Buscar no Cruzeiro

Buscar

São Paulo

Capitão Derrite é cotado para assumir a Segurança Pública no governo Tarcísio

Deputado federal reeleito, natural de Sorocaba, elaborou o plano do setor a ser executado pelo novo governador

17 de Novembro de 2022 às 00:04
Wilma Antunes [email protected]
Deputado federal reeleito Derrite (PL), de Sorocaba
Deputado federal reeleito Derrite (PL), de Sorocaba (Crédito: Divulgação)

 

Ao menos quatro deputados da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) devem ser nomeados para o secretariado do governador eleito no Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (PL). A estimativa é de que, a partir do ano que vem, a bancada ligada ao atual governo tenha de 28 a 35 parlamentares. O cálculo teria sido discutido na semana passada em uma reunião, por videoconferência, de deputados atuais e deputados eleitos com Tarcísio, segundo levantamento da CNN. Um dos nomes cogitados para assumir a Secretaria de Segurança Pública é o de Guilherme Muraro Derrite, o Capitão Derrite (PL), deputado federal natural de Sorocaba, reeleito para seu segundo mandato com 239.772 votos.

Em agosto deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta que extingue saídas temporárias de presos dos estabelecimentos prisionais. O texto aprovado é o substitutivo do relator, deputado Capitão Derrite, ao Projeto de Lei 6579/13, do Senado. Derrite alterou a proposta inicial, que limita as saídas, para abolir completamente esse benefício.

Durante a campanha eleitoral, o parlamentar declarou apoio a Tarcísio. A assessoria de imprensa de Derrite afirmou ao jornal Cruzeiro do Sul que o apoio não foi condicionado a nenhum cargo em proveito à função no secretariado. Apesar de dizer que a possível indicação não passa de um “rumor”, a equipe do deputado não descartou a possibilidade. Isso porque o plano de segurança pública da campanha de Tarcísio foi elaborado por Derrite.

Derrite tem 38 anos e se elegeu pela primeira vez em 2018, com 119.034 votos. Em quatro anos, o deputado aumentou seu eleitorado em 101,4%. Ex-policial militar, começou a dedicar sua carreira à segurança pública em 2003, aos 19 anos, quando ingressou na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Três anos depois, em 2006, iniciou sua carreira na corporação e em dezembro do mesmo ano foi declarado aspirante a Oficial PM. Em 2006, ele foi promovido por merecimento intelectual a 2º Tenente PM. Não demorou para que ele conquistasse a posição de 1º Tenente, em 2010. Entre os anos de 2010 a 2013, o sorocabano comandou a Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota).

Ainda em 2013, comandou o Pelotão de Força Tática do 49º Batalhão de Polícia Militar Metropolitana, em Pirituba, e coordenou o módulo específico do curso de formação de soldados do Comando de Policiamento de Áreas Metropolitanas em Rio Pequeno (CPA/M5) até 2014. Já em 2015, comandou o Pelotão de Soldados em Formação na Escola Superior de Soldados e, no ano seguinte, em 2016, comandou o Posto de Bombeiros de Pirituba do 2º Grupamento de Bombeiros da Capital, onde ficou até 2017.

Se candidatou a deputado federal em 2018 pelo PP -- partido que deixaria em 2022 -- e tomou posse em 2019, assumindo a posição de vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados.

Plano de governo

O capítulo do plano de governo de Tarcísio de Freitas que trata sobre segurança pública no Estado de São Paulo foi elaborado pelo Capitão Derrite. No texto são destacado os pontos a serem melhorados, de acordo com a parceria entre deputado e governador. Aos olhos da nova gestão estadual, os paulistas se “acostumaram a ser vítimas” de uma “epidemia de roubos” e a falta de integração com os municípios, além da “ineficiência governamental”, que impedem que os policiais possam agir de modo eficiente. Outras questões apresentadas no documento são o aumento do assédio sexual contra mulheres, fraqueza governamental no enfrentamento do crime organizado e abandono do controle interno das unidades prisionais.

Há dez propostas no plano de governo que prometem corrigir os reveses da segurança pública. O sorocabano apostou em liderar o uso de tecnologias e a integração das bases de dados de interesse policial disponíveis nos níveis federal, estadual e municipal, e diferentes poderes, no combate a todo tipo de atividade criminosa. Já em relação ao crime organizado, a solução apresentada faz uso de tecnologia, inteligência policial, uso de informações financeiras, além do fortalecimento da atividade de polícia investigativa e técnico-científica.

Conforme o capítulo, o efetivo das polícias será aumentado e receberá apoio jurídico, revisão do regime de trabalho, carreira e recuperação da imagem. A política das câmeras corporais também pode ser revista. Para tornar as ruas mais seguras, a nova gestão confia em mapas inteligentes, que poderão orientar melhor as corporações sobre os crimes cometidos no Estado. Esse sistema seria disponibilizado também à sociedade, proporcionando transparência e prestação de contas.

Outro ponto valorizado no projeto é a garantia da ordem social, que visa impedir a formação das cracolândias e impedir infortúnios no período da noite, por meio da integração e operacionalização técnica das leis do silêncio. A utilização de forças combinadas das estruturas federal e estadual, com a cooperação SP-Brasília, também é citada no documento. O objetivo é combater o crime organizado dentro e fora das prisões.

O governo também promete investir na tecnologia para resolução de crimes, com recursos para a polícia técnico-científica, modernização de equipamentos de investigação, banco de DNA e reformulação das delegacias de homicídios regionais. Resolução de crimes digitais também está na lista de aprimoramentos.

A gestão ainda prevê a revisão do sistema prisional. O intuito é suprir a atual demanda e a reinserção de egressos na sociedade, com foco na recuperação, capacitação e recolocação profissional. Além disso, consta no plano o controle de nível de cela, com bloqueio de sinal de celular em todos os presídios e uso de tornozeleiras para os prisioneiros em regime aberto ou semiaberto.

As ações voltadas à proteção da mulher e da família envolvem a criação de um programa de prevenção e fortalecimento da atuação das Delegacias da Mulher, com melhoria das estruturas e ampliação do horário de atendimento. Ainda é mencionado uma criação de abrigos regionais protegidos para mulheres vítimas de violência. Também é abordado o investimento em medidas socioeducativas aplicáveis aos adolescentes infratores para reduzir os índices de reiteração na prática dos delitos. (Wilma Antunes)