Segurança pública
Conheça as cidades menos violentas da região
Em seis municípios não houve nenhum homicídio este ano
Seis cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) -- de um total de 27 -- não registraram homicídios, sejam dolosos (intencional) ou culposos (sem intenção), nos oito primeiros meses de 2022. A lista é formada por Alambari, Alumínio, Capela do Alto, Jumirim, Sarapuí e Tapiraí. Os cinco municípios também se destacam pela baixa incidência de outros crimes entre janeiro e agosto. Além disso, no acumulado do ano até agora, houve menos de cinco homicídios em 15 municípios. O levantamento foi feito pelo Cruzeiro do Sul, com base em dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo. A análise se atém apenas aos assassinatos, desconsiderando os homicídios culposos por acidente de trânsito.
Com 6.231 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alambari também se sobressai pela pequena quantidade de estupros (2) e roubos (4) no período. Já em Alumínio (18.903 moradores), chama a atenção o registro de apenas um estupro. Em Capela do Alto (18.903 moradores), o destaque é o número reduzido de roubos (12). Por outro lado, o total de furtos -- incluindo os de veículos -- é alto: 239.
Entre as 27 cidades da RMS, Jumirim (3.467 moradores) apresenta a menor criminalidade, com só uma lesão corporal culposa por acidente de trânsito, dois roubos e 11 furtos. No acumulado do até o momento, os demais índices criminais estão zerados no município. Sarapuí (10.493 habitantes) destaca-se pelas quantidades reduzidas de estupros (2) e roubos (6). Em Tapiraí (7.725 moradores), evidencia-se o baixo total de roubos (2).
Apesar de não terem zerado os homicídios, Araçoiaba da Serra (2), Boituva (2), Cerquilho (1), Cesário Lange (1), Iperó (3), Itapetininga (2), Piedade (2), Pilar do Sul (1), Porto Feliz (3), Salto (3), Salto de Pirapora (3), São Miguel Arcanjo (3), São Roque (3), Tietê (2) e Votorantim (4) registraram poucos crimes desse tipo. Araçoiaba (12), Cesário (5), Iperó (11), Pilar (8) e Tietê (2) ainda aparecem na relação de municípios com menos roubos.
Especialista avalia cenário
A baixa criminalidade em algumas cidades da RMS pode estar relacionada ao desenvolvimento de um conjunto de iniciativas de educação, saúde e sociais. A avaliação é do advogado Claudinei Fernando Machado, de 56 anos, especialista em segurança pública, direito penal e processual penal. Para ele, aspectos ligados ao fato de serem cidades pequenas influenciam o cenário positivo.“Nessas cidades, o efetivo policial é pequeno, mas está mais em contato com a comunidade e com ela interage melhor”, menciona Machado. Outro ponto é que, com o menos habitantes, a população se conhece melhor. Isso também favorece o trabalho da polícia.
Mais um fator citado pelo especialista é a maior atuação da Polícia Civil para esclarecer crimes de autoria desconhecida. Conforme ele, a resolução dos casos contribui para diminuir a sensação de impunidade gerada pelos crimes cuja autoria não foi esclarecida.
Para o advogado, a redução dos homicídios, especificamente, se deve ao combate à violência contra a mulher. Segundo ele, muitos assassinatos são motivados por questões de amor ou ódio, como os feminicídios. Por isso, quando se consegue frear esses crimes, o total de homicídios em geral tende a cair. “A forte atuação das polícias e do Poder Judiciário no que tange a Lei Maria da Penha tem se demonstrado como um forte inibidor da violência fatal contra as mulheres”, assinala Machado. (Vinicius Camargo)