chegará ao total de 136.797. Em relação ao total de pessoas na mesma faixa etária em 2020 (96.498), representa um aumento de 41,76%.

A estimativa é que em 2030 a faixa etária de 0 a 14 anos seja, no total, de 116.578 e a de 15 a 59 anos chegará a 448.196 pessoas, ou seja, levemente maior do que o total em 2025.

Em 2035, o crescimento da população com 60 anos ou mais se manterá e o total chegará a 155.830, o que representa um aumento de 13,91% em relação a 2030 (136.797). A comparação com o total de 2020 (96.498), na mesma faixa etária, o aumento será de 61,48%. Em 2035, o total de pessoas de 0 a 14 anos na cidade será de 108.706. Número menor do que em 2030, por exemplo, quando essa faixa etária será de 116.578. Total também já menor do que em 2025 (122.304). E na faixa etária de 15 a 59 anos, a população deverá atingir 447.125 pessoas em 2035, o que revela já uma pequena queda em relação ao total de pessoas na cidade nessa faixa etária em 2030 (448.196), por exemplo.

Cidade precisa se adequar ao envelhecimento da população

Prefeitura reconhece a necessidade implantar projetos para melhor atender pessoas com 60 anos ou mais - FÁBIO ROGÉRIO (24/11/2022)
Prefeitura reconhece a necessidade implantar projetos para melhor atender pessoas com 60 anos ou mais (crédito: FÁBIO ROGÉRIO (24/11/2022))

A partir de 2040, a projeção da Fundação Seade continua mostrando tendência de aumento da população de Sorocaba na faixa etária de 60 anos ou mais. O total deverá chegar a 176.815, o que representa um aumento de 83,23% em relação ao total de 2020 na mesma faixa etária (96.498), em 20 anos. Também em 2040, o total de pessoas de 0 a 14 anos na cidade deverá ser de 101.321 e de 15 a 59 anos total de 437.313. Ambas faixas etárias seguindo levemente em queda em relação aos anos anteriores.

Em 2045, o total da população da cidade com 60 anos ou mais deverá ser de 199.360. O número representa um aumento de 106,59% em relação ao total na mesma faixa etária em 2020 (96.498), ou 102.862 pessoas a mais com idade acima de 60 anos. Também em 2045, a faixa etária de 0 a 14 anos cairá mais um pouco e será de 95.817 no total. E a de 15 a 50 anos cairá para 418.271, mantendo a tendência de queda dos anos anteriores.

Em 2050, Sorocaba deverá ter no total 218.915 pessoas de 60 anos, o que significa um aumento de 126,85% em relação ao total de 2020 (96.498) na mesma faixa etária. No mesmo ano, a cidade terá de 0 a 14 anos 91.779 pessoas, e de 15 a 59 anos chegará a 396.163. Ambas as faixas etárias mantendo tendência de queda em relação aos anos anteriores.

Planejando o futuro

Como projeto futuro, a Prefeitura de Sorocaba informa que há, atualmente, um edital de chamamento em andamento para a implantação do Serviço de Centro Dia do Idoso, com início previsto para operar em 2023.

Trata-se de um serviço de assistência social, com prioridade a idosos em situação de vulnerabilidade social, com renda familiar de até dois salários mínimos, que estejam em situação de isolamento social, sendo que, mesmo que convivam com suas famílias, estas não disponham de tempo integral para assistí-los no domicílio”, destacou a Prefeitura.

Porém, há projetos que precisam ser retomados e desafios para melhor atender o crescimento populacional de pessoas com 60 anos ou mais, como o “Andar de Bicicleta”, para ensinar pessoas idosas.

“Reconhecimento da sociedade de que o processo de envelhecimento é uma continuidade do ciclo do desenvolvimento humano, sendo o idoso protagonista de sua história, devendo, portanto, viver com toda dignidade merecida. Por isso, a importância das Campanhas de Mobilização da Sociedade, para um olhar adequado e humanizado do processo de envelhecimento. Um dos desafios é implantar serviços intersetoriais (saúde, educação, assistência social, esporte, cultura, lazer, entre outros) com equipe interdisciplinar e atuação de profissionais especializados, para atender às diversas especificidades e demandas da pessoa idosa. Isso é necessário para estabelecer uma rede de proteção à pessoa idosa”, informou a gestão municipal.

Hábitos continuam

Depois de dois ano de pandemia da Covid-19, pessoas de 60 anos ou mais continuam usando máscara para se prevenir a doença. Elas não deixam de sair de casa, no entanto, mesmo ao ar livre ainda preferem usam a proteção facial. Nas ruas do Centro é comum pessoas nessa faixa etária usando a máscara, mesmo não sendo mais obrigatório o uso em ambientes abertos e fechados, com exceção de unidades de saúde, hospitais, clínicas e transportes coletivos.

Gilson Metidieri, 77 anos, é aposentado e disse que continua usando máscara sempre que sai de casa. “Tomei todas as vacinas e sigo com o hábito da proteção facial. Acho que é uma segurança a mais para a gente que já é idoso”, contou.
Miguel Costa, 62 anos, afirmou que ele e a esposa também seguem usando máscara, mesmo não sendo mais obrigatório. “Comecei a usar no início da pandemia e por enquanto vou continuar usando, mesmo em ambientes abertos”, disse. (Ana Claudia Martins)

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