Os passageiros do transporte coletivo de Votorantim reclamam da redução de horários. A medida foi adotada pela Prefeitura e entrou em vigor no domingo (23). Com as mudanças, em algumas linhas, os intervalos chegam a duas horas. Esse problema perdura há tempos na cidade, desde quando o Grupo São João ainda era responsável pelo serviço. Inclusive, o Executivo apontou a circulação reduzida como um dos motivos da troca da antiga empresa pela atual, a City Transporte.

A City começou a operar em 29 de maio. À época, a concessionária e a Prefeitura garantiam que, com a troca, os horários seriam ampliados e essa seria a principal melhoria proporcionada pela nova empresa. Porém, conforme passageiros, além de esse aumento nunca ter ocorrido, o cenário piorou. A Prefeitura discorda e afirma que houve ampliação do serviço.

Maria Lúcia Santos Barros usa diariamente o itinerário 3112 -- Vila Garcia -- Direto. Ela disse que, anteriormente, os intervalos eram de, no máximo, 50 minutos. Agora, chegam a duas horas. Ontem (24), precisou utilizar o serviço, e enfrentou dificuldades tanto na ida, quanto na volta. “Eu fiquei 1h30 esperando no ponto e nada de passar o ônibus”, contou. No retorno, chegou ao Terminal Urbano João Souto às 13h45, mas o próximo coletivo só saía às 15h15, e aguardou, novamente, 1h30.

Ela também disse que as alterações não foram adequadamente comunicadas, e só soube no ponto, por uma amiga.

Ontem, Priscila Aparecida Gongora dependia da linha 3122 -- Ângelo Vial -- via Jardim Archilla -- para ir embora. Teve de esperar desde às 13h30 o ônibus das 15h25. Isto é, aproximadamente duas horas. “Eu estou até passando mal, sem dinheiro, com fome”, reclamou. Segundo ela, este passou a ser o intervalo médio; antes, era de apenas 30 minutos.

A passageira Lúcia Cristina Trujillo estava preocupada. Na linha usada por ela -- 3108 -- Novo Mundo via Parque Bela Vista/Shopping -- os intervalos agora atingem duas horas. Antes, não excediam 50 minutos. Por isso, ela pensava em uma maneira de não se atrasar para o trabalho. Até a semana passada, Lúcia pegava o ônibus de 6h15, mas o horário foi extinto e há apenas o de 6h50. Ela entra no trabalho às 7h, Com isso, vive um impasse.

Secretaria de Mobilidade Urbana afirmou que as linhas passam por readequação para “otimizar e equilibrar economicamente as viagens e os horários. A medida se estenderá até o final do contrato emergencial com a City, no mês que vem.

A Secretaria garante que houve a ampliação de horários e de frota, bem como a reativação de linhas. Porém, agora a redução foi necessária em razão de aspectos do próprio mercado. A Secretaria garantiu não ter extinguido nenhuma linha. (Vinicius Camargo)