Protestos
Manifestantes seguem em frente da Base de Apoio Regional do Exército
O ponto atual do protesto, na avenida Roberto Simonsen, no Jardim Santa Rosália, recebe pessoas desde terça-feira (1º)
As manifestações pacíficas em Sorocaba já duram mais de uma semana. Nesta terça-feira (8) à tarde, pelo menos 500 pessoas permaneciam em frente da Base de Apoio Regional do Exército (antiga 14ª Circunscrição de Serviço Militar). Entre as pautas do ato está a contestação do processo eleitoral, assim como algumas decisões do Supremo Tribunal Federal (TSE) e a censura imposta ao cerceamento da liberdade.
O ponto atual do protesto, na avenida Roberto Simonsen, altura do número 150, no Jardim Santa Rosália, recebe pessoas desde a terça-feira da semana passada. Não há previsão para que o protesto termine. Os manifestantes cantam durante todo o dia o Hino Nacional, e também alguns pedidos, como “forças armadas, precisamos de vocês”.
Entre os participantes, é possível observar adultos, idosos, crianças e até animais de estimação. Para auxiliar durante a permanência no local, a população recebeu doações de mantimentos e itens de higiene. Também há banheiros químicos.
Porém, a manifestação não se iniciou nesse ponto. No dia seguinte ao 2º turno das eleições, no dia 31 de outubro, os protestos contra o resultado das urnas começaram a surgir nas rodovias. Em Sorocaba, por exemplo, o local escolhido foi o km 101 da rodovia Raposo Tavares.
Os manifestantes fecharam os dois sentidos da via. E, com isso, os caminhoneiros acabaram estacionando nas faixas e acostamentos. Em constante conversa com a Polícia Militar Rodoviária, pequenas liberações de faixas foram concedidas ao longo do primeiro dia e mais pessoas se juntaram à manifestação. No final do primeiro dia, começaram a chegar mantimentos e suprimentos para a estadia.
No segundo dia, o número de apoiadores do ato aumentou e mais doações chegaram, além das tendas montadas. Um trio elétrico de pequeno porte e um guindaste -- que foi utilizado para estender a bandeira brasileira -- passou a fazer parte do ato. O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) também esteve no local para conversar com os manifestantes.
Com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para o uso da tropa de choque, caso fosse necessário, para que as rodovias fossem desobstruídas, no terceiro dia, a tropa do Batalhão de Ações Especiais de Polícia chegou a se posicionar na Raposo, porém, como os pedidos de liberação total da via foram cumpridos pelos manifestantes, não houve necessidade do uso de força.
Por volta das 17h de quarta-feira (2), ambos os sentidos da rodovia estavam com o tráfego de veículos normalizado, finalizando-se, então, as quase 50 horas de protesto no local. Segundo alguns líderes do movimento, cerca de 20 mil pessoas compareceram na rodovia no último dia do ato.
Com a liberação da Raposo, os manifestantes passaram a se concentrar em frente da Base de Apoio Regional do Exército. Seja no Jardim Santa Rosália ou na rodovia, é comum observar os protestantes vestindo roupas com as cores do Brasil, além de fazer referência ao orgulho em ser brasileiro. (Da Redação)