Sorocaba está na 27º posição entre as 30 cidades que mais receberam franquias entre os primeiros semestres de 2021 e 2022 no Brasil. De acordo com o levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), nos seis primeiros meses do ano passado foram abertas 859 franquias na cidade, número que aumentou cerca de 15% no primeiro semestre deste ano. Foram abertas 131 novas franquias, totalizando até esse período 990 unidades desse modelo de negócio no município.

Já o primeiro e segundo lugar da lista foram ocupados por Manaus (AM) e Cuiabá (MT). De acordo com a pesquisa, apesar do ranking ser liderado por capitais, houve um crescimento maior de operações de franquias nas cidades que não são capitais. Enquanto a variação do número de unidades entre os municípios do interior ficou em 21,1%, entre as 18 capitais listadas, foi de 17,6%.

Para André Friedheim, presidente da ABF, “além de fatores locais, essa expansão se deve ao movimento de recuperação do franchising (franquia) após dois anos de pandemia; das redes aproveitando os espaços vagos e melhores condições de negociação; àquelas que estavam melhor estruturadas e que conseguiram se adequar mais rapidamente ao novo cenário, retomando também de forma mais ágil seus planos de expansão.”

Movimento que é possível visualizar na cidade de Sorocaba. Segundo o professor Ângelo Agulha, coordenador do programa Athon Soluções de uma instituição de ensino superior, os setores que mais tem se expandido no município, e fora dele, são os de prestação de serviços e alimentação. Atualmente, essas franquias não ocupam somente os shoppings e galerias de supermercados mas, também, cada vez mais, as ruas da cidade. De acordo com Agulha, a migração desses serviços para fora dos centros de compras se dá devido aos altos custos de operar lojas dentro desses espaços. “No caso das galerias de supermercados, o custo é um pouco menor, mas também depende de um fluxo, da atração do supermercado e se você está em uma rua de grande circulação, de grande visibilidade”, explica.

O professor ressalta ainda que esse modelo de negócio pode ser um investimento interessante, quando bem operado entre as duas partes: franqueador e franqueado. “O grande risco é a adaptação a cada região. Sorocaba guarda suas necessidades e características de consumo, de comportamento do consumidor e de hábitos de compra muito próprios e as franquias, sejam elas quais forem, precisam se adaptar a essas características locais”, diz.

Já em relação a novas tendências, Agulha acredita que nessa fase de retomada dos investimentos, os espaços de lazer relacionados à vida noturna, prejudicados na pandemia, voltam com uma formatação de franquia, como é o caso do Yolanda Botequim. O espaço foi inaugurado em outubro do ano passado, após o fim das restrições para o funcionamento de bares e casas de shows no Brasil. A franquia nascida em Sorocaba, no Jardim Gonçalves, onde fica a matriz, conta atualmente com lojas também no Mercadão Campolim, em Boituva e, em dezembro, será inaugurada mais uma unidade no Rio de Janeiro.

José Marcos Braguin, diretor executivo da franquia, conta que decidiu criar o Yolanda vendo que o mercado de Sorocaba comportava mais uma casa estilo bar/balada após o sucesso de sua primeira franquia, também nascida em Sorocaba, o Salomé Bar, que atualmente está presente em sete estados, com 14 unidades. “Todas as franquias tem dado resultados positivos mesmo após a pandemia. Nossa expectativa é de abrir novas unidades nos próximos anos, pois já estamos com algumas negociações em andamento”, finalizou Braguin. (Vanessa Ferranti)